domingo, 19 de fevereiro de 2017

Dilma diz que segundo golpe seria impedir Lula de se eleger



Jornal GGN - "Atividade política eu nunca vou deixar de fazer", disse a ex-presidente Dilma Rousseff, que completa: "eu não afasto a possibilidade de eu me candidatar para esse tipo de cargo: senadora, deputada...".

A declaração foi dada em entrevista exclusiva à agência francesa AFP, nesta sexta-feira (17), em Brasília, onde participou de uma mesa redonda sobre o papel da mulher na política. À plateia, disse: "o golpe ainda não acabou".

"O segundo golpe que esse País pode sofrer é que impeçam Lula de ser candidato (à Presidência da República em 2018)", completou a frase no Encontro Nacional de Mulheres Eleitas pelo PT, na capital.

Mas na entrevista exclusiva, quando foi questionada, Dilma Rousseff foi direta: "Eu não serei candidata a presidente da República, se é essa a sua pergunta. Agora, atividade política, nunca vou deixar de fazer (...) Eu não afasto a possibilidade de eu me candidatar para esse tipo de cargo: senadora, deputada, esses cargos".

Alvo de impeachment parlamentar em agosto do último ano, a ex-presidente não teve os seus direitos de exercer a política cassados, podendo ocupar cargos do Executivo, Legislativo, que são eletivos.

Ao se recordar do processo que denominou como golpe parlamentar, Dilma diz que repassou "sistematicamente" os documentos do impeachment, fazendo-a concluir que "as pedras de Brasília e as emas da Alvorada sabiam que eles estavam inventando um motivo para me afastar".

"Foi a chamada justiça do inimigo: não se julga, se destrói", completou.

Lembrando, ainda, que foi o ex-deputado Eduardo Cunha o responsável pela aceitação de seu afastamento, comparou o peemedebista ao que viveu no passado, durante a ditadura do regime militar no país: 

"Eu não tenho em relação ao Eduardo Cunha nenhum sentimento de vingança ou qualquer coisa que o valha. Eu não tive em relação ao torturador. Não dou luxo para torturador de ter ódio de torturador, nem tampouco para o Eduardo Cunha".