terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Operação Condor e a ameaça de morte
Silêncio absoluto da mídia


"O jornal espanhol El Pais também noticiou a ameaça de morte. Mas, no Brasil, até agora, silêncio absoluto. O brasileiro Krischke, um dos ameaçados, é o líder do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Brasil, com sede em Porto Alegre." 
O fiscal da Corte do Uruguai, Jorge Díaz, que tem funções equivalentes às do procurador Rodrigo Janot no Brasil, encontrou em sua caixa de e-mails uma mensagem com ameaça de morte a ele e a mais 12 pessoas que lutam para que a violação aos direitos humanos que ocorreu durante as ditaduras militares na América do Sul sejam investigadas e os acusados, processados. 
Na lista das pessoas ameaçadas de morte, está o nome de um brasileiro, Jair Krischke. 
A notícia foi divulgada no dia 17 de fevereiro pelo site de notícias e análises políticas uruguaio Brecha, veículo que, no passado, quando era um semanário impresso, teve o escritor Eduardo Galeano como editor-chefe. 
No Uruguai, a notícia repercutiu até em programas de rádio, com um debate sobre as atividades de grupos remanescentes da ditadura. 
O jornal espanhol El Pais também noticiou a ameaça de morte. Mas, no Brasil, até agora, silêncio absoluto. O brasileiro Krischke, um dos ameaçados, é o líder do Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Brasil, com sede em Porto Alegre. 
No auge das ditaduras na América do Sul, Krischke ajudou a encontrar refúgio para perseguidos políticos de todo o continente. 
Contatado pelo Diário do Centro do Mundo, Krischke diz que pediu providências ao consulado do Uruguai em Porto Alegre e foi informado de que, de fato, existe a mensagem com o nome de jurados de morte e que ele está na lista. 
Agora, Krischke quer levar o tema para a Comissão de Direitos Humanos da OEA. 
“Não vou dizer que não tenho medo, mas temos que enfrentar essa situação e descobrir onde e como esses grupos ainda se mantêm em atividade”, afirmou Krischke. 
A investigação no Uruguai esbarrou numa primeira dificuldade: o e-mail partiu de uma conta usada no sistema de internet conhecido como Tor, que mantém seus usuários no anonimato. 
Aos 77 anos, casado, cinco filhos, proprietário de uma loja que herdou do pai em Porto Alegre, Krischke é respeitado internacionalmente por sua luta em defesa dos perseguidos pela ditadura e pela punição aos envolvidos em casos de tortura. 
Com o fim das ditaduras militares, Krischke teve atuação decisiva na localização de militares argentinos e uruguaios processados em seus países e foragidos no Brasil. 
Filho de alemão, Krischke tem uma atuação parecida com as atividades de judeus que buscaram ao redor do mundo nazistas acusados de crime contra a humanidade. 
Graças ao seu empenho pessoal, o general uruguaio Manuel Cordero foi localizado há alguns anos em Santana do Livramento e extraditado para a Argentina, onde foi processado pelo crime de tortura dentro da Operação Condor, rede que uniu ditaduras militares da América do Sul, inclusive a brasileira, na perseguição e repressão a opositores do regime. 
Cordero, que servia no Uruguai e fez intercâmbio nos porões de Buenos Aires, foi condenado a 25 anos de prisão e, já idoso, deve morrer na cadeia. 
Krischke também teve atuação decisiva na localização de outro militar uruguaio envolvido na Operação Condor, o coronel Pedro Antonio Mato Narbondo, que fugiu para o Brasil depois de processado em Montevideo. 
Ele também morava em Santana do Livramento, com nome ligeiramente alterado. No processo em que obteve cidadania brasileira, por ser filho de brasileira e casado com uma brasileira, passou a assinar Pedro Antonio Narbondo Mato. 
A Itália, que investiga a Operação Condor há quase 20 anos, pediu a extradição do coronel uruguaio e, por pouco, ele não escapou. 
O ministro Marco Aurélio Mello, invocando princípio da lei da anistia, negou a extradição, mas foi voto vencido e Narbondo Mato ou Mato Narbondo poderá ser extraditado. 
No momento, o coronel Narbondo cumpre prisão domiciliar no Brasil – o que, na opinião de Krischke, é um absurdo, já que o expediente da prisão domiciliar não se aplicaria a um caso de extradição. 
Krischke já esteve na Itália e em Buenos Aires para prestar depoimentos sobre a ação dos militares envolvidos em tortura. Também ajudou na localização do filho de uma militante argentina entregue para a adoção depois que sua mãe lhe deu à luz. 
Na preservação da memória do terror de Estado, Krischke implantou na cidade de Porto Alegre, em convênio com a prefeitura da cidade, um projeto que identifica com uma pedra na calçada os imóveis utilizados para violação de direitos humanos, como casas de tortura. 
Atitude parecida existe na Alemanha, para que o passado não enterre o horror do nazismo. 
Esse projeto resultou num “convite” para que conversasse com dois militares de alta patente do Sul a respeito do que pretendia com a colocação das pedras. 
“O senhor não vai colocar pedras no meu quartel, vai?”, perguntou um deles. 
“Eu não sabia que o senhor era dono de quartéis. Pensei que fossem da República”, respondeu. 
A conversa se estendeu das 19 horas até 1 da madrugada. Krischke explicou que sua ação não era contra os militares, mas em defesa da dignidade humana. 
Ele prefere manter o nome dos militares de alta patente em sigilo, dado o caráter informal da conversa, mas cita o encontro para demonstrar que os militares estão ativos na defesa do que fizeram quando governaram o Brasil. Não foram colocadas pedras na frente dos quartéis. 
Segundo Krischke, os militares ainda têm atuação decisiva nos países do Cone Sul – menos na Argentina, mais no Brasil, no Uruguai e no Chile. A diferença em relação à Argentina e ao Uruguai é que lá as ditaduras militares são temas de debates abertos, enquanto, no Brasil, o assunto permanece quase como tabu. 
Foi nas ações de trazer ao presente as memórias do passado – para que nunca mais se repitam erros – que se encontra a origem da ameaça de morte agora investigada no Uruguai. 
O grupo que enviou a mensagem ao procurador Jorge Díaz se intitulou Comando General Pedro Barneix. O nome do grupo é uma referência ao oficial que se suicidou em setembro de 2015, quando seria preso, por ordem judicial, pelo envolvimento na tortura e morte do militante de esquerda Aldo Perrini, em 1974. 
Barneix era então um jovem tenente do Batalhão de Infantaria de Colonia, Uruguai, onde Aldo se encontrava preso. 
Barneix teve o nome relacionado ao caso de tortura e morte depois que atuou numa comissão para localizar desaparecidos políticos e foi criticado pelos resultados pífios. 
Apesar disso, era considerado um militar de confiança do primeiro governo de Tabaré Vasquez, considerado de esquerda, e foi cotado para assumir o Ministério da Defesa. 
Implicado na morte do militante Aldo, o general Barneix foi convocado a depor, mas se recusou. A Justiça, então, mandou busca-lo à força. Quando os policiais estavam na porta de sua casa, se matou com um tiro na cabeça. 
Alguns meses depois, o Grupo de Investigação de Arqueologia Forense, que identificava ossadas humanas que poderiam ser de desaparecidos políticos, foi invadido e teve arquivos levados embora. 
A polícia ainda não identificou os invasores, mas, com a ameaça de agora, se reforça a suspeita de que seja o mesmo grupo. 
Diz a mensagem enviada ao procurador Jorge Díaz: “O suicídio do general Pedro Barneix não ficará impune, nem se aceitará mais nenhum suicídio por processos injustos. Para cada suicídio a partir de agora, mataremos três escolhidos aleatoriamente na seguinte lista (e seguem-se os nomes)”. 
A mensagem enviada para a caixa postal do fiscal da Corte do Uruguai é interpretada pelas vítimas da ameaça do Comando General Pedro Barneix como uma evidência de que o ninho da Operação Condor não desapareceu por completo. 
E também como prova de que os ovos gestados naquela época se transformaram em serpentes. 

Fnac anuncia que vai sair do Brasil



"Fnac empresa francesa tem cerca de dez unidades em funcionamento no Brasil"




A distribuidora de produtos eletrônicos, culturais e eletrodomésticos francesa Fnac Darty anunciou nesta terça-feira que irá se retirar do Brasil, ao mesmo tempo em que indicou que a companhia havia registrado um resultado líquido em equilíbrio (zero) em 2016.

Apesar deste resultado, o grupo afirmou que suas vendas e sua rentabilidade têm aumentado.

A Fnac Darty anunciou a intenção de vender a filial brasileira. O grupo “começou um processo ativo para buscar um sócio que dê lugar à retirada do país”, segundo um comunicado.

A Fnac está presente no Brasil desde o fim dos anos 1990, mas, há alguns anos, já tinha apontado dificuldades para atingir um nível crítico no país.

O Brasil representa menos de 2% do volume de vendas total da Fnac, que possui cerca de uma dezena de lojas no país.


Golpe destrói a imagem do Brasil no exterior



A imagem do Brasil nunca foi tão negativa, quanto em 2016, ano do golpe parlamentar liderado por Eduardo Cunha, que colocou Michel Temer no poder; nada menos que 81% das reportagens sobre o País publicadas em 14 veículos internacionais foram negativas; este levantamento, que começou a ser feito pela empresa Imagem Corporativa em 2009, revela que o Brasil foi do céu ao inferno; em 2009, no auge do governo Lula, nada menos que 80% das reportagens eram positivas; autodestruição brasileira foi decisiva para a contaminação da imagem do País, assim como o assalto à democracia; na opinião do escritor português Miguel Sousa Tavares, o impeachment foi uma assembleia de bandidos presidida por um bandido.

247 – O Brasil, que em 2009, no auge do governo Lula, era um dois países mais admirados do mundo, hoje é um dos mais desprezados, depois do golpe parlamentar liderado por Eduardo Cunha, que colocou Michel Temer no poder.

No ano passado,nada menos que 81% das reportagens sobre o País publicadas em 14 veículos internacionais foram negativas.

Este levantamento, que começou a ser feito em 2009 pela empresa Imagem Corporativa em 2009, revela que o Brasil foi do céu ao inferno.

No primeiro ano da pesquisa, nada menos que 80% das reportagens eram positivas.

Esse processo de autodestruição nacional foi decisivo para a contaminação da imagem do País, assim como o assalto à democracia.

Na opinião do escritor português Miguel Sousa Tavares, o impeachment foi uma assembleia de bandidos presidida por um bandido.

Com Temer, o Brasil já teve oito ministros que deixaram o cargo por suspeitas de corrupção e o País ainda passou o vexame de ver seu ministro da Cultura, Roberto Freire, agredir Raduan Nassar, o maior escritor brasileiro vivo, durante a entrega de um prêmio literário binacional.



Era Temer vira BBB da corrupção e terá acareação Yunes - Funaro


O governo de Michel Temer pode se transformar num Big Brother da corrupção brasileira; o empresário José Yunes, que usou uma expressão do tráfico de drogas e disse ter sido "mula" de Eliseu Padilha, ministro licenciado da Casa Civil, aceitou a proposta de Lucio Funaro, operador de Eduardo Cunha, para uma acareação; o pano de fundo dessa história é o pedido de R$ 10 milhões feito por Temer à Odebrecht em pleno Palácio do Jaburu, que ajudou a pagar 140 deputados, segundo Funaro teria relatado a Yunes; ou seja: tanto a eleição de Cunha para a presidência da Câmara como o impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff foram feitos com votos comprados pela turma de Temer.





segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Aecio Neves Responsável pelo Golpe que Arruinou o Brasil

Brasil refém do PSDB

Rui Falcão: É hora de cessar a parcialidade nos julgamentos
e libertar Vaccari, Dirceu e Palocci




Para o presidente do PT, é preciso dar um fim à perseguição politica promovida por certos juízes e procuradores e libertar Vaccari, Dirceu e Palocci
 27/02/2017 11h32
A soltura do ex-goleiro do Flamengo, Bruno de Souza, semana passada, por decisão liminar do ministro do STF, Marco Aurélio Mello, deveria levar a uma revisão geral nas decisões recentes da Suprema Corte nos requerimentos de habeas corpus sistematicamente denegados.
Como se recorda, Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de reclusão por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver da ex-amante Eliza Samudio. Estava preso há 6 anos e 7 meses, sem que fossem apreciados seus recursos de apelação.
Em despacho memorável, o ministro Marco Aurélio escreveu que a prisão preventiva decretada pelo Tribunal do Júri de Contagem (MG), de primeira instância, não se sustentava, pois, a despeito da opinião pública contrária ao réu, o “clamor popular não é suficiente” para negar o direito de responder em liberdade.
“A esta altura, sem culpa formada”, disse o ministro, “o paciente está preso há 6 anos e 7 meses. Nada, absolutamente nada, justifica tal fato. A complexidade do processo pode conduzir ao atraso na apreciação da apelação, mas jamais à projeção, no tempo, de custódia que se tem com a natureza de provisória”.
Vale lembrar que cerca de 40% dos mais de 600 mil presos nas penitenciárias brasileiras (na maioria jovens e negros) ali permanecem sem julgamento, a maioria sem culpa formada, escancarando as falhas do sistema judiciário brasileiro, consagrando a injustiça e favorecendo a proliferação de organizações criminosas.
Diante do excesso de prisões preventivas, sem motivo e prolongadas no tempo para forçar delações, o rigor jurídico do ministro Mello para um homicida confesso deveria estender-se ao conjunto das sentenças do STF. Afinal, por que manter presos João Vaccari, José Dirceu e Antônio Palocci – e há outros em situação semelhante — contra os quais só existem delações e nenhum prova consistente?
É hora de cessar a parcialidade nos julgamentos, dar um fim à perseguição politica promovida por certos juízes e procuradores e libertar Vaccari, Dirceu e Palocci.
Rui Falcão é presidente nacional do PT



Projeto, adiado pela primeira vez por d. Pedro 2º, foi uma das promessas das campanhas de 1994 e 1998 FHC, que desiste de transpor o rio São Francisco




THOMAS TRAUMANN
DA REPORTAGEM LOCAL 

O presidente Fernando Henrique Cardoso desistiu de realizar a transposição do rio São Francisco, uma das suas promessas eleitorais das campanhas de 1994 e 1998. A decisão foi comunicada a assessores e parlamentares, segundo apurou a Folha.

Oficialmente, a obra, orçada em R$ 3 bilhões, só não começou porque aguarda há dez meses a autorização do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis). A construção continua incluída no Avança Brasil, o programa de obras do governo federal, e tem R$ 200 milhões previstos no Orçamento deste ano.

Mas, na prática, a transposição não sairá do papel.

Planejado e adiado desde o reinado de d. Pedro 2º, o projeto de transposição previa a construção de uma espécie de rio artificial que levaria, por canais de irrigação, as águas da bacia do São Francisco na divisa entre Pernambuco e Bahia para o próprio Pernambuco, além de Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

A Folha apurou que, para evitar choque com as bancadas dos Estados beneficiados, o governo poderá manter a obra em suas previsões para o ano que vem. Mas será jogo de cena.

Na realidade, o governo vai substituí-lo por um plano de incentivo à agricultura familiar e ao plantio de árvores nas margens do rio São Francisco, orçado em R$ 70 milhões. A maior parte das margens do rio sofre com desmatamento e assoreamento. O dinheiro já foi liberado para o Ministério da Integração Nacional, mas é disputado também pelo Ministério do Meio Ambiente.

Nos últimos três anos, estudos de engenharia, viabilidade técnica, impacto ambiental e audiências públicas sobre a obra consumiram cerca de R$ 4 milhões.

"Agora não dá"

A decisão de abandonar o projeto da transposição foi transmitida pelo presidente nas últimas semanas a assessores e parlamentares. Nas conversas, o presidente usou como razão a atual seca no Nordeste, que reduziu a vazão do São Francisco para os níveis mais baixos dos últimos 30 anos.

Repetiu o argumento em entrevista publicada na sexta-feira no jornal "Correio Braziliense": "Transposição, agora, não dá. Não tem água no São Francisco", disse o presidente.
Na assessoria do Planalto, são enumerados outros quatro motivos para descartar a transposição. O primeiro é circunstancial. Segundo o próprio relatório de impacto ambiental encomendado pela Integração Nacional, a obra pode derrubar em até 10% a produção de energia da Chesf (a central hidrelétrica que utiliza as águas do rio) entre os reservatórios de Itaparica e Xingó.

Seria um efeito colateral politicamente indefensável em tempos de racionamento de energia.

Outra causa é política: o último grande defensor da idéia no governo, Fernando Bezerra (PTB-RN), foi defenestrado em maio do ministério da Integração. Seu substituto, Ramez Tebet (PMDB-MS), não tem interesse no projeto nem base eleitoral no Nordeste.

Além disso, a construção tem oposição dos políticos da Bahia, Sergipe e Alagoas -os Estados de onde a água sairia para chegar a Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.

O terceiro motivo foram os seguidos adiamentos do projeto no governo FHC. Mesmo se as obras começassem amanhã, em ritmo acelerado, dificilmente FHC conseguiria inaugurar ainda como presidente o primeiro dos seis trechos da transposição.

Os assessores palacianos informaram que seria contraproducente o governo iniciar uma obra tão gigantesca sem saber se teria apoio do próximo presidente.

Por último, FHC disse nas conversas que o governo não tem dinheiro. Os R$ 3 bilhões estimados para a transposição equivalem ao orçamento anual da Eletrobrás. Os defensores da transposição argumentam que o governo federal gastou R$ 850 milhões para combater os efeitos da seca de 1999.



PEC de Jucá blinda membros da linha sucessória presidencial


Jornal GGN - Nesta quarta-feira (15), o senador Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou uma Proposta de Emenda à Constitucional (PEC 3/2017) que suspende investigações contra os membros da linha sucessória presidencial, como o presidente da Câmara dos Deputados.

A PEC do líder do governo no Congresso é similar a um dispositivo constitucional que protege o presidente da República de investigações por atos cometidos fora do mandato. A iniciativa protege os chefes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal das ações da Procuradoria-Geral da República e do STF enquanto o investigado estiver comandando o Poder Executivo, no caso de impedimento de todos os outros na linha sucessória. 

A proposta blindaria os presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) contra investigações por eventuais crimes cometidos antes do início de fevereiro, quando eles iniciaram seus mandatos para os próximos dois anos. 

Eunício Oliveira, Rodrigo Maia e Jucá são citados nas delações premiadas dos executivos da Odebrecht na Operação Lava Jato, que agora estão sob análise do Supremo. 

O peemedebista conseguiu o apoio de senadores como Aécio Neves, presidente do PSDB, Aloysio Nunes (PSDB-SP), Edison Lobão (PMDB-BA), que preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), ex-presidente do Senado. 

Jucá justifica a proposta afirmando que a suspensão das investigações do presidente da República pelo STF garante estabilidade diante de crises, dizendo também que o objetivo não é blindar o chefe do Executivo. 

“Não se trata, aqui, de imunizar membros de poderes da República ou de criar artifícios para impedir que respondam por seus atos. O que se faz é assegurar que as pessoas que possam substituir ou suceder o presidente da República desfrutem da estabilidade necessária ao exercício de suas funções”, afirma o senador. 

Paulo Bauer (SC), líder do PSDB no Senado, afirmou que, apesar dos tucanos terem assinado a PEC, isso não significa que eles irão apoiá-la, dizendo que não há qualquer compromisso de sua bancada com a aprovação do projeto e que o tema não foi debatido entre eles. 


Com informações do Congresso em Foco


Por que o governo Temer segue vivo após tantas denúncias?



 por Leonardo Sakamoto

Todos os presidentes após a redemocratização poderiam ter sofrido impeachment. Haveria razões para tanto – ou elas nasceriam pelas mãos da inventividade política. Isso não aconteceu porque contaram com o apoio político do Congresso Nacional e o respeito do Supremo Tribunal Federal.

Um impeachment de Temer é, ainda hoje, algo impensável. Uma parte considerável dos deputados federais, senadores e da classe política deposita nele a esperança de que poderá frear, de alguma forma, a operação Lava Jato, impedindo-os de ir para o xilindró ou devolver milhões roubados. Menos impensável, mas ainda assim remota, é a chance de cassação da chapa Dilma-Temer durante a gestão Gilmar Mendes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Até aí, nada de novo.

Mas pouco se fala da segunda perna desse apoio, que vem de uma parte da elite econômica. Empresários brasileiros e estrangeiros têm condicionado seu apoio ao governo Michel Temer à aprovação de reformas que combatem a crise econômica jogando a fatura no colo dos mais pobres ao mesmo tempo que usam a própria crise como justificativa a fim de reduzir a parte do Estado que atende às necessidades da xepa humilde, protegendo os mais ricos via manutenção de altos subsídios e baixa carga tributária de sua renda e seu patrimônio.

Esse grupo, na prática, mostra não se incomodar tanto com a corrupção desde que a missão seja cumprida. Até porque, pelo que mostram as delações, a lama já chegou ao Pato Amarelo, o que deve impedi-lo de voar.

Quando a imprensa divulga que um depoimento de José Yunus, grande amigo de Michel Temer, reforça o envolvimento de seu ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, em uma suspeita de falcatrua e joga suspeição sobre o comportamento do próprio Temer, em uma trama que envolve doleiros, muito dinheiro e Eduardo Cunha, era de se esperar que os empresários se revoltassem tanto quanto se revoltaram com as falcatruas do governo do PT. Mas enquanto a encomenda estiver sendo entregue, ninguém ouve, ninguém fala, ninguém vê.

Ninguém nem pensa em pedir a cabeça do governo, que poderia ser entregue de bandeja pelo Congresso Nacional na tentativa de apaziguar a gritaria na esfera pública, ''num grande acordo'', da mesma forma que aconteceu com Dilma Rousseff.

Por isso a resposta do título desse texto não passa pelo que o Congresso Nacional, a cúpula do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, grandes empresários e os milhões que foram às ruas pedir o impeachment de Dilma Rousseff devem ou não fazer. Eles seguem tocando suas vidas e perseguindo seus objetivos. Perde tempo, na minha opinião, quem cobra deles uma ação no sentido de encabeçar uma ação que deveria estar sendo feita por outros descontentes.

De acordo com pesquisas de opinião aplicadas sobre os manifestantes, os perfis dos favoráveis e dos contrários ao impeachment foram mais parecidos entre si do que com o restante da sociedade, tornando-os mais próximos de uma elite social e econômica. O povão, em sua maioria, não foi à rua. Muito menos a maioria dos jovens que coalharam as cidades brasileiras em junho de 2013, ao contrário do que bradam organizações que dizem falar em nome deles.

Durante o processo de impeachment, pesquisas mostraram que as razões pela insatisfação com o governo Dilma eram diferentes entre os mais ricos (que eram maioria nas manifestações de rua, reclamavam da corrupção, defendiam uma redução do Estado menor e tinham natureza antipetista) e os mais pobres (que passaram a querer sua saída, mas porque a economia estava ruim e o Estado não estava sendo suficientemente grande para garantir um colchão melhor de proteção social). Ou seja, a maioria amorfa em nome do qual tudo é feito, mas que raramente se beneficia do Estado, continuou onde sempre esteve: trabalhando pelo bem-estar de uma minoria e assistindo a tudo bestializado pela TV.

A grande pergunta é se algo (o aprofundamente do desemprego ou uma reforma da Previdência Social mais dura com os pobres, por exemplo) ou alguém será capaz de mobilizar o povão para levá-lo às ruas.

Se esse pessoal resolver dizer basta às castas de políticos corruptos, de elites econômicas sanguessugas e de demagogos violentos e antidemocráticos, percebendo que, crise após crise, são eles que pagam o pato num país em que lucros ficam com o andar de cima e prejuízos com o andar de baixo, acho que, como já disse aqui, o país entra em nova fase. Se melhor (com a população sendo protagonista de sua vida) ou pior (com a chegada de um ''salvador'' que, não se engane, podará direitos ao invés de garanti-los), não saberia dizer.


Luis Nassif: PSDB se prepara para entrar no 2º tempo do golpe

Publicado originalmente em bloglimpinhoecheiroso

Luis Nassif, via Jornal GGN em 22/2/2017 PEÇA 1 – O FATOR ALEXANDRE DE MORAES 
Analise-se, primeiro, a ficha de Alexandre de Moraes: 1) Suspeitas de captar clientes entre grupos beneficiados por ele enquanto Secretário de Administração da gestão Gilberto Kassab na prefeitura de São Paulo. 2) Estimulador da violência inaudita… 
Luis Nassif, via Jornal GGN em 22/2/2017 

PEÇA 1:
O FATOR ALEXANDRE DE MORAES

Analise-se, primeiro, a ficha de Alexandre de Moraes: 
  1. Suspeitas de captar clientes entre grupos beneficiados por ele enquanto Secretário de Administração da gestão Gilberto Kassab na prefeitura de São Paulo. 
  2. Estimulador da violência inaudita da PM paulista contra estudantes secundaristas, inclusive permitindo o trabalho de grupos de P2 contra adolescentes. 
  3.  Autor de um plano de segurança condenado unanimemente por todos os especialistas no tema. 
  4. Acusação de plágio em suas obras e uma resposta ridícula, na sabatina do Senado: a de que manifestações em sentenças de Tribunais superiores (no caso, da Espanha) não contempla direito autoral. Ora, ele copiou as manifestações sem aspas – isto é, apropriou-se do texto copiado. 
  5. Nenhuma dúvida sobre a parcialidade com que irá se conduzir no Supremo Tribunal Federal (STF). 
O que explicaria, então, a quantidade… 


Ver o post original 820 mais palavras 

Além de Padilha e Temer, denúncia de Yunes compromete Moro




O depoimento que José Yunes prestou ao MP assumindo-se como simples “mula” para transportar os R$ 4 milhões da propina da Odebrecht destinada a Eliseu Padilha, é demolidor para o governo golpista.

A denúncia do amigo de mais de meio século do Michel Temer põe luz sobre acontecimentos relevantes da história do golpe, e pode indicar que os componentes do plano golpista foram estruturados em pleno curso da eleição presidencial de 2014:

1. a Odebrecht atendeu o pedido do Temer, dos R$ 10 milhões [os R$ 4 milhões ao Padilha são parte deste montante] operados através de Lucio Funaro, ainda durante o período eleitoral de 2014;

2. mesmo sendo o candidato a vice-presidente da Dilma, na campanha Temer trabalhava pelo esquema do Eduardo Cunha [que na eleição apoiou Aécio Neves, e não a chapa do seu partido, o PMDB], que tinha como meta eleger uma grande bancada de deputados oposicionistas ao governo Dilma;

2. a organização criminosa financiou com o esquema de corrupção a campanha de 140 deputados para garantir a eleição de Eduardo Cunha à Presidência da Câmara;

3. Lúcio Funaro, tido até então exclusivamente como o “operador do Eduardo Cunha”, na realidade também atuava a mando de Eliseu Padilha e, tudo indica, de Michel Temer – José Yunes diz que Temer sabia tudo sobre o serviço de “mula” que Padilha lhe encomendara;

4. em janeiro/fevereiro de 2015, na disputa para a presidência da Câmara, embora em público Temer dissimulasse uma posição de “neutralidade”, nos subterrâneos trabalhou pela eleição do Cunha;

5. mesmo sendo vice-presidente da Presidente Dilma, o conspirador conhecia o plano golpista desde sempre, e participou desde o início da conspiração para derrubá-la. O primeiro passo, como se comprovou, seria dado com a vitória do Eduardo Cunha à presidência da Câmara para desestabilizar o ambiente político, implodir os projetos de interesse do governo no Congresso e incendiar o país.

A denúncia de Yunes reabre o questionamento sobre a decisão no mínimo estranha, para não dizer obscura e suspeita, do juiz Sergio Moro. Em despacho de 28/11/2016, Moro anulou por considerar “impertinentes” as perguntas sobre José Yunes que o presidiário Cunha endereçou a Temer, arrolado como sua testemunha de defesa.

Moro tem agora a obrigação de prestar esclarecimentos mais convincentes e objetivos que o argumento subjetivo de “impertinência”, alegado no despacho. Caso contrário, ficará a suspeita de ter prevaricado para proteger Temer e encobrir o esquema criminoso que derrubaria o governo golpista. Afinal, sabendo do envolvimento direto de Michel Temer no esquema criminoso, Moro teria agido para ocultar o fato?

A cada dia fica mais claro que o Brasil está dominado pela cleptocacia que assaltou o poder de Estado com o golpe. O melhor que Temer faria ao país seria demitir toda a corja corrupta – a começar pelo Eliseu Padilha – e renunciar, porque perdeu totalmente a confiança política e a credibilidade.

A permanência ilegítima de Temer na cadeira presidencial é um obstáculo instransponível à recuperação do Brasil, que assim seguirá o caminho acelerado do abismo.



“É incestuosa a relação do governo Temer com as Petroleiras”, diz presidente do Conselho de Ólleo e Gás



Em entrevista exclusiva ao 247, o empresário Cesar Prata, presidente do Conselho de Óleo e Gás, da Abimaq, denuncia a existência de uma relação incestuosa entre o governo de Michel Temer e as grandes petroleiras internacionais, como Shell, Exxon, Chevron, Total e Stataoil, que estão interessadas no pré-sal; “Praticamente acabaram com a exigência de conteúdo nacional no setor de óleo e gás”; segundo ele, no momento em que o mundo se torna mais protecionista, o Brasil decidiu andar na contramão e escancarar seu mercado; ele afirma que 1 milhão de empregos serão perdidos com o fim do conteúdo nacional e diz que os empresários foram “iludidos e traídos” por Temer; confira a íntegra

Brasil 247 e Tribuna Hoje– O petróleo parece mesmo ter sido a motivação central para o golpe contra a democracia brasileira, deflagrado em 2016. Isso porque as primeiras vítimas do novo regime foram o antigo modelo de partilha na exploração do pré-sal, sob o comando da Petrobras, e a política de conteúdo nacional, que favorecia as indústrias nacionais, que fornecem equipamentos para a indústria de óleo e gás.

Com Temer, a Petrobras cedeu campos do pré-sal para companhias internacionais, como Total e Statoil, mudou o modelo de partilha para concessão e, agora, escancarou a cadeia produtiva do setor, acabando com a política de conteúdo nacional. Com isso, empresas estrangeiras não apenas poderão explorar o pré-sal, como poderão trazer plataformas de

Tal decisão revoltou os empresários do setor, que já estimam o corte de 1 milhão de empregos, num Brasil, que, com Temer, foi a 13 milhões de desempregados. “É um absurdo completo”, diz Cesar Prata, presidente do conselho de óleo e gás, da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em entrevista aos jornalistas Leonardo Attuch e Paulo Moreira Leite. “No momento em que o mundo se torna mais protecionista, para proteger seus empregos, o Brasil decidiu ir na contramão”, afirma.

Prata afirma ainda que os empresários foram “iludidos e traídos” pelo governo Temer e pelo ex-chanceler José Serra. “O que se comenta no mercado é que há uma relação promíscua entre este governo e as empresas internacionais de petróleo”, afirma.

O empresário diz ainda que, antes de se licenciar, o ministro agora licenciado Eliseu Padilha marcou uma reunião com os empresários do setor para debater a política de conteúdo nacional. No entanto, antes disso, o governo já exibia um vídeo, em Houston, meca do petróleo nos Estados Unidos, vangloriando-se do “liberou, geral” no setor (confira aqui).

Cesar Prata diz ainda que a destruição do setor de óleo e gás e da engenharia brasileira representa a volta a um projeto de Brasil colônia. Assista, no link a seguir, à sua entrevista.




Carnaval da Globo não tem “Fora Temer”




Deu no Conversa Afiada que reproduz artigo do Blog do Altamiro Borges:


O Jornal Nacional deste sábado (25) fez uma ampla cobertura sobre o carnaval de rua em todo o país e conseguiu esconder os inúmeros protestos contra o covil golpista. Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Salvador foram destaques em três blocos do telejornal de maior audiência da tevê brasileira. Mas a TV Globo simplesmente omitiu o “Fora Temer” gritado por centenas de milhares de foliões. Na Praça Campo Grande, por exemplo, a banda System puxou um gigantesco coro contra o usurpador diante do camarote do prefeito de Salvador, o demo ACM Neto. Não saiu nada no JN. Já no tradicional Pelourinho, o cantor Caetano Veloso apareceu de surpresa, cantou a música “Alegria, alegria” e foi acompanhado de um alegre refrão contra o Judas. Também nada no JN.

A mesma cena se repetiu nas outras capitais. A TV Globo simplesmente censurou os protestos. A irreverência dos carnavalescos só não se perdeu graças à internet, que viralizou dezenas de vídeos das manifestações, e à cobertura da mídia alternativa. O jornal Brasil de Fato tem postado várias matérias sobre as manifestações de rebeldia. Segundo relata o jornalista Wallace Oliveira, o “Fora Temer” está incendiando o carnaval em Belo Horizonte. “Me beija que eu não sou golpista”. Com esse lema, o protesto contra o governo não eleito de Michel Temer (PMDB) tomou as ruas da capital mineira, unindo a alegria do carnaval à consciência política”.

“A história começou há alguns meses. Em abril de 2016, no auge do processo de impeachment contra a presidenta eleita Dilma Rousseff, um grupo de fiscais da receita estadual se uniu para lutar contra o golpe e a fragilização da democracia. De lá para cá, ele produziu milhares de materiais de agitação, como cartazes, faixas, camisas e adesivos, espalhando o ‘Fora, Temer’ por todo canto da cidade. Para o carnaval, o grupo produziu mais de 260 mil adesivos e está entregando kits ‘Fora, Temer’ para 30 blocos. Cada kit contém 1.000 adesivos com a logo do bloco e mais mil adesivos genéricos, além de outros materiais. O grupo financia seu trabalho vendendo camisetas, abadás e panos de chão”.

Irreverência e protestos nas capitais

Já a jornalista Fania Rodrigues dá detalhes sobre vários blocos de rua do Rio de Janeiro. “A política também caiu no samba e os blocos de esquerda estão na boca do povo… Sem dúvida o mais esperado pelos foliões é o Bloco Fora Temer. No evento do Facebook mais de 20 mil pessoas demonstraram interesse e confirmaram presença na atividade na Cinelândia. O Bloco Fora Temer marca a abertura do Carnaval carioca, nessa sexta-feira (24), em grande estilo. Na verdade, esse é um evento de união de vários blocos já consagrados, entre eles estão os Boêmios da Lapa, Bloco dos Bancários, Meu Bem, Volto Já, entre outros. Nas redes sociais, os organizadores assim definem o perfil desse bloco dos blocos. ‘Somos bem alegres e irreverentes, contra o golpe de 2016 e o atual governo entreguista que quer retirar direitos do povo brasileiro com retrocessos trabalhistas e previdenciários'”.

Também no jornal Brasil de Fato, a repórter Elen Carvalho descreve a folia em Pernambuco – com a “embriaguez dos diversos frevos, o batuque dos maracatus, as marchinhas e cores dos blocos líricos, a imensidão dos bonecos gigantes, o calor de sol e de gente no Galo da Madrugada”. Entre os maiores blocos, ela cita o “Eu acho é pouco”, fundado em 1976, “que no espírito da defesa da democracia tem estampado na camisa deste ano o ‘Fora Temer'”. Segundo o professor e designer gráfico Rafael Efrem, “o bloco Eu Acho é Pouco sempre se declarou de esquerda. Ele tem essa característica de unir as pessoas de esquerda de Pernambuco desde seu surgimento. Então, acho extremamente necessário, mesmo um bloco de carnaval, que a priori estaria aí para a folia tão plena e loucamente, demonstrar publicamente essa tomada de posição. O Fora Temer precisa estar presente também no Carnaval”.

Há ainda o relato da repórter Nadine Nascimento sobre os mais de 70 blocos que decidiram protestar na capital paulista. “Se os blocos de carnaval de rua de São Paulo assumiram um papel importante nos últimos anos, ocupando o espaço público e revertendo a visão que se tinha sobre a festa na cidade, neste ano eles marcam posição também no âmbito político. Blocos populares e tradicionais como Vai Quem Qué, Bloco da Abolição, Jegue Elétrico e Ilú Obá de Min, articulados através do Arrastão dos Blocos, protestam juntos contra possíveis mudanças no carnaval de rua da cidade. O Arrastão reúne mais de 70 blocos de carnaval da capital paulista. A articulação se iniciou pela primeira vez em abril de 2016 para defender a democracia e protestar contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Em 2017, voltam às ruas utilizando a música para defender a própria festa”.

Doria foi varrido do sambódromo

Como se observa, o protesto político – em especial, o “Fora Temer” – já é uma marca do carnaval de rua de 2017. A TV Globo, porém, preferiu esconder este fato dos seus alienados telespectadores. Até na reportagem do JN deste sábado sobre a abertura do desfile das escolas de samba de São Paulo, a emissora escondeu o protesto contra o prefeito “cinzento” João Doria. Os âncoras do telejornal até parece que não leram uma notinha publicada no próprio jornal O Globo, da mesma famiglia Marinho:

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“Passava pouco das 23 horas quando o prefeito de São Paulo, João Doria, chegou ao Anhembi para acompanhar os desfiles da primeira noite das escolas de samba do Grupo Especial. A princípio, disse que sambar seria um “risco muito alto” a tomar. Mas, assediado continuamente, o prefeito se soltou, arriscou soquinhos no ar ao lado de uma ala da agremiação Tom Maior e, depois da passagem da escola, pegou uma vassoura e deu varridas na passarela do samba. Ensaiou passos de samba, levantou a vassoura pro ar ao lado de garis até que o coro da arquibancada tomou forma:

– Ei, Doria, vai tomar no c…

O tucano foi rapidamente retirado de cena pelos assessores e seguranças.

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Nem este singelo protesto foi citado pelo âncora Heraldo Pereira. Haja manipulação!




domingo, 26 de fevereiro de 2017

Marchinha Me Grafita que eu tô Bege
Precisa explicar?

Bloco Sereias da Guanabara se diverte e grita Fora Temer

Na abertura do carnaval do Rio de Janeiro, o Bloco Popular Fora Temer foi o destaque



Com muita alegria e irreverência os participantes já na concentração na escadaria do Theatro Municipal do Rio expressavam seu descontentamento com o governo neoliberal de Michel Temer que implementa de forma antidemocrática uma agenda de desmonte do estado social no Brasil garantido na constituição de 1988, com proposta de retrocessos trabalhista e previdenciários. Além disso, os presentes também demonstraram sua insatisfação com a crise financeira do Estado do Rio Janeiro que provoca atraso de salários do funcionalismo ativo e inativo, a venda da Cedae, o abuso aos direitos humanos e indígenas, anulação do impeachment e pela volta da presidenta Dilma Rousseff à Presidência da República, entre outros temas.

O evento que recebeu apoio de sindicatos e centrais sindicais contou com a adesão de entidades representativas de movimentos como de Mulheres, LGBTs e Negro:

Sisejufe,Sindicato dos Moedeiros,Sintsaude, Sindpetro NF, Sindipetro-RJ, Sindipetro Baixada, Sindicato dos Comerciários-RJ, Senge, Bancários Baixada, Federação dos Bancários, CUT-RJ, Axé pela Democracia, Sindmetal- RJ, TransRevolução, Rede Articulação Brasileira de Gays Artgay, Central Nacional LGBT, CMP LGBT, Setorial LGBT do PT.

A programação artística, iniciada a partir de 17:30, apresentou na abertura do ato o grupo de afoxé, o ‘Axé Pela Democracia’ seguido pela a Banda de Fanfarra da Harmonia e componentes da bateria da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel. A marchinha ‘Larga o Osso’, hino oficial do bloco, cantado por Maíra Santafé e Nelson Christo (autor) deu o tom da festa que teve o cortejo foi encerrado na Lapa

De forma direta e indireta integraram na inciativa: ‘Boêmios da Lapa’, ‘Bloco dos Bancários’, ‘Bloco de Segunda’, ‘Bloco Berço do Samba ‘,‘Meu Bem Volto Já’, ‘Largo do Machado, Mas Não Largo do Copo’, ‘Bloco Largo do Machadinho, Mas não Largo do Suquinho’; ‘Bloco dos Impussivi’ ‘Bafafá’, ‘Bloco Carmelitas’, ‘Bloco Tá Pirando, Tá pirado, Pirou’;‘Põe na Quentinha?’, ‘Ocupa Carnaval’, ‘OcupaMinc-RJ’,’Reage Artista’, ‘Bloco Os Infiéis’, ‘Banda da Harmonia, ‘Prata Preta’, ‘Bloco Sociedade Embaixadores da Folia’, “Botequim Vaca Atolada’,’Bloco Damasco Seco de Maricá’, ‘Volta Pra Quê?’, ‘Inimigos do Império’ , Bloco Égua de Lumiar, e ‘Comuna que Pariu’, entre outros.










Além de Padilha e Temer, denúncia de Yunes compromete Moro




O depoimento que José Yunes prestou ao MP assumindo-se como simples “mula” para transportar os R$ 4 milhões da propina da Odebrecht destinada a Eliseu Padilha, é demolidor para o governo golpista.

A denúncia do amigo de mais de meio século do Michel Temer põe luz sobre acontecimentos relevantes da história do golpe, e pode indicar que os componentes do plano golpista foram estruturados em pleno curso da eleição presidencial de 2014:

1. a Odebrecht atendeu o pedido do Temer, dos R$ 10 milhões [os R$ 4 milhões ao Padilha são parte deste montante] operados através de Lucio Funaro, ainda durante o período eleitoral de 2014;

2. mesmo sendo o candidato a vice-presidente da Dilma, na campanha Temer trabalhava pelo esquema do Eduardo Cunha [que na eleição apoiou Aécio Neves, e não a chapa do seu partido, o PMDB], que tinha como meta eleger uma grande bancada de deputados oposicionistas ao governo Dilma;

2. a organização criminosa financiou com o esquema de corrupção a campanha de 140 deputados para garantir a eleição de Eduardo Cunha à Presidência da Câmara;

3. Lúcio Funaro, tido até então exclusivamente como o “operador do Eduardo Cunha”, na realidade também atuava a mando de Eliseu Padilha e, tudo indica, de Michel Temer – José Yunes diz que Temer sabia tudo sobre o serviço de “mula” que Padilha lhe encomendara;

4. em janeiro/fevereiro de 2015, na disputa para a presidência da Câmara, embora em público Temer dissimulasse uma posição de “neutralidade”, nos subterrâneos trabalhou pela eleição do Cunha;

5. mesmo sendo vice-presidente da Presidente Dilma, o conspirador conhecia o plano golpista desde sempre, e participou desde o início da conspiração para derrubá-la. O primeiro passo, como se comprovou, seria dado com a vitória do Eduardo Cunha à presidência da Câmara para desestabilizar o ambiente político, implodir os projetos de interesse do governo no Congresso e incendiar o país.

A denúncia de Yunes reabre o questionamento sobre a decisão no mínimo estranha, para não dizer obscura e suspeita, do juiz Sergio Moro. Em despacho de 28/11/2016, Moro anulou por considerar “impertinentes” as perguntas sobre José Yunes que o presidiário Cunha endereçou a Temer, arrolado como sua testemunha de defesa.

Moro tem agora a obrigação de prestar esclarecimentos mais convincentes e objetivos que o argumento subjetivo de “impertinência”, alegado no despacho. Caso contrário, ficará a suspeita de ter prevaricado para proteger Temer e encobrir o esquema criminoso que derrubaria o governo golpista. Afinal, sabendo do envolvimento direto de Michel Temer no esquema criminoso, Moro teria agido para ocultar o fato?

A cada dia fica mais claro que o Brasil está dominado pela cleptocacia que assaltou o poder de Estado com o golpe. O melhor que Temer faria ao país seria demitir toda a corja corrupta – a começar pelo Eliseu Padilha – e renunciar, porque perdeu totalmente a confiança política e a credibilidade.

A permanência ilegítima de Temer na cadeira presidencial é um obstáculo instransponível à recuperação do Brasil, que assim seguirá o caminho acelerado do abismo.



Aula pública em acampamento do MTST
Trabalhadores continuam acampados e participam de aula pública

Dia 8 de março, mulheres vão às ruas de SP contra o fim da aposentadoria


As mulheres ganham salários menores, representam maioria entre os desempregados e trabalham até cinco horas a mais na semana do que os homens. Esta realidade explica porque hoje as trabalhadoras alcançaram o direito de se aposentar cinco anos antes dos homens, conquista que o governo Temer agora pretende tirar.

É por esta e outras violências que as mulheres cutistas irão às ruas no dia 8 de março. Na cidade de São Paulo, as atividades começam às 14h, em frente ao prédio do INSS, no Viaduto Santa Efigênia, 266, com assembleia das trabalhadoras cutistas contra a Reforma da Previdência, medida que tramita na Câmara dos Deputados como Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287.

Nesta proposta, as mulheres vão ter que trabalhar mais e tanto quanto os homens. Ela acaba com critérios diferentes de gênero e adota idade mínima de 65 anos para trabalhadores e trabalhadoras como condição para requerer a aposentadoria.

Ato unificado

Depois da assembleia, as cutistas se somarão ao ato unificado na Praça da Sé, cujo mote é “Aposentadoria fica, Temer sai. Paramos pela vida das mulheres”, com concentração às 15h e caminhada às 17h. A mobilização também trata sobre a violência contra as mulheres, situação que leva inúmeras ao feminicídio. 

Para a secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista, as mulheres rurais, professoras e servidoras serão as principais atingidas se a Previdência for modificada. “O mais cruel desta proposta, além dos segmentos que serão afetados, é que desconsidera a nossa dupla e tripla jornada. Esta proposta vem trazer maior castigo para nós mulheres e se não barrarmos esta reforma, os direitos serão enterrados para as próximas gerações. Depois do dia 8, vamos paralisar geral no dia 15 de março”, alerta.

É neste momento que os movimentos, centrais e sindicatos devem estar unidos para fazer o enfrentamento, acredita a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SP, Ana Lucia Firmino. “Lutamos muito para chegar até aqui e os golpistas querem tirar tudo de uma vez. Querem dar fim aos direitos trabalhistas e sociais, sem considerar a nossa realidade”, afirma.

Com o golpe, chega um pacote de maldades, diz a secretária de Comunicação da CUT-SP, Adriana Magalhães. “Sabemos que seremos as mais atingidas. Nossa ação no dia 8 será internacional e iremos às ruas porque não aguentamos mais tanta violência, retrocesso, um sistema que humilha e exclui os filhos e filhas do Brasil, num cenário machista e preconceituoso. Não será um dia de celebração, mas de luta”, fala.