terça-feira, 21 de novembro de 2017

Por que és condenado Zé Dirceu?
"Manifesto em Defesa de um Lutador Injustiçado"

POR QUE ÉS CONDENADO, ZÉ DIRCEU?
MANIFESTO EM DEFESA DE UM LUTADOR INJUSTIÇADO*

És condenado por teres nascido com sonhos de igualdade, justiça e liberdade. És condenado por teres lutado sempre para fazer dos teus sonhos realidade no sofrido cotidiano da imensa maioria de teus irmãos e irmãs brasileiros.
És condenado por teres crescido combativo e forte e, mesmo agora, do alto dos cabelos brancos dos teus mais de 70 anos, seguires esbanjando saúde, alegria e esperança por todos os teus nervos e poros.
És condenado por teres filhos adultos responsáveis, por teres uma mulher guerreira e uma filhinha linda, de apenas sete anos de idade, que te faz sentires amado e necessário.
És condenado por gostares de samba e, mesmo sob a vigilância impessoal e sórdida de uma tornezeleira eletrônica, te sentires livre para bailar sem medo no aniversário de tua bela companheira.
És condenado por gostares de crianças, de animais e de flores; por leres ótimos livros e por teres sempre muitos amigos e amigas por perto, com quem, despudoradamente, és capaz de trocar boas e sonoras gargalhadas.
És condenado porque, no dia 12 de outubro de 1968, quando no Brasil imperava a mais sangrenta ditadura, durante o XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, tomaste, junto com teus companheiros e companheiras, a firme e histórica decisão de não fugir.
És condenado porque, em 1969, quando foste banido do país e tiveste a tua identidade de brasileiro cassada pela ignomínia do regime de exceção instalado cinco anos antes, desde o exílio ousaste seguir na resistência.
És condenado porque, mesmo tendo sido durante 10 anos considerado um pária da sociedade, um inimigo do país, enfrentaste a possibilidade concreta de ser assassinado e voltaste clandestinamente ao Brasil para, uma vez mais, lutar pela liberdade do povo brasileiro.
És condenado porque, como agora, diante dos que usurparam o poder legalmente constituído, não sucumbiste. És condenado por, durante a ditadura, teres lutado pela conquista da democracia e, após a Anistia, pela volta do Estado Democrático de Direito.
És condenado porque, na madrugada de dezembro de 2005, quando a Câmara dos Deputados cassou o mandato que o povo de São Paulo generosamente te concedeu, saíste daquele plenário de cabeça erguida, como só são capazes os fortes e os inocentes.
És condenado porque, desde então, nessa terrível ação orquestrada e dirigida pelos que se opõem às conquistas dos governos do PT e da esquerda, mesmo tendo sido transformado em inimigo público número 1 pela mídia golpista do Brasil, jamais te curvaste.
És condenado porque, em 09 de outubro de 2012, depois de prejulgado e linchado, mesmo tendo recebido o veredito de uma condenação sem provas, apenas “porque a literatura jurídica” assim o permitia, seguiste lutando para provar tua inocência, sem jamais te deixares abater.
És condenado por teres sido advogado, deputado, ministro. És condenado por teres sido forjado na luta, por teres dedicado toda tua vida ao Brasil, aos movimentos sociais, à esquerda e ao PT, e por fazeres da democracia tua razão maior de viver.
És condenado por teres o desplante de seguir lutando pela pátria livre neste nosso país anestesiado, onde quem ousa levantar a fronte passa pela poderosa máquina de moer inocentes de uma justiça imparcial, inumana e partidarizada.
És condenado por teres feito o futuro chegar para milhares de brasileiros e brasileiras nos “nas escolas, nas fábricas, campos, construções”, independente e apesar da guerra insana montada contra ti pelos que tentaram e tentam destruir teu legado.
És condenado por teres ousado propor a regulação da mídia, a democratização do judiciário, e por teres enfrentado – sem te dobrares – as investidas do capital rentista ao qual o país hoje se subjuga, sem chance de te curvares ante toda e qualquer chantagem.
És condenado exatamente por seguires lutando por um país justo, com igualdade de direitos e oportunidades para mulheres e homens, onde a esperança possa sempre vencer a perseguição e o medo, e a paz possa vencer sempre o ódio e o preconceito.
És condenado porque, imagine, mesmo tendo teus sigilos fiscal, bancário e telefônico quebrados por um juiz de primeira instância, contra ti jamais foi encontrada nenhuma prova de ilegalidades, nenhum traço de enriquecimento pessoal, sequer uma única prova foi descoberta contra tua inocência.
És condenado porque a direita, que sempre desejou ter um Dirceu para ela, jamais conseguiu te mover do lado justo e certo da História. És condenado por seres nosso, do PT, da esquerda, dos movimentos sociais e do povo brasileiro. És condenado porque a direita não suporta tamanha rejeição.
És condenado porque, embora tenhas recebido uma injusta e execrável pena de mais de uma década de prisão e, mesmo depois de uma reclusão de mais de três anos, segues, de cabeça erguida, “a sonhar e a organizar o sonho.”
És condenado por estares de pé, altivo e altaneiro, firme na luta por um Brasil sem racismo, sem homofobia, sem feminicídio, sem violência. És condenado porque tua sede de justiça (que nunca se confundiu com o ódio, com a vingança, com a covardia moral ou com a hipocrisia que teus inimigos lançaram contra ti por anos e anos) persiste, e nada consegue retirar tua imensa coragem de lutar e de viver.
És condenado porque, mesmo enfrentando uma vez mais um processo de justiçamento por parte dos que te querem ver combalido, alquebrado e vencido, segues movendo milhares de brasileiros e brasileiras que, assim como nós, pelo teu exemplo, permanecerão contigo em busca dos mesmos sonhos de justiça e de liberdade.

És condenado, Zé Dirceu, por seres um incansável lutador!
És condenado por seguires sonhando, Zé Dirceu!

Brasília, 21 de novembro de 2017
MOVIMENTO RESISTÊNCIA ZÉ DIRCEU

*Este Manifesto em Defesa de um Lutador Injustiçado foi construído a muitas mãos por todos e todas nós, democratas que carregamos no coração e na alma as sementes de justiça e liberdade semeadas por Zé Dirceu. O “Bilhete para um operário” (FSP, 15/09/80), publicado por Lourenço Diaféria pouco depois da fundação do PT (10/02/80), quando, assim como hoje, o Partido, Lula, Zé Dirceu, lideranças da esquerda e dos movimentos sociais sofriam violento ataque por parte das elites e da grande mídia brasileira, que nunca deixou de ser golpista, nos serviu de inspiração para a construção deste Manifesto em defesa de José Dirceu de Oliveira e Silva, acima de tudo um resistente.


sexta-feira, 25 de agosto de 2017

“Caravana Lula pelo Brasil” chega em Ipojuca, Pernambuco
Agora com Dilma e Lula no palanque



Depois de conceder entrevista para a rádio Universitária FM e páginas do Facebook em hotel em Boa Viagem, a comitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também com a presença da ex-presidente Dilma Rousseff, seguiu para a segunda parada da agenda desta sexta-feira (25), em Ipojuca. Ao lado de Lula, subiram ao palanque os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Humberto Costa (PT-PE), o ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT-PE) e o deputado federal Silvio Costa (PTdoB-PE).
Pelo menos 500 profissionais que atuam em Suape participam do encontro, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos (Sindmetal-PE). A categoria entregou ao ex-presidente um documento para garantir o apoio do petista a um plano de retomada do emprego no setor. O encontro é considerado simbólico, tanto pela representatividade de Lula junto à categoria, da qual já fez parte, quanto pelo seu apoio às demandas dos profissionais, que aguardam resoluções para a retomada da combalida indústria naval.

"Lula teve a coragem de resgatar a indústria naval e fazer uma refinaria de petróleo em Pernambuco. A refinaria foi feita com o suor dos trabalhadores, mas ainda opera pela metade. Agora querem entregar o pré-sal e derrubar o conteúdo local, que garante a participação da indústria nacional na cadeia de petróleo", disse o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP) em Pernambuco, Luiz Lourezon.

Em seu discurso, Dilma Rousseff falou do "esvaziamento da indústria petrolífera". "Ipojuca viveu uma revolução a partir da descoberta do pré-sal. É inadmissível o que estão fazendo com a derrubada do conteúdo local. Querem privatizar a joia da coroa. A ex-presidente também voltou a falar sobre o impeachement: ""Meu processo de saída do governo de forma ilegal e ilegítima foi um ato. Não todo o golpe. Agora eles farão de tudo para impedir que o povo tenha novamente seu voto respeitado em 2018", disse.

Ao lado de Dilma, Lula também destacou as privatizações em andamento no País, o grande mote dos discursos no palanque de Ipojuca, afirmando que "o governo atual está mercantilizando o País, vendendo tudo como se fosse um representante imobiliário". O petista chamou o povo para ir às ruas para protestar contra o governo Temer.
Entre as frases e comparações, marcantes nos discursos do petista, veja algumas desta manhã, ovacionadas pelos militantes presentes em Ipojuca:
"Muitos que bateram panela pra Dilma, agora estão batendo cabeça"
"Quem aprendeu a comer peito de frango não quer voltar a comer pé de frango"
"Quem aprendeu a andar de avião não quer mais andar de pau de arara"
A caravana

O ex-presidente veio a Pernambuco depois de passar pela Bahia, Sergipe e Alagoas. É que a agenda batizada de “Caravana Lula pelo Brasil” agora está focada no Nordeste. Às 16h, o ex-presidente comandará ato no Pátio do Carmo, no Centro do Recife, organizado pela Frente Brasil Popular PE. A ideia é protestar contra o governo Michel Temer e suas reformas , além de defender as diretas já e a Constituinte.
Já no sábado (26), Lula irá ao bairro de Brasília Teimosa, na Zona Sul da capital, comunidade que passou por obras de requalificação durante o governo do petista, com retirada das palafitas e construção da orla. O local é considerado, pelo partido, como símbolo do combate à pobreza. Depois o político seguirá para João Pessoa, na Paraíba.




terça-feira, 25 de julho de 2017

ONU premia programa de Lula e Dilma para o semiárido

O Prêmio de Política para o Futuro de 2017 incluiu o Programa Cisterna e Programa Nacional de Apoio à Colheita de Água de Chuva e Outras Tecnologias Sociais para o Acesso à Água na lista de melhores políticas do mundo para combater a degradação do solo.
Realizado pelo World Future Council em parceria com a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), a premiação selecionou ainda ações da Austrália, China, região de Tigray da Etiópia, Jordânia e Níger. No total, 27 políticas e iniciativas de 18 países foram nomeadas.
Iniciado no governo Lula e intensificado no governo Dilma Rousseff, o programa foi considerado uma das melhores políticas do mundo para combater a degradação do solo.
O programa brasileiro é participativo, de baixo para cima, para fornecer água para consumo, para o cultivo de alimentos e manutenção de gado. Ele capacita milhões de pessoas pobres da região a controlar suas próprias necessidades, gerar renda e aumentar sua segurança alimentar.
Ao todo foram entregues cerca de 1,2 milhão de cisternas beneficiando principalmente mulheres e crianças. O projeto foi obra de Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do governo Dilma. Antes disso, durante a presidência de Lula, foi uma das responsáveis pela criação do programa Bolsa Família.
A presidenta da PT, Gleisi Hoffmann, destacou que “a indicação reconhece a iniciativa inovadora iniciada pelo Presidente Lula e ampliada no governo Dilma”.
O prêmio de prestígio, que se concentra em uma área diferente de progresso nas políticas públicas a cada ano, celebra leis exemplares que criam melhores condições de vida para as gerações atuais e futuras.
O critério do prêmio é valorizar leis que protegem a vida e os meios de subsistência nas terras áridas e que promovem o Objetivo 15 do Desenvolvimento Sustentável, meta 3, que é combater a desertificação, restaurar a terra e o solo degradados.
As terras áridas cobrem cerca de 40% da Terra e são extremamente vulneráveis ​​à exploração excessiva, uso inadequado do solo e variabilidade climática. Estão entre as regiões mais propensas a conflitos e às secas do mundo.
Sem ações para restaurar e reabilitar os solos degradados, estima-se que 135 milhões de pessoas correm o risco de serem deslocadas pela desertificação.  A secretária executiva da UNCCD, Monique Barbut, descreve a desertificação como “uma crise silenciosa e invisível que está desestabilizando comunidades em escala global”.
O Programa de Cisternas foi selecionado entre as 6 melhores práticas no mundo para o combate à desertificação. “É um reconhecimento internacional a um programa espetacular que quebrou a lógica secular de que, na seca, resta ao sertanejo virar retirante. Na pior seca da história dos últimos 100 anos não vimos êxodo nem saques”, lembra Tereza Campello.
A ministra lembra que os governos do PT entregaram mais 1,2 milhão de cisternas. “São pelo menos 1,2 milhão de mulheres que deixam de andar quilômetros ao sol com latas d’agua na cabeça. As cisternas beneficiam mais de 4,5 milhões de pessoas”.
As cisternas de placa nasceram do saber popular do sertanejo, que foi traduzido pela Articulação do Semiárido (ASA), em tecnologia Social e transformado em política pública pelo Presidente Lula.
O princípio de armazenar a água da chuva e guardá-la para o período de estiagem fortalece a ideia de convivência com o semiárido, acabando com ações pontuais e emergenciais que usavam o conceito de “combater” a seca para perpetuar a fome e a miséria e a dependência política dos mais pobres.
“As cisternas de placa usam mão de obra e materiais locais, dinamizam o território, não poluem e são uma solução barata, simples e sustentável. No Governo Dilma, com o Brasil sustentável ampliamos o programa e inovamos com as cisternas de produção”.
Da Redação da Agência PT de Notícias



Dilma: Vemos o desmonte do país que tiramos do mapa da fome

Em entrevista para a Rádio Tabajara da Paraíba, veiculada na manhã desta segunda-feira (24), a presidenta eleita Dilma Rousseff falou que somente com eleições diretas a crise irá se resolver no Brasil.
Ela também criticou as medidas econômicas e políticas adotadas pelo governo golpista de Michel Temer e defendeu o direito de ex-presidente Lula ter o direito de disputar as eleições de 2018.
Questionada sobre reforma política, a presidenta relembrou o processo que se passou no Congresso após a redemocratização, com o centro passando a ser hegemonizado pela direita.
“O tempo de televisão deixou de ser cláusula democrática e virou moeda de troca, assim como o fundo partidário”, afirmou.
“Os mais de 30 partidos, que não têm projeto para o país, têm relação ‘dinheirista’, de emendas, cargos e privilégios, o que não leva o Brasil a um bom caminho. Não cria relação executivo-legislativo virtuosa. É preciso um processo eleitoral visando a governabilidade.”
Ela comentou que a proposta de uma Constituinte é criticada por muitas pessoas, mas defendeu que não se pode cair em uma mistura de “catastrofismo com inanição”. “No Brasil, sem eleição direta, não se pode construir legitimidade para fazer as reformas reais – não essas que estão aí.”
“Eles deram o golpe porque perceberam que por quatro eleições perderam, e são nas eleições presidenciais que se discute projeto de país. Decidiram dar o golpe porque não poderiam aplicar o modelo deles por via de eleições. Agora estão acabando com o Bolsa Família, reduziram em 800 milhões, reduziram o número de famílias em 1 milhão. Em momento de crise, em que tinha que aumentar os benefícios, reduziu o número de famílias. A mágica que fizeram foi da exclusão.”
Dilma ainda criticou o desmonte de programas sociais e direitos, como a que prevê a reforma trabalhista. “O país que tiramos do mapa da fome hoje vemos ser desmontado”, destacou.
“Pela primeira vez em 70 anos se tira a proteção do lado mais fraco da relação entre patrão e empregado. O que é a regulação do mercado de trabalho? É equilibrar essa relação. Não é pender para um lado, mas garantir que o lado mais fraco tenha a necessária proteção.”
“Pergunto quais são os indicadores de que isso leva ao aumento do emprego, melhoria da atividade econômica, ampliação da demanda. As evidências mostram o contrário. Estudos do BC, do FMI, mostram que não há correlação, não há relação positiva entre reforma trabalhista, desregulamentação do mercado de trabalho e aumento do empregos.”
A presidenta ainda destacou que mesmo tendo vivido dois golpes, um em 1964 e outro em 2016, nem mesmo na ditadura assistiu a tamanho ataque aos direitos dos trabalhadores.

Diretas Já!

Dilma defendeu eleições diretas e afirmou que Lula seria seu candidato: “Sou a favor que agora outrem governe o país. Atualmente, tenho um candidato do meu coração e da minha razão. É o Lula, nosso querido nordestino Lula”.
Ela ainda ressaltou que não pensa sequer em alternativas. “Quando a gente está em processo, não constrói plano B, que só serve para dar força ao inimigo que quer tirar Lula da eleição.”
Sobre a perseguição jurídico-midiática da qual o ex-presidente Lula é vítima, Dilma afirmou que ninguém deve estar nem acima, nem abaixo da lei. “Acima da lei não há ninguém, nem os que julgam. Ninguém pode estar abaixo da lei, nem cidadão, nem imigrante.”
“Acho que qualquer lei de abuso de autoridade tem que existir é muito bem-vinda, porque regula o arbítrio de quem quer que seja. Notadamente só tem autoridade quem tem poder. Qualquer outra coisa é colorir a tentativa de assegurar privilégios.”
Para a presidenta legítima, “Lula não sofreu só com abuso de autoridade, mas acho que está em curso em relação ao Lula é o lawfare. É um paralelo com a guerra. A guerra quer destruir o inimigo fisicamente, mas no mundo democrático ocorre o uso da lei como arma para destruir do ponto de vista civil uma pessoa. Julga, condena, pune e tira as condições morais e éticas dela se construir e se colocar politicamente. Ela tem como decorrente a justiça do inimigo. Você não quer julgar, quer destruir.”
Dilma ressaltou que não existem provas de que Lula seja proprietário de qualquer apartamento, como afirma o juiz Sérgio Moro.
“O juiz foi muito pautado por aquele procurador que dizia não ter provas, mas convicções. Aí você cria situação perigosa, porque não se pode romper com o princípio básico da democracia, de que todos são iguais perante a lei. Quando você cria um único que não é igual, você entra no perigoso terreno do fascismo.”
“Acredito que a democracia é a coisa mais importante que nós temos. Sempre que o Brasil teve democracia, ele cresceu. Sempre que a democracia foi reduzida, o Brasil perdeu. Nós precisamos de processo de eleições diretas sem casuísmo, sem tirar ninguém do pleito. O Brasil precisa se reencontrar, precisa de um pacto por baixo, alguém eleito pelo povo.”
“Não vamos mais fazer essa brincadeira perversa que corrompe o país, que é o impeachment sem crime de responsabilidade. Outra decorrência desse golpe é o processo de ódio e intolerância que faz crescer a extrema direita”.
Confira a entrevista na íntegra:

Da Redação da Agência PT de notícias




Juristas promoverão Tribunal Popular para julgar a Lava Jato

Um grupo de juristas realizará em Curitiba (PR), no dia 11 de agosto, um Tribunal Popular para mostrar à sociedade todos os aspectos da Operação Lava Jato.
Organizado pelo Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (CAAD), o Tribunal Popular visa “fugir dos lugares comuns e dos falsos truísmosque estão sendo difundidos pela mídia sobre a Lava Jato”, explica Eugênio Aragãoministro da Justiça do governo Dilma Rousseff.
“Eu vejo esse Tribunal Popular, sobretudo, como um exercício de educação política. Acho que a maioria das pessoas não está enxergando, realmente, essa Operação Lava Jato na sua verdadeira dimensão que é extremamente deletéria para o País”, afirmou.
Para ele, a força-tarefa da Lava Jato comete exageros e “uso político e corporativo de instrumentos processuais para alavancar determinados atores em detrimento dos reais interesses do País”.
u vejo esse Tribunal Popular, sobretudo, como um exercício de educação política”, aponta Eugênio Aragão
Para o ex-ministro, a Lava Jato não dá valor ao seu impacto negativo na economia, na geração de emprego, na criação de tecnologia genuinamente nacional e na competição do Brasil no mercado global, focando apenas no combate, a qualquer custo, à corrupção.
“Aquilo que ela chama de combate à corrupção que é um tipo de atuação extremamente maniqueísta, moralista, superficial na sua concepção e que tem feito mais mal do bem ao País”, declarou Aragão.

Tribunal Popular sobre Lava Jato

O juiz de direito em Alagoas Marcelo Tadeu Lemos será o presidente da sessão do Tribunal Popular, enquanto Eugênio Aragão será o responsável pela acusação contra a operação. Já o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, ficará com a defesa da Lava Jato.
Nomes como Beatriz Vargas Ramos, Marcello Lavenère, Antônio Maues, Juliana Teixeira, Gerson Silva, José Carlos Portella Júnior, Michelle Cabrera, Claudia Maria Barbosa e Vera Karam Chueiri estão confirmados no corpo de jurados.
O Tribunal Popular da Lava Jato seguirá o modelo de outras iniciativas semelhantes, segundo Aragão, como o próprio Tribunal Popular de julgamento do Golpe de 2016, realizado em julho do ao passado, no Rio de Janeiro.
Os organizadores até criaram uma página no Facebook para ajudar na divulgação e no debate. Acesse o evento neste link.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de NotíciasA


segunda-feira, 24 de julho de 2017

A nova classe do setor de serviços e a uberização da força de trabalho
@blogLuiz Muller



Desindustrialização da economia e desajustes neoliberais forçam o surgimento de uma classe trabalhadora composta de ocupações inseguras, mal pagas e desorganizadas. Os maus patrões agradecem


O colapso no padrão de financiamento da economia nacional logo no início da década de 1980, com a crise da dívida externa, levou à adoção de programas de ajustes macroeconômicos que até hoje inviabilizam a retomada plena do crescimento econômico sustentado. No cenário aberto da semi-estagnação que prevaleceu, com fortes e rápidas oscilações nas atividades econômicas, o país terminou por romper com a fase de estruturação da classe trabalhadora vigente durante a dominância da sociedade urbana e industrial.

Desde os anos 1990, com a adoção do receituário neoliberal, o precoce movimento da desindustrialização da economia nacional se generalizou acompanhado do surgimento de uma nova classe trabalhadora de serviços. Isso porque se passou a assistir a expansão considerável do setor terciário, especialmente no âmbito dos pequenos empreendimentos no Brasil, portador de um inédito e crescente precariado de dimensão nacional.

Atualmente, quase 80% dos postos de trabalho existentes pertencem ao setor terciário da economia. E de cada três ocupações abertas no segmento privado não agrícola duas são provenientes dos negócios com até 10 trabalhadores.

Nessa nova classe trabalhadora de serviços em expansão prevalece elevada heterogeneidade, sobretudo nos pequenos empreendimentos que reúnem desde atividades associadas à estratégia de sobrevivência às ocupações tecnologicamente avançadas, com vínculos às grandes empresas nacionais e internacionais.

Por conta disso, o curso da nova classe trabalhadora de serviços assenta-se majoritariamente nas ocupações inseguras e amparadas por baixa remuneração. A realização de reformas neoliberais, em sua segunda versão a partir do governo Temer, liquida com a regulação fordista, desconstituindo o que restava das tradicionais classes médias assalariadas e dos trabalhadores industriais.

Em seu lugar termina por consolidar a geração do novo precariado, portador de intensa polarização social que se expressa pelo espontaneismo de lutas e agressividade das lutas. Cada vez mais, a nova classe trabalhadora de serviços torna-se exposta aos experimentos do uberismo na organização e remuneração da força de trabalho, o que faz com que a regularidade do assalariamento formal e a garantia dos direitos sociais e trabalhistas tendam a se reduzir drasticamente.

Nessa toada, avançam, por exemplo, os contratos de zero hora, cujo trabalho intermitente permanece ativo aguardando demanda do uso da força de trabalho advinda a qualquer momento. O esfacelamento nas organizações de representação dos interesses do mundo do trabalho (associações, sindicatos e partidos) transcorre mediado pela intensificação do grau de exploração do trabalho.

Como os direitos sociais e trabalhistas passam crescentemente a ser tratados pelos empregadores e suas máquinas de agitação e propaganda como fundamentalmente custo, a contratação direta, sem direitos sociais e trabalhistas libera à competição individual no interior da classe trabalhadora em favor dos patrões.

Os sindicatos ficam de fora da negociação coletiva e com restrição maior ao acesso à regulação pública do trabalho (direitos sociais e trabalhistas), o esvaziamento da organização se generaliza pela fragmentação da própria base social e territorial. Mesmo assim, permanecem ainda formas de lutas herdadas da fase de predomínio do novo sindicalismo, com a hierarquia e a estruturação das negociações coletivas de trabalho.

Por conta disso, as greves gerais do ano de 2017 no Brasil não deixaram de expressar certo padrão híbrido de organização e lutas dos trabalhadores, compatível inclusive com as jornadas de mobilização que em 2013 seguiram o processo de “propagação viral” de protestos, conforme também registrado em outros países.



Marcio Pochmann é professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, ambos da Universidade Estadual de Campinas.A





quarta-feira, 19 de julho de 2017

Moro depende da Globo



"A matéria do Fantástico no último domingo sobre a sentença do juiz Sérgio Moro é uma peça de propaganda, não de jornalismo, muito menos de análise de uma sentença", diz texto publicado no site do ex-presidente Lula, que diz que a reportagem tentou provar, ao longo de 13 minutos, que a sentença de Moro contra Lula faria sentido; "A Globo repete mil vezes que haveria provas para tentar que a mentira, pela repetição, supere a verdade. Assim como martela versões da sentença de Moro, não mostra os argumentos dos embargos apresentados pelos advogados, nem ouve os muitos juristas que discordam que a sentença de Moro seja correta", aponta o artigo; a reportagem "ignora lacunas na sentença do juiz de primeira instância, distorce ou ignora a natureza de documentos apresentados pela defesa bem como a opinião de juristas que apontam falhas na decisão", conclui; leia a íntegra

17 DE JULHO DE 2017 ÀS 21:40 // 247 NO TELEGRAM // 247 NO YOUTUBE


247 - "A matéria do Fantástico no último domingo sobre a sentença do juiz Sérgio Moro é uma peça de propaganda, não de jornalismo, muito menos de análise de uma sentença", diz texto publicado no site do ex-presidente Lula, que diz que a reportagem tentou provar, ao longo de 13 minutos, que a sentença de Moro contra Lula faria sentido.

A reportagem "ignora lacunas na sentença do juiz de primeira instância, distorce ou ignora a natureza de documentos apresentados pela defesa bem como a opinião de juristas que apontam falhas na decisão", conclui o artigo. Leia abaixo a íntegra:

Fantástico só prova que não há provas contra Lula e que Moro precisa da Globo
Ao longo de 13 minutos, o Fantástico tentou provar que a sentença de Moro faria sentido 


A matéria do fantástico no último domingo sobre a sentença do juiz Sérgio Moro é uma peça de propaganda, não de jornalismo, muito menos de análise de uma sentença.

Ela ignora lacunas na sentença do juiz de primeira instância, distorce ou ignora a natureza de documentos apresentados pela defesa bem como a opinião de juristas que apontam falhas na decisão de Sergio Moro. A propaganda opressiva da Globo contra Lula para influir em decisões da justiça contra o ex-presidente com fins políticos é inclusive um dos temas de comunicado feito ao alto comissariado da ONU de direitos humanos sobre as violações, públicas e notórias, cometidas por Sergio Moro contra Lula, como a divulgação pública de escutas ilegais e o grampo dos advogados do ex-presidente.

Ao longo de 13 minutos, o Fantástico tenta provar que a sentença de Moro faria sentido, ou seja: que Lula seria o dono do Tríplex do Guarujá e que este seria fruto de propinas na Petrobrás. Seriam 3 tipos de provas, segundo a Globo: documentais, periciais e testemunhais. A matéria tem várias mentiras e lacunas. Diz que a sentença começa analisando provas. Não. Há um longo início da sentença onde Moro tenta dizer ser imparcial para julgar Lula, se defendendo de atos como a condução coercitiva do ex-presidente, e a divulgação de telefonemas de sua família e de uma conversa grampeada ilegalmente entre Lula e Dilma.

Quando entra nas supostas provas documentais, Moro e a Globo listam um documento rasurado e um sem assinatura, ambos sem nenhum valor legal. O documento assinado e legal é do apartamento 141, que sempre foi devidamente declarado no imposto de rede do casal. A Globo não mostrou a escritura do apartamento 164-A, que está no nome da empresa OAS Empreendimentos, que construiu o prédio, nem a listagem desse apartamento como bem da empresa na recuperação judicial da companhia. Ou seja, o apartamento é propriedade da empresa, que era dono de qualquer apartamento não vendido.

Além disso os advogados provaram com documentos que os direitos econômicos e financeiros do tríplex estão vinculados, de forma específica, a financiamento junto a fundo gerido Pela Caixa econômica federal. Será dos credores da OAS, não de Lula, que Moro confiscara o imóvel. A propriedade (da OAS) e os direitos econômicos (do fundo FI-FGTS) não se confundem com a hipoteca do imóvel citada na matéria e provam que ele não é do ex-presidente Lula ou sua família, que cogitaram comprá-lo mas não o fizeram. A Globo cita o documento para parecer que ele foi contestado pelo juiz, mas nem a matéria, nem o juiz o contestam na sentença.

Das provas periciais, a perícia da Polícia Federal do documento rasurado mostrado na matéria não indica quem fez a rasura ou quando.

A Globo seleciona trechos de depoimentos da testemunha Mariuza Aparecida da Silva Marques e do réu absolvido Roberto Moreira, ignorando trechos mais fortes e concretos dos mesmos depoimentos que provam que a família de Lula jamais teve as chaves do imóvel, citando ao invés disso opiniões subjetivas da testemunha Mariuza, que não cabem em depoimento. Veja quando Mariuza confirma que o apartamento é da OAS, o que foi ignorado por Moro:

Ignora também no depoimento de Roberto Moreira, onde ele diz que se Lula não quisesse o apartamento, mesmo depois da reforma, ele seria vendido para outra pessoa. Ou seja, Lula era um comprador em potencial, não dono do imóvel, independente da reforma, paga, como diz a própria matéria, pela própria OAS. Veja você mesmo:

Além de não conseguirem provar que Lula, e não a OAS, é dona do imóvel no Guarujá, a Globo, como Sergio Moro, também é incapaz de demonstrar qualquer relação entre o imóvel, o ex-presidente e desvios na Petrobras.

Há apenas sobre isso uma afirmação sem provas de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS empreendimentos, que preso, busca um acordo de delação para obter benefícios judiciais por condenações anteriores. Nem Léo Pinheiro, nem nenhuma outra testemunha apontou participação de Lula em desvios da Petrobras. Moro usou para tentar criar um “domínio do fato” sobre Lula são declarações de encomenda e sem provas do ex-deputado Pedro Correa, que teve a delação anulada pelo ministro Teori Zavascki e Delcidio do Amaral, que citou o ex-presidente Lula sem provas quando estava preso para obter um generoso acordo de delação premiada. O próprio Ministério Público considera que Delcídio citou Lula para obter um acordo mais generoso de delação.

Depois de dois anos de investigação e mais de duas centenas de delatores não há provas contra Lula.

A Globo repete mil vezes que haveria provas para tentar que a mentira, pela repetição, supere a verdade. Assim como martela versões da sentença de Moro, não mostra os argumentos dos embargos apresentados pelos advogados, nem ouve os muitos juristas que discordam que a sentença de Moro seja correta.

Mas temos certeza que a justiça e a verdade irão prevalecer mais uma vez contra a mentira e o poder econômico-midiático.





Golpistas tentam conter golpe entre eles


Maia recebe Temer para jantar em tentativa de reaproximação após deslealdade pública


Postado em 18 de julho de 2017 às 11:21 pm

Do G1:


O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu o presidente Michel Temer na noite desta terça-feira (18) na residência oficial. O encontro durou cerca de duas horas.

Também compareceram à reunião alguns ministros, entre os quais Mendonça Filho (Educação), Bruno de Araújo (Cidades), Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), além do líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Segundo a colunista do G1 Andréia Sadi, o encontro foi sugerido por Temer e o pedido do presidente foi levado a Maia por Mendonça Filho, deputado licenciado do DEM.

Ainda de acordo com a colunista, o objetivo de Temer é desfazer o mal-estar causado após a operação do Palácio do Planalto para dissuadir deputados do PSB de migrarem para o DEM.

Durante esta terça, Temer e Maia participaram de reuniões nas quais tentaram atrair deputados insatisfeitos do PSB para o PMDB e o DEM, respectivamente.

Esses parlamentares, cerca de 10, segundo a líder do partido, Tereza Cristina (MS), apoiam as reformas do governo, mas, como o PSB decidiu fazer oposição a Temer, a postura deles gerou tensão dentro da legenda. Por isso, diz Tereza Cristina, há conversas para eles se filiarem a outras legendas.

Em entrevista exibida nesta segunda-feira (17) pela GloboNews, Rodrigo Maia reafirmou ao jornalista Roberto D’Ávila ser “leal” ao presidente Michel Temer e disse que se coloca como opção para a Presidência somente em “duas ou três eleições”.