quarta-feira, 31 de maio de 2017

Centrais definirão mobilizações rumo à próxima Greve Geral




Após encontro nessa segunda-feira (29) em que fizeram um balanço do Ocupa Brasília na última semana, a CUT e as demais centrais sindicais irão se reunir novamente na próxima segunda-feira (5), em São Paulo, para definir um calendário de mobilizações até a próxima Greve Geral.

A expectativa é que a paralisação aconteça entre os dias 26 e 30 de junho e, como a manifestação do dia 28 de abril, também lutará contra as reformas do governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB). Porém, conforme aponta o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, terá o acréscimo do embate pelas Diretas Já.

“Todas as nossas pautas, incluindo as reformas, tratam da democracia, porque democracia pressupõe igualdade de condições e tanto os ataques à aposentadoria quanto o roubo dos direitos trabalhistas desequilibram as relações entre os mais ricos e os mais pobres, patrões e trabalhadores. Acreditamos que essa ideia está chegando à sociedade e o primeiro passo é impedir que o povo seja excluído da escolha sobre quem comandará o país. Portanto, o primeiro passo é Diretas Já!”, apontou.




terça-feira, 30 de maio de 2017

O Globo “banca” delação de Rocha Loures

Não espere maiores revelações lendo o texto que corresponde à gritante manchete de hoje de O Globo.
Não há ali, nenhuma informação nova sobre o caso do “homem da mala” Rodrigo Rocha Loures, exceto, talvez, que seja uma “oferta pública” da Procuradoria Geral da República para um acordo rápido com o ainda deputado federal.
É possível que esta seja a razão de o jornal chegar à tautologia:
“Em encontro na semana passada, um emissário de Loures quis saber quais seriam as chances de uma delação premiada do deputado ser aceita. A abordagem surpreendeu os investigadores. Esse não era o objeto declarado da reunião. Depois de confabularem com outros colegas, os investigadores responderam que, àquela altura dos acontecimentos, um eventual acordo de colaboração dependeria da disposição do parlamentar denunciar os demais cúmplices.”
Vem a ser algo óbvio que, num acordo de delação, delatar seja mais que uma condição, seja o objetivo do acordo, não é?
Também a declaração do novo advogado de Loures, Cezar Bittencourt, patina no óbvio: “Não afasto a possibilidade [de delação]. Sou filosoficamente contra, mas tenho que buscar o que é melhor para o cliente”. É rigorosamente a mesma posição de seu ex-advogado, José Luiz de Oliveira Lima, já declarada neste e em outros casos.
Com as mesmas informações, o Estadão publica exatamente o contrário: Contra delação, novo advogado de Loures diz que defesa será técnica
Neste caso da JBS, o Globo assumiu, desde o início, a primazia como veículo dos vazamentos e antecipações, desde a sua revelação, através de Lauro Jardim. É de supor que as fontes não tenham secado o suficiente para que não se possa publicar mais que o óbvio.
Manchetes, como jabutis, não se penduram nos galhos sozinhas. Está lá porque alguém botou, pretendendo alguma coisa.




segunda-feira, 29 de maio de 2017

KPMG e Price, auditorias: não há ato irregular de Lula. Mas o Dallagnol…

O site de Lula anuncia  que a KPMG enviou a Sérgio Moro ofício dizendo que, na auditoria que fez nas contas da Petrobras, não encontrou nada que pudesse ser considerado irregular em relação a Lula:
 (…)a KPMG Auditores Independentes vem, respeitosamente, à presença de V.Exa, esclarecer que, durante a realização de auditoria das demonstrações contábeis da Petrobras, que abrangeu os exercícios sociais encerrados no período de 31.12.2006 e 31.12.2011, efetivada por meio de procedimentos e testes previstos nas normas profissionais de auditoria, não foram identificados pela equipe de auditoria atos envolvendo a participação do ex-presidente da república, Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, na gestão da Petrobras que pudessem ser qualificados como representativos de corrupção ou configurar ato ilícito”.
A Price, outra auditoria de abrangência mundial, já tinha dado o mesmo atestado a Sérgio Moro, referente ao período de 2012 a 2016, quando auditou as contas da estatal.
Mas, claro, duas auditorias internacionais, dirigidas por petistas da célula de Wall Street do partido não são nada perto do powerpoint de Deltan Dallagnoll.
A vinculação do triplex e do sítio de Atibaia aos contratos da Petrobras, entretanto, é essencial.
Só isso permite o enquadramento das ações nos tipos penais de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
Do contrário, o máximo de que Lula pode ser acusado é de receber favores, o que comporta, no máximo, discussões éticas, não penais.
E em matéria de discussões éticas, em meio ao festival de malas, mochilas e corretagens imobiliárias, fica-se longe de atingir os objetivos da Lava Jato.



Fernando Morais, no Nocaute: Novo golpe sendo armado para salvar a pele de Temer, colocar tucanos no poder e jogar por terra Diretas Já


Exclusivo: está sendo armado novo golpe dentro do golpe. É Fora Temer e tucanos no poder

Atenção movimentos sociais e lideranças populares: os golpistas estão rascunhando um golpe dentro do golpe para salvar a pele (não o cargo) de Michel Temer, formar um governo de maioria tucana e jogar por terra a campanha por eleições diretas já.


Um grande acordo da Casa Grande começou a ser costurado no último sábado em uma reunião “social” ocorrida no Palácio do Jaburu.

Participaram do encontro, além de Temer, o general Sérgio Etchegoyen (ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional), os ministros Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Bruno Araújo (Cidades), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidencia) e o governador de São Paulo, Geraldo Alkmin.

Para disfarçar, Marcela Temer recebeu em outro ambiente do palácio as esposas presentes. Por meio de mídia eletrônica o encontro foi acompanhado à distância pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Os principais termos do acordão são os seguintes:

• Temer deve sair logo, para evitar a cassação pelo TSE e a eventual convocação de eleições diretas já para presidente da República.

• Esvaziar a Operação Lava Jato.

• Formar um governo de maioria tucana, no qual Henrique Meirelles seria substituído no Ministério da Fazenda por Armínio Fraga.

• Garantir o silêncio de Eduardo Cunha com a preservação da liberdade de sua mulher e sua filha.

• Controlar a delação de Palocci, que se torna irrelevante com o acordão.

Como o plano não contempla todos os problemas dos golpistas, há dúvidas sobre como solucionar algumas questões-chave e sobre a mesa ainda há obstáculos a serem superados:

• Oferta de anistia aos crimes de Caixa 2, com o que livrariam a pele, entre outros, de Moreira Franco, Eliseu Padilha e demais congressistas que fazem parte da “lista de Fachin”. Com isso os golpistas imaginam neutralizar o ex-presidente Lula e seus familiares, que seriam beneficiados pela medida.

• Não há consenso a respeito do nome que seria eleito indiretamente com a saída de Temer. O mais cotado parece ser mesmo o ex-ministro Nelson Jobim. O lançamento informal pelos tucanos do nome do senador Tasso Jereissati teria sido apenas uma cortina de fumaça, um “boi de piranha” previamente acordado com o político cearense.

• Ainda não se conseguiu solucionar o “problema Rodrigo Maia” e a fórmula legal para oferecer garantias a Temer após sua saída – seja ela indulto, perdão ou salvo-conduto.

Aparentemente não há objeções maiores ao acordão por parte das Forças Armadas – aí incluídos os oficiais da reserva, que não mandam mas fazem barulho.




A Globo sai em defesa da Federal. Torquato vai peitar os Marinho?


As Organizações Globo, certamente avisadas por seus “correspondentes” de colete e touca ninja, saltaram em defesa da Polícia Federal diante da “grave ameaça” de que fosse feito o que está na lei: o Ministro da Justiça indicar ao Presidente da República aquele que deseja ver em sua chefia, como qualquer repartição pública.

Mas isso a Globo não admite.

Primeiro foi seu porta-voz Merval Pereira, na CBN, dizendo que não vê na nomeação de Torquato Jardim “nenhuma outra razão para mudança (…)que não seja uma tentativa de interferir no trabalho da Polícia Federal”. E adverte que ” se o novo ministro mudar o diretor ou tentar interferir na PF a favor do governo vai criar uma crise política muito grande.”

Parece que a voz de Merval não bastou e, poucas horas depois, outro editorial na primeira página do site é mais duro. Diz que o “objetivo evidente” da nomeação de jardim “é controlar, enfim, a Polícia Federal, sonho de todo político implicado em malfeitos”.

O Diário Oficial do Reino do Jardim Botânico decreta que o diretor geral da PF, Leandro Daiello, é “imexível”.

A Globo, claro, tem suas razões. Desde que propicie os espetáculos midiáticos, serve para a PF até o “Japonês”.

Torquato Jardim, de quem o jornal diz “desgostar da Lava Jato, vai levar em frente a mudança?





Sérgio Moro será julgado por procedimento abusivo contra o ex-presidente Lula



O juiz Sergio Moro será julgado pelo Conselho Nacional de Justiça na próxima terça (30), por dois procedimentos supostamente abusivos contra o ex-presidente Lula. Um deles está relacionado ao vazamento de grampo de conversas de familiares do petista.

O Painel da Folha desta quinta (25) destacou que o “timing” do CNJ não poderia ser mais curioso. Isso porque, essa semana, houve uma crise entre Lava Jato e grande mídia por conta do vazamento de conversa do jornalista Reinaldo Azevedo com a irmã de Aécio Neves, Andrea Neves.

No trecho divulgado, Reinaldo aparece criticando a cobertura de Veja sobre a delação da Odebrecht contra Aécio. O jornalista acabou pedindo demissão. E a grande mídia, solidária, pressionou de maneira que o ministro Edson Fachin devolveu o sigilo a uma parte da delação da JBS para proteger jornalistas.

Folha chegou a publicar, na edição de quarta (24): “A divulgação de conversas não relacionadas com investigações criminais está em desacordo com o princípio constitucional que garante a intimidade dos cidadãos.”

A defesa dessa garantia constitucional, contudo, não foi feita em favor da família de Lula. Em março do ano passado, Marisa Letícia estampava capas de jornais porque a Lava Jato vazou áudio dela atacando paneleiros.

“Em meio à crise instalada pela divulgação do grampo feito por Joesley Batista com o presidente, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) colocou na pauta da sessão de terça (30) dois procedimentos contra o juiz Sergio Moro. Um deles questiona a divulgação de conversas de Lula e seus familiares”, disse o Painel.

Ainda segundo a coluna, o corregedor do CNJ também encaminhou pedido a Rodrigo Janot, procurador-Geral da República, e a Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, para obter informações a respeito de um juiz citado nas delações de Joesley Batista.

O juiz é Ricardo Leite, que também julga Lula, mas em Brasília, por obstrução de Justiça. O magistrado é suspeito de favorecer a JBS em ações penais. (Do GGN)


Segue o “Supremo Barraco”: Gilmar reage a “calendário” de Jardim



Com sua usual diplomacia, Gilmar Mendes partiu, hoje, com as quatro patas para cima do novo Ministro da Justiça, Torquato Jardim, talvez para deixar claro a Michel Temer que é dele, e não de um “especialista em direito eleitoral com trânsito no TSE” que depende sua continuidade na Presidência.

Disse que o TSE ” não é um departamento do governo”, numa referência que a Folha publica, mas não percebe que é “diretamente indireta” resposta à entrevista do novo Ministro da Justiça, dois dias antes de ser indicado para o cargo, descrevendo em detalhas como deveria se dar o pedido de vistas do processo de cassação da chapa Dilma-Temer, para a qual ontem chamamos a atenção aqui.

Fala Gilmar ao jornal, hoje:

“Fontes do Palácio do Planalto ficam palpitando, dizendo à imprensa como os ministros do TSE vão votar, se vai ter pedido de vista, se não vai ter”.
“Isso me irrita profundamente. Eles não sabem absolutamente nada do que ocorre no tribunal. Não cuidam bem sequer de seu ofício. Se fizessem isso, não estariam metidos nessa imensa crise”.
“As fontes do Planalto são outro ramo das Organizações Tabajara, que é no que se transformou o Brasil”

Torquato Jardim, embora não vá atear fogo ao barco já ardente, não tem vocação de levar desaforo para casa. O fato de já ter sido, por oito anos, ministro do TSE talvez vá tentá-lo a jogar de igual com Gilmar, o que promete, porque Gilmar, cada vez mais, sente-se o pro-homem da República.

Gilmar não salvará Michel Temer se isso não for o melhor para ele e para o PSDB.

Já Torquato Jardim apenas não salvará Temer. Ponto.



Sem votos, Temer planeja tirar dos aposentados por decreto



Geralda Doca, na edição de hoje de O Globo, revela que, com medo que “a crise política inviabilize a aprovação da reforma da Previdência” a equipe econômica – que, para os trabalhadores, bem merecia ser chamada dos pesadelos, em lugar da “dos sonhos” como a mídia a trata – planeja medidas que imediatas, por meio de medida provisória, que dispensa votos por algum tempo, ou por projeto de lei, que dependeria de maioria simples, e não dos 3/5 exigidos para reformas constitucionais.

Que medidas?

Segundo a repórter, ” a elevação do tempo mínimo de contribuição na aposentadoria por idade nas áreas urbana e rural, atualmente em 15 anos, e a redução do valor da pensão por morte, que hoje é integral, independentemente do número de dependentes”.

Além de cruel, um remendo de pouca valia para o saneamento das contas da previdência, pois não alteraria a sua maior fonte de desequilíbrio – as aposentadorias do setor público – nem seriam capazes de fixar idade mínima para que o trabalhador se retire. Pioraria a situação de todos, já que se aboliria o fator 85/95 (soma da idade do segurado e seu tempo de contribuição) hoje em vigor.

Diz a reportagem que as pensões também seriam atingidas:” o benefício cairia pela metade (50%), mais 10% por dependente, no limite de 100%, com fim da reversão de cotas (quando um filho atinge os 21 anos, a parcela dele atualmente é revertida para os demais dependentes)”.

Resta saber se o mercado, que salivava por um massacre generalizado se contentará com a entrega de algumas chacinas localizadas. Ou, para usar a expressão de Fernando Henrique Cardoso, a versão “é o que temos” da reforma previdenciária.



A delação que veio de longe.



Excelente e minuciosa análise da “delação que brotou sozinha”, como um raio no céu azul, feita pelo jornalista Fernando Rosa, no ótimo blog SenhorX:

Fernando Rosa

“Joesley ‘rifou’ o Brasil para garantir migração da JBS aos EUA”, sentenciou o jornal Valor, em análise assinada por Vanessa Adachi, publicada em 18 de maio. Segundo o jornal, não apenas os irmãos Batista estão de mudança para os Estados Unidos, mas todo o seu império econômico segue o mesmo caminho. O jornal diz ainda que “essa é a explicação para que o empresário tenha decidido fechar a toque de caixa a delação das delações”. Em dezembro, o grupo aprovou a realização de um IPO na Bolsa de Nova York (emissão de ações), que levará o grupo a deixar de ser essencialmente brasileiro.

O que já era sabido desde o final do ano passado, confirmou-se com a decisão de queimar estrepitosamente as pontes com seus antigos aliados como Michel Temer e o tucano Aécio Neves. Para acertar a transferência definitiva da empresa para os Estados Unidos, a JBS precisava ajustar os ponteiros com o Departamento de Justiça norte-americano (DoJ). No Tio Sam, já estão 80% das operações da JBS, incluindo 56 fábricas de processamento de carne, com milhares de empregados, e o país é responsável por quase metade das suas vendas mundiais.

Diante disso, não é surpresa que a operação em que se envolveram no Brasil tenha as impressões digitais do DoJ norte-americano e desdobramentos pouco ortodoxos para a Justiça do Brasil. As gravações não foram autorizadas pelo STF, ou seja, um Presidente da República foi gravado sem autorização da corte, a quem compete autorizar investigações sobre autoridades. A ação clandestina resultou em gravações que a PGR “jogou no colo” do ministro Edson Fachin, que aceitou o fato consumado, ou seja, o crime a ser legalizado.
Em artigo publicado nesta semana, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que, em abril deste ano, foi procurado pelos irmãos Batista. “Trouxeram eles indícios consistentes de crimes em andamento – vou repetir: crimes graves em execução –, praticados em tese por um senador da República e por um deputado federal”, afirmou. No mesmo artigo, Janot afirma que “os colaboradores, no entanto, tinham outros fatos graves a revelar. Corromperam um procurador no Ministério Público Federal. Apresentaram gravações de conversas com o presidente da República”. O texto do próprio Janot sugere, portanto, que a “encomenda” chegou pronta para ele, sem participação oficial das autoridades.

Matéria da Folha de S. Paulo, pontuando a cronologia dos fatos, diz que “no dia 19 de fevereiro, um domingo, às 12 horas, Anselmo Lopes, procurador da República no DF, recebeu uma ligação inesperada. Do outro lado da linha, Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico da JBS, comunicou uma decisão que abalaria o país: Joesley e Wesley Batista iriam confessar seus crimes e colaborar com a Justiça”. Segundo o jornal, “a conversa durou só 19 minutos e eles agendaram um encontro para o dia seguinte. Na segunda-feira, Lopes e a delegada Rubia Pinheiro, que lideram a Operação Greenfield, da PF, deram uma “aula de delação”: explicaram em detalhes ao advogado, profissional da estrita confiança dos Batista, como funcionaria a colaboração premiada”.

Ainda distante do mês de abril citado pelo surpreso Janot, em 6 de março, o jornal O Estado de S. Paulo informava que “o procurador Marcelo Miller deve sair oficialmente da instituição nos primeiros dias de abril para se dedicar à área de compliance”. Homem de confiança de Janot, ex-diplomata do Itamaraty com larga experiência em direito penal e internacional, Miller passou a trabalhar para o escritório Trench, Rossi & Watanabe Advogados, no Rio de Janeiro, contratado pela JBS para negociar os detalhes da delação premiada. A decisão do ex-procurador de deixar o MPF veio a público na véspera da conversa entre Joesley e o presidente da República, Michel Temer (PMDB), no dia 7, gravada pelo empresário e utilizada na delação.

Em despacho datado de 10 de abril, o ministro Edson Fachin deferiu estranho pedido de Janot para que o delegado da Polícia Federal Josélio Azevedo de Souza, responsável pelas apurações, fosse impedido de compartilhar informações das investigações com outras pessoas, inclusive seus superiores hierárquicos – ou seja, a direção da Polícia Federal e o Ministério da Justiça. Após a divulgação da delação, Janot voltou a pedir ao ministro Fachin para que somente o delegado Josélio – o mesmo que interrogou Lula, em Brasília – continuasse tendo acesso ao inquérito, alegando a necessidade de um delegado exclusivo, “de sua confiança”. A operação, então, blindada pelos “homens de Janot”, sem autorização do STF e submetida a métodos estranhos ao processo legal, superou todos os limites da “coragem” jurídica, a ponto de sugerirem gravar Temer nos Estados Unidos.

Não bastasse o enredo, ainda levantam mais suspeitas sobre o caráter e a legalidade da operação as penas, por um lado, e os benefícios, por outro, que premiaram os irmãos Batista, livres e vivendo no exterior, sem qualquer problema. Ontem, 26 de maio, o jornal O Estado de S. Paulo trouxe chamada dizendo que o “STF pode rever termos do acordo de delação da JBS”, especialmente em relação aos benefícios e penas. “O MP não julga. Quem julga é o Estado-juiz e não o Estado acusador”, disse o ministro Marco Aurélio Mello. Ou seja, “acordos de leniência” não são da competência da Procuradoria-Geral, mas sim do Executivo, por meio do Ministério da Fazenda.

Com uma multa bem abaixo da média aplicada aos empresários das empreiteiras e, ao contrário do Almirante Othon, condenado a 43 anos de prisão, os irmãos Batista já se encontram livres nos Estados Unidos. Os fatos evidenciam que a operação de delação realizada com a PGR busca assegurar os negócios da empresa nos Estados Unidos, deixando para trás o “passivo” de corrupção acumulado no Brasil ao longo dos últimos anos. Uma delação e um acordo que, diante da cronologia dos fatos, dos interesses envolvidos e dos métodos, levam a crer que o papel da PGR foi de apenas chancelar as operações feitas por outros.

Não é a primeira vez que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, Sérgio Moro e a Operação Lava Jato passam por cima do Estado Nacional, desta vez deixando até a Rede Globo, em um primeiro momento, fora do processo. Em Curitiba, Moro tentou impedir que delatores tornassem públicos os “acordos de delação” com autoridades e instituições estrangeiras, especialmente norte-americanas, patrocinados por eles, sem autorização do Executivo brasileiro. Em 2015, com a agenda externa do “Estado paralelo” já em vigor, encontro de Janot com Leslie Caldwell, procuradora-adjunta da Divisão Criminal do Departamento de Justiça dos EUA, resultou na “Operação Radioatividade” para investigar suspeitas na área nuclear brasileira.

Nesta sexta-feira, o senador Roberto Requião, em vídeo divulgado em seu perfil de Facebook, afirma não ter qualquer dúvida de que o acordo de delação dos irmãos da JBS foi fechado e montado com o Departamento de Estado dos Estados Unidos. De fato, as circunstâncias, a forma como feita e os personagens envolvidos, incluindo procuradores, juízes e delegados, como dissemos, sugere que a delação foi produzida a partir de fora e apenas “legalizada” pelo Procurador-Geral, Rodrigo Janot. Uma história mal contada, passível de investigação, que já provocou o questionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e levou Rodrigo Janot a publicar dois artigos em defesa da operação.

Em um dos artigos, publicado no UOL, o procurador-geral da República justifica a delação com uma série de argumentos políticos, que tentam desviar do questionamento técnico e da legalidade da operação. “Finalmente, tivesse o acordo sido recusado, os colaboradores, no mundo real, continuariam circulando pelas ruas de Nova York, até que os crimes prescrevessem, sem pagar um tostão a ninguém e sem nada revelar”. É o que, ao contrário do que o procurador-geral da República diz, está acontecendo, confirmando que, de fato, “a Operação Lava Jato é maior do que nós“, como ele já admitiu anteriormente.

PS do Tijolaço: Sobre as suspeitas de Rosa, verifique a matéria de hoje do Estadão que demonstra que a JBS conduzia, por conta própria e antes do acordo com janot, investigações particulares sobre as oitenciais falcatruas de pessoas ligas da Temer. O que, com certeza, é buscar “donde lo hay”.



Fantástico arrasta Aécio na lama com falcatrua com a JBS



No Fantástico desta noite, lambuza-se o cadáver político de Aécio Neves na pocilga dos negócios da JBS tentando vender por pelo menos o dobro do preço um apartamento de luxo de sua mãe, uma cobertura duplex, de 1,2 mil metros quadrados em São Conrado, no Rio de Janeiro e de um prédio pertencente ao jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte.



O senador afastado Aécio Neves (PSDB) divulgou nessa semana um vídeo dizendo que jamais ganhou dinheiro com a vida pública, mas, de acordo com a delação do empresário Joesley Batista, dono da JBS, milhões de reais eram repassados ao senador em um esquema que envolvia compra e venda de imóveis em diversas cidades.


No último dia 18, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Patmos, na qual cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Aécio. Na ocasião, a irmã do senador, Andrea Neves, e um primo dele, Frederico Pacheco, foram presos.


Segundo as delações de Joesley Batista, o prédio onde mora a mãe de Aécio é uma cobertura de dois andares com piscina e vista para a praia. O condomínio mensal é de R$ 18 mil e fica no bairro nobre de São Conrado, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ainda de acordo com o empresário, o apartamento seria usado em um esquema para repassar R$ 40 milhões a Aécio Neves. A intermediária seria a irmã do senador, Andrea Neves, presa no dia 18, na Grande BH.


A negociação teria sida feito com Batista no mesmo dia em que, segundo o empresário afirmou, Aécio teria lhe pedido R$ 2 milhões.


Joesley: O dia que a Andrea me procurou. Ele me pediu esses R$ 2 milhões e me pediu e falou que precisava de outros R$ 40 milhões. E que os R$ 40 milhões a mãe dela tinha um apartamento no Rio de Janeiro, se eu não queria comprar esse apartamento… pra poder… e parece que o apartamento existe. Eu não sei se vale os R$ 40 milhões. mas aí eu nem fui lá, nem nada.


Procurador: esse apartamento seria de quem?


Joesley: seria da mãe dela. Onde a mãe dela mora. Da mãe deles.


Procurador: e eles estavam precisando de R$ 40 milhões?


Joesley: e sugeriram que eu comprasse o apartamento da mãe com R$ 40 milhões.


O Fantástico pediu a opinião de 12 corretores do Rio de Janeiro.


Nenhum considerou que o apartamento valha mais que R$ 20 milhões.


“Eu acho que não cabe R$ 40 milhões naquela região que a gente tá falando. Eu acho absurdo”, falou o corretor Renato Moura.


O Fantástico perguntou para um especialista em imóveis de luxo uma estimativa do real valor do imóvel. Ele aceitou dar entrevista, com a condição de não ter seu nome divulgado.


“Nós estaríamos falando numa faixa de R$ 17 a R$ 18 milhões, para estar muito bem vendido. R$ 40 milhões nem pensar? Não, não tem chance. R$ 40 milhões comprava dois desse”.


Em nota ao Fantástico, a assessoria do senador disse que “o imóvel é uma cobertura duplex de 1,2 mil metros quadrados”, que “foi avaliado entre 35 e 40 milhões de reais” e que pertence a uma ‘pessoa jurídica de propriedade exclusiva da mãe do senador”.


A nota confirmou ainda que “a venda foi proposta ao empresário Joesley Batista pela irmã do senador Aécio Neves”. E que o imóvel “é de propriedade da família há mais de 30 anos e foi avaliado por corretores autorizados”.


A assessoria apresentou uma avaliação, feita por uma corretora de São Paulo, avaliando o imóvel em R$ 36 milhões.


Um site da Secretaria Municipal de Fazenda do Rio faz simulações dos valores de imóveis. O usuário, que precisa ser cadastrado, informa o endereço, o número de inscrição no IPTU e o site estima o valor. Pra este imóvel, o resultado é R$ 15 milhões.


Em um vídeo divulgado na internet essa semana, Aécio Neves se defendeu das acusações de que pretendia usar o apartamento como forma de receber propina. “Fiz isso porque não tinha dinheiro. Não fiz dinheiro na vida pública. E eu reafirmo aqui: não cometi qualquer crime”.




domingo, 28 de maio de 2017

“Recebeu e jogou mil no bolso”. Aldir Blanc, cortante



A crônica de Aldir Blanc, mais carioca que a estátua do Cristo Redentor, hoje, n’O Globo:

Para caracterizar o samarcal do desgoverno Temeroso, vou citar o guerreiro do Império, Winston Churchill, em suas “Memórias da Segunda Guerra Mundial”. O trecho está na página 112 do primeiro volume, na edição da Nova Fronteira, e refere-se a Mr. Baldwin, uma espécie de Treme-Temer inglês: “E assim vai ele num estranho paradoxo, decidido só a não decidir, resolvido só a não resolver, firme na deriva, sólido na fluidez, onipotente na impotência”.

É ou não é a cara do presigárgula? Imaginem aquele sorriso falso de Mono Esburacado, ajeitando o nó da gravata deformada pelo barrigão. Ele desliza feito réptil em direção à tribuna para não falar a verdade e, seguindo Churchill, ser coerente na incoerência, forte na tibieza, sólido na flatulência… Em suma: o cara passará à História como “ele recebeu a propina, separou mil e jogou no bolso”.

Homem da Zona Norte, conheci malandros de palavra, que tinham elevado sentido de honra, como o saudoso Maneca, cuja promessa era sagrada. Pensem na figura patética de Dá-o-pé-Loures, mais um caso de “jogou no bolso”. Devolveu a tal mochila faltando 35 mil. Depois, “achou” a grana e devolveu. Outro descalabro: precisamos de alguém para nos defender do minidef, membro caído do PPS (Partido Paleolítico Senil), aquela agremiação cujo dono é Robertov, que já abandonou o navio. A presença do vomitivo político na Defesa não faz o menor sentido. A casa também caiu sobre Mineirinho. Entregou o passaporte e aguarda a prisão. Já a irmã, usada e abusada, está presa. É preciso ressaltar que Mineirinho continua impune em espancamento de mulheres e blindado no tenebroso escândalo de Furnas (e aí, juízes do Supremo? Não vão abrir esse cofre de Pandora?). É preciso investigar também o helicoca, a Samarco (19 homicídios culposos, um rio morto, a maior catástrofe ambiental do Brasil, estragos que chegam ao litoral da Bahia). Dá nojo a forma como homens (?) vis exploram irmãs que os idolatram.

O desespero Temeroso pode ser avaliado pelo grito de help às Forças Armadas, uma estupidez, com, é claro, a cumplicidade do minidef.

A ONG Alerta Brasil e o Projeto #Colabora denunciam que, desde que Temeroso abundou-se no trono presidencial, um direito foi perdido por dia! Esse é o líder “jogou mil no bolso”.

Como cravou a jornalista Dorrit Harazim, o presipodre poderia ter dito aos animais proteicos “Fora daqui”.

Vi no canal Bloomberg a seguinte pérola: “O mercado exige a continuação das reformas”. Qual mercado? Aquele que quebrou o mundo em Wall Street na megafraude de 07/08, ninguém preso? O da Fiesp? O de Pedro Parente Deles, onde o Brasil paga caro para explorar suas próprias riquezas?! O da “reconstrução” da Halliburton no Iraque? Vão se fifar!

Toda solidariedade ao repórter fotográfico André Coelho, chutado por um PM em Brasília. Quando se homenageia o Capitão Sampaio por esfacelar o rosto de um jovem, o resultado é esse.

Não se derruba um governo sujo com rosas.




Barroso está confundindo “Ministro do Supremo” com “Supremo Ministro”



Não discuto a importância de firmar um acordo de delação premiada com os irmãos Metralha, digo, Batista e sua JBS, ainda mais orque eles entregaram provas materiais de parte do que dizem e estas provas abalam a República.

Mas o ministro Luís Roberto Barroso não tem razão em dizer que a decisão monocrática de um ministro do Supremo Tribunal Federal – ou de qualquer juiz – não pode ser objeto de reexame num órgão colegiado.

Não existe, no direito brasileiro, decisão irrecorrível de uma única cabeça, em nada: nem nas decisões interlocutórias – as que se dão durante o andamento do processo – nem das sentenças.

Nem mesmo liminares se pode conceder quando houver “perigo de irreversibilidade do provimento antecipado” (art.273, § 2º do Código de Processo Civil). E, se for revertido, é porque foi revisto.

O problema é que a delação premiada só deixa ao juiz duas atitudes: homologar, porque foram cumpridos os requisitos formais – entre eles o de ter sido “voluntária”- ou não homologar. Se formalmente corretos os procedimentos de delação – nem mesmo pode ter juízo de valor sobre o que foi transacionado entre MP e réu – está feita, de antemão, a fixação de pena, a sua forma de execução e, até, a sua supressão, papel do juiz que o Ministério Público exerceu e dosou em seu lugar.

Quando se elimina o reexame de qualquer ato judicial – e a delação premiada é um, pois define pena (ou o seu máximo) e execução da pena e se deixa que ele seja negociado, transforma-se a justiça em negócio e cria-se a figura do Supremo Promotor, que negocia, e do Supremo Juiz, que homologa a transação.

Não há, portanto, mais tribunal superior, menos ainda o Supremo.




quinta-feira, 25 de maio de 2017

Lindbergh: Infiltrados podem ter agido para provocar intervenção do Exército

Moro será julgado no CNJ por vazar conversas da família de Lula


Jornal GGN - O juiz Sergio Moro será julgado pelo Conselho Nacional de Justiça na próxima terça (30), por dois procedimentos supostamente abusivos contra o ex-presidente Lula. Um deles está relacionado ao vazamento de grampo de conversas de familiares do petista.

O Painel da Folha desta quinta (25) destacou que o "timing" do CNJ não poderia ser mais curioso. Isso porque, essa semana, houve uma crise entre Lava Jato e grande mídia por conta do vazamento de conversa do jornalista Reinaldo Azevedo com a irmã de Aécio Neves, Andrea Neves.

No trecho divulgado, Reinaldo aparece criticando a cobertura de Veja sobre a delação da Odebrecht contra Aécio. O jornalista acabou pedindo demissão. E a grande mídia, solidária, pressionou de maneira que o ministro Edson Fachin devolveu o sigilo a uma parte da delação da JBS para proteger jornalistas.

Folha chegou a publicar, na edição de quarta (24): "A divulgação de conversas não relacionadas com investigações criminais está em desacordo com o princípio constitucional que garante a intimidade dos cidadãos."

A defesa dessa garantia constitucional, contudo, não foi feita em favor da família de Lula. Em março do ano passado, Marisa Letícia estampava capas de jornais porque a Lava Jato vazou áudio dela atacando paneleiros.

"Em meio à crise instalada pela divulgação do grampo feito por Joesley Batista com o presidente, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) colocou na pauta da sessão de terça (30) dois procedimentos contra o juiz Sergio Moro. Um deles questiona a divulgação de conversas de Lula e seus familiares", disse o Painel.

Ainda segundo a coluna, o corregedor do CNJ também encaminhou pedido a Rodrigo Janot, procurador-Geral da República, e a Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, para obter informações a respeito de um juiz citado nas delações de Joesley Batista. 

O juiz é Ricardo Leite, que também julga Lula, mas em Brasília, por obstrução de Justiça. O magistrado é suspeito de favorecer a JBS em ações penais.



A mala para Temer e todos quietos. Se fosse para o Lula…



POR FERNANDO BRITO · 25/05/2017

Impressionante.

Com vídeo e tudo, ficou pelos cantos do jornal a delação do executivo Ricardo Saud, da JBS, narrando, de viva voz, como intermediou com o ex-assessor do Planalto, Rodrigo Rocha Loures, a entrega semanal de uma mala com R$ 500 mil destinada a Michel Temer.

-Isto é uma aposentadoria para o Michel, diz o empresário.

Esteja ou não dizendo a verdade o fato é que há a entrega de ao menos uma delas, filmada, documentada e, depois, sumida e devolvida, ainda que com R$ 35 mil a menos.

Se fosse um ex-assessor de Lula e o dinheiro se destinasse a ele, a esta hora, estariam todos nas manchetes dos jornais e, provavelmente, numa cela em Curitiba, onde cavucam pedalinhos para leva-lo.

Quando a gente se depara com isso, dá vontade de rir da “briga” entre a Folha e a Globo, pelas acusações de proteção (ou ataque) ao presidente.

Desculpem o palpite de um velho jornalista: quem quisesse tombar a jato Michel Temer teria ali munição mais que suficiente.

O fato é que os jornais são cúmplices de uma articulação que só o sepultará quando já tiverem viabilizado seu delfim.

Eles já t~em o rei morto, mas não conseguiram achar o rei posto.

Repito o vídeo, para quem não viu.



A força só leva à crise. Salvação de Temer é aceitar que acabou



A escalada de insanidade que o Brasil está vivendo tem seus remédios em duas coisas que a direita não quer aceitar.

A primeira é que se não havia antes condições políticas e legitimidade para aprovar as reformas trabalhista e previdenciária, agora isso é impossível e fazê-las adotar á força nos levará a confrontos de dimensões incalculáveis.

Nem se discute se são necessárias, nesta ou naquela direção ou neste ou naquele grau. Mas está evidente que não se pode fazê-las em um clima de ditadura, congressual que seja.

A segunda é que não parece um nome de consenso – que todos concordam ser a única saída imediata para o afastamento de Michel Temer – porque não há homem neste país que seja capaz de unir o Brasil.

Mas há uma ideia, sim, que só não é unânime porque os grupos conservadores e o “mercado” ainda se aferram à ideia exposta cruamente por Henrique Meirelles: “com Michel ou sem Michel, as reformas têm de sair”.

Tão grave quando o “fundamentalismo de mercado” é o “fundamentalismo judicial”. A finalidade da lei e da Justiça é a de preservar direitos e solucionar conflitos. Se, numa casa conflagrada, no mesmo momento, quisermos examinar e julgar cada ato, pequeno ou grande, de cada um dos moradores, nada sobrará de pé.

Nada, até que surja um tirano que, à força, restabeleça a ordem, mas sem justiça alguma, porque só a sua vontade prevalecerá sobre as ruínas.

Se Michel Temer quer deixar o Planalto com um mínimo de dignidade e não ser chutado de lá, só tem um caminho.

Que não é chamar o Exército, mas chamar eleições, retirando as reformas que propôs ao Congresso, deixando ao novo governo, eleito, a decisão de levá-las em frente ou não, e de que forma.

Infelizmente, parece ser um gesto grande demais para um homúnculo como ele, que vive num mundo de dissimulação, golpes de esperteza e vaidade medíocre.

Dificilmente terá esta compreensão, embora seja a única coisa, a esta altura, que tornaria sua morte política digna e preservaria seu cadáver do vilipêndio inevitável que virá de sua derrubada.