quarta-feira, 28 de junho de 2017

Os escudeiros de Temer, com legenda

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Do Facebook do jornalista Mário Marona, o “jornalismo investigativo” para  valer tirado, da timeline da coleguinha Rita Lisauskas, a foto devidamente legendada do “indignado” Michel Temer, com seus apoiadores de reputação ilibada.  Veja abaixo:
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terça-feira, 27 de junho de 2017

E agora José, José para onde?


Ueslei Marcelino, da Reuters, fez uma foto de Michel Temer que traz, de imediato, a lembrança de outra, do gaúcho Erno Schneider, que conheci como chefe da fotografia de O Globo, que clicou os desorientados pés de Jânio Quadros.
Não que Temer lembre Jânio, homem com trajetória política feita no voto e, mesmo com suas inconvencionalidades, de muito mais compreensão do Brasil e do mundo que este sujeito miúdo, que emporcalha a Presidência do Brasil.
Apenas naquilo que os pés revelam, a desorientação.
Temer, nesta virada de noite, reúne o que lhe resta para ver como contra-atacar.
Não tem mais com o quê.
Pode ser que ainda não tenha perdido os meros 172 votos de que precisa para ver recusada a abertura de processo e seu afastamento.
Mas está em marcha batida para isso.
Não se subestime a possibilidade de renúncia de Michel Temer, não como um gesto de grandeza, que ele positivamente não tem.
Pode ocorrer por pequenez, algo em que Michel Temer é um gigante.



segunda-feira, 26 de junho de 2017

Janot ao STF: Temer praticou crime de corrupção; através de Rodrigo Loures, operacionalizava vantagens indevidas em troca de favores com a coisa pública



Temer praticou crime de corrupção, diz Janot em parecer ao STF


Em despacho encaminhado com o objetivo de reforçar a necessidade de prisão do ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já adiantou uma constatação que deverá constar da denúncia que deve apresentar até esta terça-feira, 27, contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), e Loures – o ex-assessor especial da Presidência que está preso dentro da mesma investigação. Janot diz que, sem dúvida, Temer praticou o crime de corrupção.

“Rodrigo Loures representa os interesses de Michel em todas as ocasiões em que esteve com representantes do Grupo J&F. Através dele, Temer operacionaliza o recebimento de vantagens indevidas em troca de favores com a coisa pública. Note-se que, em vários momentos dos diálogos travados com Rodrigo Loures, este deixa claro sua relação com Michel Temer, a quem submete as demandas que lhes são feitas por Joesley Batista e Ricardo Saud, não havendo ressaibo de dúvida da autoria de Temer no crime de corrupção”, afirmou Janot.

Outra conclusão de Janot é que “revela-se hialina cristalina a atuação conjunta dos investigados Rodrigo Rocha Loures e Michel Temer”.

“Conforme se depreende do contexto fático-probatório, os diversos episódios narrados alhures apontam para o desdobramento criminoso que se iniciou no encontro entre Michel Temer e Joesley Batista no Palácio do Jaburu no dia 7 de março de 2017 e culminou na entrega de R$ 500 mil efetuada por Ricardo Saud a Rodrigo Loures em 28 de abril de 2017”, afirmou Janot.

O procurador ressalta que o encontro no Jaburu foi agendado por Loures e que o fato de ser no fim da noite era para “não deixar vestígios dos atos criminosos lá praticados”.

“As circunstâncias deste encontro, em horário noturno e sem qualquer registro na agenda oficial do presidente da República, revelam o propósito de não deixar vestígios dos atos criminosos lá praticados”.

Janot destrincha vários pontos de ligação entre Temer e Loures de acordo com documentos e com conversas obtidas nas investigações.

Lembra que Loures foi chefe de gabinete de Temer na vice-presidência da República em 2011; que Temer gravou em 2014 um vídeo para campanha de Loures à Câmara dos Deputados; que em janeiro de 2015 Loures tornou-se chefe da assessoria parlamentar de Temer na vice-presidência, e em abril do mesmo ano foi nomeado como chefe de gabinete da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. “Todos esses fatos ilustram proximidade e relação de confiança entre os dois denunciados”, disse Janot.

Janot também destacou que Ricardo Conrado Mesquita, da Rodrimar, afirmou em depoimento à Polícia Federal que “foi orientado a procurar Rodrigo da Rocha Loures, uma vez que ele realizava a interlocução entre a vice-presidência da República e representantes do setor privado”.

Segundo o procurador-geral, essa seria “mais uma evidência de que Rocha Loures atuava como interlocutor de Michel Temer”.

Um outro ponto que Janot sustenta é que não faz sentido a alegação de que as menções a Michel Temer nas conversas entre Joesley e Loures eram “venda de fumaça”, que é quando alguém propagandeia influência inexistente em relação a agente público.



Temer se esfarinha. E leva o Brasil com ele.


Está “soviética” a situação de Michel Temer.

É provável que seja ainda hoje entregue a primeira das três denúncias que Rodrigo Janot apresentará ao Supremo Tribunal Federal .

Até as colunas do Planalto sabem que será devastadora e poucos descreem que haverá mais detalhes picantes além daqueles que o procurador já descreveu ao afirmar não haver “dúvida da autoria de Temer no crime de corrupção” e que o homem da mala, Rodrigo Rocha Loures, é quem para ele “operacionaliza o recebimento de vantagens indevidas em troca de favores com a coisa pública”.

Janot deve preferir o dia de hoje para entregar a denúncia, já que amanhã há a votação na procuradoria para a escolha da lista tríplice de candidatos a sucedê-lo.

Por isso, Temer se antecipou a falar, numa cerimônia no Palácio: porque não terá o que falar quando o documento for divulgado.

E falou porque precisa tentar injetar algum cimento na sua base parlamentar que se esfarela. As notas da imprensa com confissões de seus aliados admitem ter minguado de 400 para 240 votos contra a admissão da denúncia, o que implicaria seu afastamento.

Isso, antes mesmo do primeiro assalto da luta na votação da Câmara, onde o que Temer tem para apanhar é muito e, para bater, muito pouco.

Hoje à noite, ou amanhã, a maré de lama judicializada vai, afinal tragar definitivamente a própria figura presidencial.

Nenhuma piedade em relação a Temer, que só foi ao poder pela ação e pela omissão criminosas da Justiça.

Mas uma tristeza imensa em ver o meu país virar um lugar onde se trocou votos por sentenças e eleitores por promotores e juízes.



domingo, 25 de junho de 2017

É a hora de realizar as eleições que nos foram tiradas em 1984, por Marcelo Semer



No Justificando

Em abril de 1984, o governo militar definhava a olhos vistos. O general João Figueiredo, que dizia preferir o cheiro de cavalo ao do povo, já estava condenado ao esquecimento da história, como viria a postular, desnecessariamente, depois.

​O que restava em frangalhos de um poder que jamais foi legítimo tampouco legal, eram os próprios militares, que cercaram Brasília para evitar uma concentração popular, e uma base parlamentar que desidratava rapidamente, a despeito das manobras e dos pacotes feitos para mantê-la. Ainda assim, a proposta das Diretas-Já não conseguiu o quórum suficiente para emendar o paradoxo da ditadura constitucional.

A frustração foi imensa.

Mesmo com o boicote da mídia, em especial da Rede Globo que disfarçara o primeiro comício como aniversário de São Paulo, escondia os outros o tanto quanto podia, o movimento popular crescia para todos os lados e se impregnava nas mais diversas veias. Trabalhadores e estudantes, artistas, esportistas e até empresários; políticos improváveis dividiam o mesmo palanque, aparentemente na luta comum.

Aparentemente, porque quando a emenda Dante de Oliveira foi rejeitada, a parte mais expressiva dos políticos lançou-se numa conciliação com os dejetos que pretendiam abandonar o navio da ditadura, antes que ele enfim tombasse. O povo foi instado a esperar em casa. E assim fez, enquanto se disputava o Colégio Eleitoral.


O que pareceu ser uma vitória da moderação, do consenso e da maturidade, revelou-se nosso maior pecado.

A Nova República nasceu desfigurada na insólita reunião daqueles que lutavam pela democracia com aqueles que mantiveram a vela içada do barco repressor o tempo todo. A ironia do destino não nos permitiu nem mesmo que o líder da oposição confiável, Tancredo Neves, pudesse exercer o primeiro governo civil, que acabou ficando a cargo do ex-presidente do partido da ditadura, que, por acaso, também militara contra a emenda das Diretas. Era José Sarney, recém ingresso no PMDB.

Ao desperdiçar o movimento popular, bailamos na curva.

A conciliação tornou-se o leitmotiv dos governos, desfigurando os próprios partidos. Progressistas e conservadores dividiram administrações amorfas, com algumas certas prevalências alternadas. O resultado desse aliancismo sem fronteiras foi que abrimos mão de conhecer –e de julgar- os crimes contra a humanidade praticados nos anos de chumbo, para não melindrar os seus autores; governos se tornaram reféns do fisiologismo, quando não da pura corrupção; a política paulatinamente foi sendo escanteada no jogo partidário.

Outro governo definha agora, talvez a olhos mais vistos ainda do que no fim da ditadura.

Imerso em acusações pesadas o suficiente para justificar uma denúncia criminal que não tardará; sem legitimidade popular e instaurado por um enviesado processo de impeachment, levado a efeito sem crime nem responsabilidade. Tudo indica que Temer, tirante os processos criminais, não terá um destino muito diferente de João Figueiredo no imaginário popular.

Acabar o governo pode até ser questão de semanas. Mas o principal é saber o que colocar em seu lugar.

Uma conciliação por cima, indústria, mercado e mídia dando suporte ao grande consenso, com permissão para a fisiologia, desde que modernize –ou seja, destrua- o legado da Constituição de 1988? Ou uma eleição direta que aufira legitimidade para comandar o processo das reformas, a começar pela da política?

Usar a Constituição para violentá-la é apenas cinismo; a Constituição de 1988 nasceu no dia em que as eleições diretas foram rejeitadas por um parlamento espúrio, mescla de eleitos e biônicos, títere de um governo que se notabilizou, sobretudo, por não parlamentar.

A Constituição veio para devolver as eleições ao povo, não mantê-las dentro de um recinto ao qual ele é, metafórica e literalmente, impedido de entrar.

O constituinte previu eleições indiretas no final de gestão para evitar que a tentação da antecipação do pleito pudesse servir de estímulo para golpes que abreviassem mandatos populares. Jamais para que um golpe fosse consolidado.

A ideia de que é possível governar sem política, que sustenta as ambições dos candidatos-da-lei, notabilizados pelo discurso impregnado de um moralismo exacerbado, cada vez menos veraz; ou que, enfim, um salvador da pátria embalado pelo melhor marketing nos levará à redenção, jamais foram soluções efetivas.

É preciso pautar as diferenças e permitir que o povo faça as suas escolhas. Deixar que um Congresso desconectado da vontade popular possa redesenhar a Constituição para expurgar o estado democrático que a forjou, atendendo interesses empresariais, é tão corrupto quanto direcionar licitações ou superfaturar contratos.

Nós não precisamos das reformas na tempestade perfeita do poder sem povo, para chegar nas eleições. Nós precisamos das eleições justamente para saber se –e como- queremos as reformas.

Nosso débito com a história pode, enfim, ser pago. O momento é de realizar as eleições diretas que o Congresso rejeitou em 1984.

E não de fazer um acordo que mantenha o povo, de novo e sempre, afastado do exercício da democracia, quando mais sua presença se faz necessária.

Marcelo Semer é Juiz de Direito em SP e membro da Associação Juízes para Democracia. Junto a Rubens Casara, Márcio Sotelo Felippe, Patrick Mariano e Giane Ambrósio Álvares participa da coluna Contra Correntes, que escreve todo sábado para o Justificando.




A semana da denúncia



Como já se tornou tragicamente rotina no Brasil, a semana política, que em outras épocas hibernaria no inverno do recesso de meio de ano, começa ao calor da expectativas da denúncia a ser oferecida pelo Procurador Geral da República contra Michel Temer.

Mesmo que não haja nela o “fato novo” que todos têm como certo, a simples sistematização, num enredo asqueroso, das falcatruas que envolveram o ocupante do Palácio do Planalto no episódio do encontro noturno, seguido da mala de seu “homem de boa índole” Rodrigo Rocha Loures, tem o potencial de chocar o país e enfraquecer ainda mais a situação de quem nunca teve o respeito da Nação e conseguiu evoluir para o nojo quase unânime dos brasileiro.

(Aliás, como se viu semana passada, quiçá do mundo)

Não se espera, por quem é e por todas as trapalhadas que fez desde que surgiu a delação de Joesley Batista, que Temer tenha algum grau eficiente de defesa contra o que vai ser sistematizado (e, talvez, revelado). E, ainda que não venham situações mais picantes, já se sabe que, com o fatiamento da denúncia, como naqueles anúncios picaretas de vendas na TV, “isso não é tudo”.

As condições de Michel Temer para manter-se no governo, embora não sejam nulas – dado o grau de cumplicidade do parlamento brasileiro – excluem completamente a hipótese de que, ficando, não seja em situação de putrefação e no equilíbrio precaríssimo de um mercado financeiro que “finge que não vê” o que se passa enquanto houver a esperança de que, com isso, algum direito se possa tirar dos trabalhadores e mais cortes possam ser feitos nos gastos públicos.

A aliança mídia-polícia-justiça, muito embora esteja devorando alguns de seus patronos políticos, produziu esta obra dantesca de um país onde são bandidos que nos governam, delatores e delatados.

Um estranho Brasil, onde estimula-se o prazer coletivo da destruição da vida política, econômica e social no altar da “moralidade”.

E de um povo perplexo, que ouviu por anos que nossa pobreza e carência vinha da corrupção do Estado e da política e, abolidas (ao menos em parte) estas, ficou mais pobre e carente.



O “homem forte” de um presidente fraco



Tudo o que o Brasil não precisa agora é que surja, num ambiente de governo fraco, uma sombra que sugira qualquer “solução militar” para a degradação do poder civil.

E, infelizmente, ela surgiu.

Nos jornais deste domingo, o personagem em ascensão é o general Sérgio Etchegoyen que, além da “rata” de identificar o chefe do posto da CIA no Brasil, assumiu, segundo a imprensa, o controle da Polícia Federal.

Além do perfil que O Globo lhe faz hoje, chamando-o de “homem forte do Governo Temer” é o personagem de Eliane Cantanhêde, no Estadão, no texto sobre “um outro personagem que cresce à direita

Consta que Etchegoyen é quem avalia a troca ou não do diretor-geral da PF, Leandro Daiello. Ele nega. Consta que assumirá o Comando do Exército, caso seu amigo, o prestigiado general Eduardo Villas Boas, decida voltar para casa. Ele nega. Consta que pôs a Abin a bisbilhotar os telefones do ministro Edson Fachin. Ele nega. E consta que ele está cada vez mais poderoso. Ele nega veementemente. Mas… só o fato de ter de negar tantas coisas ao mesmo tempo já diz muito. 

No perfil que o jornal dos Marinho faz, um dos pontos interessantes é o de que Etchegoyen “era chefe do Estado-Maior do Exército, indicado pelo Comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, para ser seu número dois”.

Espera-se que o general não siga o exemplo do presidente a que serve em matéria de lealdade.



sábado, 24 de junho de 2017

Processo de Lula será analisado por professores de Direito da Europa



Jornal GGN - O caso triplex, em que Lula é acusado pela força-tarefa da Lava Jato de receber propina da OAS, será analisado por uma equipe formada por professores de Direito de três universidades da Europa, em parceria com o advogado Rafael Valim, da PUC-SP. A ideia é formular um relatório indicando se o processo penal contra o ex-presidente foi "imparcial e independente". 

Desde o dia 21 passado, o juiz Sergio Moro está com o processo concluso para sentença. O GGN apontou, em reportagem que analisa a decisão do magistrado em 10 ações penais, que quando há petistas sentados nos bancos do réus, Moro costuma divulgar o resultado do julgamento, em média, dentro de duas semanas. Leia mais aqui.

A expectativa da chamada Análise Internacional Independente sobre o Processo Penal de Lula é de concluir o relatório e torná-lo público em agosto.
Após avaliar as provas contra e a favor de Lula, o grupo pretende verificar "se o Estado de Direito tem sido observado" e "avaliar os impactos da cobertura e dos comentários da mídia
sobre o julgamento".

Participam do projeto os professores Roberta Bortono, da Universidade de Roma, na Itália; Gunter Frankenberg, da Universidade Johann Wolfgang Goethe, na Alemanha, Javier Garcia Oliva, de Oxford, Reino Unido, além de Rafael Valim, autor da obra "O caso Lula", ao lado de Cristiano Zanin e Valeska Teixeira, advogados do petista.

A Lava Jato ainda investiga Lula por causa do sítio de Atibaia, da empresa de palestras e o Instituto Lula.




O fantasma Etchegoyen no palácio deserto.



Talvez não tenha sido apenas um desabafo de consciência o do General Eduardo Villas-Bôas, comandante do Exército, ao dizer que não gosta da ideia de ver o exército transformado em polícia e que ficou chocado ao ver seus soldados, na Favela da Maré, em meio a mulheres e crianças e pensar, chocado: “estamos aqui apontando arma para a população brasileira, nós estamos numa sociedade doente”.

Hoje, a coluna de Lauro Jardim diz que o ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Michel Temer , General “Sérgio Etchegoyen, “tomou a segurança pública do Ministério da Justiça”

Foi ele quem abriu um evento e palestrou para os secretários de Segurança de todo país em Porto Alegre, atropelando Torquato Jardim, narra o colunista. Ele refere-se ao Encontro de Gestores da Área de Segurança Pública, realizado segunda-feira na capital gaúcha.

Mais cedo, republiquei nota da Coluna do Estadão, onde se afirma que Etchegoyen, junto com Eliseu Padilha, estava escolhendo, também à revelia de Torquato Jardim, o novo diretor da Polícia Federal. O site de extrema-direita da turma do Mainardi diz até que ele já escolheu: o delegado Rogério Augusto Viana Galloro, atual Diretor Executivo da PF e ex-adido policial brasileiro nos Estados Unidos.

Quem olha, assim, estas movimentações, com o que nos resta de Presidente da República fora do país, lembra que em política não há vácuo e que foi Michel Temer quem trouxe de volta estas histórias de assombrações nos palácios.


O powerpoint de Moro na Istoé condena Lula a 22 anos de prisão



22 anos de prisão, vejam só.

É o que a revista Istoé diz que Sérgio Moro “pedirá” (pedirá? nunca vi juiz pedir, ao que eu saiba juiz condena).

O testo, na parte que está na internet, é um primor de parcialidade.

O texto assemelha-se ao envelope enviado ao presidente da Câmara, escatologia enviada hoje aos jornais.

A ilustração, por sua vez, copia o powerpoint do Dr. Dallagnol.

Nem mesmo se importam em apregoar que a sentença é combinada entre a turma de Dallagnol e Sérgio Moro: “conforme apurou ISTOÉ junto a integrantes da Lava Jato, o petista vai pegar até 22 anos de cadeia – 10 anos por lavagem de dinheiro e 12 por corrupção passiva”, tudo por não ter recebido um apartamento que, dizem seus algozes, “ia” receber.

Quer ter ideia do que isso representa?

O goleiro Bruno Fernandes, ex-Flamengo, foi condenado à mesma pena por ter assassinado a mãe de seu filho, Eliza Samúdio, pela ocultação de seu cadáver (diz-se que lançando a cachorros) e pelo sequestro e cárcere privado do próprio filho.

Como todos sabemos que Sérgio Moro vai condenar Lula, é bom que seja nos moldes que a porca revista anuncia.

Revela o ânimo verdadeiro deste pastiche de processo judicial: assassinar moralmente – já que não é possível que seja fisicamente – de matar Lula.

Nem uma palavra a menos.



Mendes relata inquérito de Aécio. Precisa explicar?



Vou só copiar a notícia de O Globo, porque qualquer comentário é dispensável:

Um dos inquéritos a que o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) responde no Supremo Tribunal Federal (STF), baseado na delação premiada de executivos da Odebrecht, será relatado pelo ministro Gilmar Mendes.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a redistribuição da investigação, que estava sob a responsabilidade de Edson Fachin, por não ver relação com desvios na Petrobras, foco inicial da Lava-Jato.

No inquérito, Aécio é investigado pela acusação de ter recebido “pagamento de vantagens indevidas em seu favor e em benefício de seus aliados políticos” nas eleições de 2014.

Janot solicitou também a redistribuição de outro inquérito contra Aécio, mas pediu que fosse feita uma “distribuição por dependência”, ou seja, que o mesmo sorteio valesse para os dois processos. Ainda não está definido, contudo, se o pedido foi aceito e se Gilmar será também o relator desta outra investigação.

Neste outro inquérito, também baseada na delação da Odebrecht, ainda fazem parte o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), Oswaldo Borges da Costa, assessor de Aécio, e Paulo Vasconcelos do Rosário Neto, marqueteiro do tucanos

A roleta do STF é uma beleza, destas de dar inveja aos caça-níqueis de botequim: dos nove inquéritos contra Aécio, quatro estão com Gilmar Mendes.

Só falta caber a Gilmar Mendes analisar se são válidas as gravações em que ele foi flagrado combinando com Aécio fazer pressão sobre parlamentares pela lei de abuso de autoridade.

A justiça brasileira tornou-se uma “coisa” da qual riríamos, se não fosse tão trágica.



sexta-feira, 23 de junho de 2017

Roberto Requião debate soberania nacional com o comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas

José Dirceu enfatiza a resistência como caminho para enfrentar o golpe

As palestras de Moro e Dallagnol e a arte de sofismar no direito

Leonardo Stoppa explica os reais interesses por trás da prisão do Almirante Othon

Gleisi: Pelo estado de direito, Moro só pode absolver Lula


Estado que deu maior número de votos contrários ao impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff noCongresso Nacional, o Ceará teve uma noite de celebração, nesta quinta-feira (22), com a posse dos diretórios estaduais e municipal do Partido dos Trabalhadores, com a presença da presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hofffmann (PT-PR).

Na posse, Gleisi falou do processo de perseguição jurídica e midiática da qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é alvo.

Lula não teve um dia de descanso dessa mídia golpista. Mesmo com a campanha de ódio, o PT continua aparecendo como o partido de preferência nacional. Que outro partido no Brasil tem essa condição? Isso mostra enraizamento social do nosso partido”, declarou.

A presidenta do PT lamentou que o poder Judiciário atualmente esteja tendo uma atuação política e garantiu que “o juiz Sérgio Moro, pelo estado democrático de direito, observando o devido processo legal, só pode absolver Lula, não pode condená-lo”.

“Mas se acontecer essa condenação, nós temos que gritar em alto e bom som que isso é uma fraude contra a democracia brasileira. Nós não vamos aceitar. Se querem ganhar do PT, se querem ganhar de Lula, arranjem um candidato competitivo e vão disputar o voto na rua com o povo, e não em um golpe desses”, disparou.
Posse do PT Ceará

O presidente eleito do Partido dos Trabalhadores no Ceará, De Assis Diniz, que tomou posse nesta quinta, afirmou que Gleisi será a voz mais firme do cenário nacional.
JVPeixoto

Gleisi ao lado de De Assis Diniz, Acrísio Sena, deputada José Guimarães e governador Camilo Santana

“Temos a plena certeza que você irá dialogar com a institucionalidade e com as ruas, e não deixará que o PT tenha uma posição à esquerda na rua luta. E nós do Ceará queremos estar ao seu lado para fortalecer o PT com as suas juventudes, na relação com o movimento de mulheres, com os movimentos sociais, e que possamos barrar os retrocessos”, declarou.

Em seu discurso, De Assis Diniz garantiu que o PT está unificado na luta pelas eleições diretas e na construção da campanha para eleger Lula novamente presidente da República.

Também tomou posse o presidente do PT de Fortaleza (CE), Acrísio Sena. Para ele, a posse é “prova inequívoca que o Partido dos Trabalhadores está mais vivo do que nunca”.

“Depois de três quatro anos apanhando nos meios de comunicação, essa militância não se envergou, não se dobrou, e mostrou a sua capacidade guerreira de enfrentar. E a prova mais concreta de tudo isso foi a Greve Geral, para demonstrar a esse País que a luta de classes não acabou”, destacou.
Daniel Pearl e Polianna Uchoa/PT Ceará

Presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, ao lado dos presidentes do PT Ceará, De Assis Diniz, e do PT Fortaleza, Acrísio Sena

Para ele, a próxima tarefa do PT é construir, para 2018, uma campanha de esquerda, vermelha e militante, para garantir um palanque para a eleição de Lula.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), fez questão de prestigiar a posse do PT no seu estado, destacando o papel do PT no momento da conjuntura política para combater a direita no País.

“Eu fui o primeiro governador do Nordeste a dizer que era contra a reforma da Previdência e a reforma trabalhista. E o estado que deu maior número de votos lá no Congresso contra o impeachment foi o Ceará”.

Estavam presentes à posse do PT Ceará o líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), o líder da minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e o senador José Pimentel (PT-CE).
PT está retomando suas bandeiras históricas

A presidenta nacional do PT ainda destacou que o partido tem feito sua autocrítica na prática, retomando suas bandeiras históricas, indo às ruas ao lado dos movimentos sociais e valorizando seu legado para fazer a disputa na sociedade.

“Nós precisamos valorizar as nossas conquistas para fazer disputa com essa direita que está desmontando tudo que nós conquistamos nesse País. É em alto e bom som que o PT tem que falar isso nas ruas, junto com os movimentos sociais. O Congresso Nacional é uma trincheira de luta. Mas nós sabemos que não é a mais importante”, afirmou.

Na sua avaliação, é preciso unificar a esquerda e a centro esquerda com aqueles que têm uma proposta progressista e popular para o Brasil, através de programa que devolva ao País a sua soberania, que regate os direitos das pessoas.

“Temos que sentar para fazer uma grande aliança pelo Brasil. E não tenho dúvidas: a nossa saída é pela esquerda. Estamos agora com uma bandeira que nos une, que é bandeira das eleições diretas já. Precisamos fazer uma grande aliança pelas eleições diretas, do resgate do voto popular, na defesa da nossa democracia”, concluiu.

Daniel Pearl e Polianna Uchoa/PT Ceará

presidenta Gleisi Hoffmann na plenária das mulheres do PT Ceará



Antes da posse, a presidenta Gleisi esteve no Palácio da Abolição, sede do governo do estado, para encontrar com o governador do Ceará, Camilo Santana (PT). Em seguida, participou de uma plenária das mulheres do PT do Ceará, ao lado da secretária de Mulheres do PT, Laisy Moriére.




quinta-feira, 22 de junho de 2017

Funcionários do BNDES lançam campanha para defender ações do banco


A Associação dos Funcionários do BNDES teve uma ótima iniciativa e colocou na internet um site – que pode ser replicado no Facebook – esclarecendo todo os asqueroso noticiário que busca apresentar o banco como uma casa de favores.
O BNDES é uma das mais importantes ferramentas de desenvolvimento do Brasil e só quem é contra este desenvolvimento – e creia, não há calabares que sejam – pode se associar a esta onda de manietação da instituição ou coloca-la apenas como um banco de varejo, sem compromissos com projetos estruturantes de nossa expansão industriais.
Há perguntas e respostas sobre muitas destas “ondas” de ataques ao banco (inclusive as “lendas” sobre Cuba e Venezuela) e eu já reproduzo aqui um das páginas, a que trata da JBS.
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Você pode ver todas elas e os depoimentos dos servidores do banco clicando aqui.


Então, o tal triplex é da CAIXA

O fiasco de Temer no mundo. ‘Le Monde’ chama o Brasil de ‘estrela pálida’



Sobre o fiasco da viagem de Michel Temer ao exterior, a reportagem de hoje do Le Monde, em versão em português pela Rádio França Internacional:

A estrela pálida do Brasil na cena internacional” é o título da análise que o Le Monde traz nesta quinta-feira, assinada pela sua correspondente no país, Claire Gatinois. Segundo ela, o presidente brasileiro ignorou a ameaça da Justiça e foi para Rússia em viagem oficial, posando até mesmo ao lado do chefe de Estado russo Vladimir Putin em um espetáculo do balé Bolshoi, em Moscou.

Para o Le Monde, a viagem, que termina na Noruega nesta sexta-feira, é uma “demonstração do ativismo internacional de um presidente que está “determinado a mostrar que seu país não está paralisado.”

Apesar da Operação Lava-Jato, que revelou um esquema de corrupção com tentáculos mais longos do que o esperado, Temer busca convencer os outros países que o Brasil não se transformou em uma República das Bananas. Segundo o Le Monde, a tentativa é em vão.

A crise moral no país se aprofunda e o mergulha em um ostracismo diplomático. Impossível, lembra o diário, não notar que nenhum chefe de Estado vem visitar o país, contrariamente à época de Lula, admirado por pesos pesados da política internacional como o ex-presidente dos EUA Barack Obama, por exemplo. Período em que o Brasil também foi escolhido para sediar a Copa do Mundo (2014) e os Jogos Olímpicos (2016).

A destituição de Dilma e os escândalos de corrupção também fragilizaram a imagem do Brasil dentro da América Latina, lembram especialistas citados pelo Le Monde, onde o país também não exerce mais uma liderança.

A perda de influência na cena internacional, lembra o Le Monde, começou entretanto com Dilma – economista tecnocrata que nunca foi uma “expert” em política externa, observa o jornal. Foi início de uma derrocada que se concretizou depois do impeachment. Paulo Sergio Pinheiro, ex-secretário dos Direitos Humanos, relator da ONU, diz querer acreditar em um “parênteses maldito”.

Para o jornal francês, o tamanho do Brasil e seus recursos naturais podem ajudar o país virar novamente o jogo e voltar a ser um ator nas questões internacionais. “Mas é necessária uma limpeza de sua paisagem política”, conclui o artigo.



Não esqueçam do AECIO NEVES

Classe média paulista

O que Moro vai fazer com Lula é CRIME


A esta altura, o PSDB e, em particular, Aécio Neves já enxergam o mal que reside na violação das garantias constitucionais dos cidadãos. Festejaram as arbitrariedades praticadas contra Lula no âmbito dos processos contra ele e no comportamento da mídia e dos setores fascistas da opinião pública. Agora, os tucanos são vítimas do monstro que alimentaram.
Aécio só pode culpar a ele mesmo pelo que se abateu sobre si. Não só pelos crimes que provas materiais irrefutáveis provam que ele cometeu, mas por ter incentivado processos legais sumários que dificultam o direito de defesa.
O ministro do STF Luís Roberto Barroso define a situação de Aécio
É sempre duvidoso acreditar que políticos ligados ao establishment serão tratados como Lula, que, em seus governos, afrontou o interesse da elite de manter pobres os pobres. Mas a situação chegou a um ponto em que o processo legal necessário para condenar alguém é visto como leniência, de modo que as condenações sumárias se sucedem.
Inocentes ou culpados, Lula, Aécio, Fernando Henrique Cardoso, enfim, seja quem for tem direito a um julgamento justo e a um processo legal que cumpra cada rito exigível.
A liberdade de um ser humano é – ou deveria ser – sagrada. Deveríamos ser todos defensores da apresentação de provas inquestionáveis para encarcerar qualquer pessoa. Contudo, mesmo existindo todas as provas possíveis e imagináveis, enquanto alguém não for considerado culpado a civilidade exige que o réu seja considerado inocente.
Pior do que a opinião pública considerar alguém culpado, porém, é todos saberem o que um magistrado irá decidir antes que sua decisão seja anunciada. Essa é a grande derrota para um magistrado. Sobretudo se as provas contra o réu não forem fortes.
E o que acontece em relação a Lula é exatamente isso: as provas não apenas não são fortes, elas não existem. Sim, é isso mesmo: o Ministério Público Federal afirma que não tem provas contra Lula porque ele ocultou e a inexistência de provas é a prova de que ele é culpado.
Alegações Finais - FINAL
Alegações Finais - FINAL

Assim como me dei ao trabalho de ler as 335 páginas das alegações finais do MP contra Lula, estou lendo as 363 páginas das alegações finais da defesa. Quem se der ao trabalho de fazer tão longas leituras irá se chocar com a inépcia da acusação contra o ex-presidente.
Se o Ministério Público chega a confessar que não tem provas contra Lula, a defesa do ex-presidente PROVA que ele é inocente. Em um dos capítulos mais impressionantes, a defesa de Lula mostra que, “além de o tríplex ser bem imóvel de propriedade de OAS Empreendimentos, 100% dos direitos econômico financeiros decorrentes desse domínio foram transferidos em garantia, desde 2010, à Caixa Econômica Federal”.
Então qual é a prova que permitirá ao juiz Sergio Moro condenar Lula? A prova é a palavra de Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que se não tivesse acusado Lula ficaria na cadeia para o resto do tempo de vida que ainda tem, pois é um idoso.
Pediram a Pinheiro que apresentasse provas. Ele respondeu que não tinha provas porque Lula mandou que destruísse. E a acusação se deu por satisfeita e pediu que o ex-presidente viva encarcerado até o fim da vida. Prisão perpétua.
Se você não se preocupa com uma barbaridade como essa, você não tem noção alguma do que seja democracia, verdade, justiça. E pode escrever aí: esse desapreço pela justiça ainda vai lhe fazer pagar caro.
Todos sabemos que Sergio Moro irá condenar Lula. Não importa que o Ministério Público não tenha conseguido provar nada contra ele. Moro é inimigo pessoal de Lula e de seus advogados e irá se vingar deles usando a magistratura. Isso é um crime. Um dia, seguramente ele será punido pelo que irá fazer nos próximos dias.
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Convido os amigos a lerem, também, o comentário em vídeo que fiz no canal do Blog da Cidadania no YouTube



quarta-feira, 14 de junho de 2017

O Globo: Funaro entrega Geddel em depoimento


Agora há pouco, Jaílton de Carvalho, em O Globo:
O operador Lúcio Bolonha Funaro está prestando um novo depoimento à Polícia Federal no inquérito para investigar o presidente Michel Temer e o ex-assessor Rocha Loures pelos crimes de corrupção, organização criminosa e obstrução de justiça. Funaro foi chamado para esclarecer algumas questões relativas ao primeiro interrogatório a que foi submetido no último dia 2. O operador deverá ainda fornecer mais detalhes dos casos mencionados anteriormente. As revelações do operador podem aumentar complicar a situação de Temer e do ex-ministro Geddel Vieira Lima, entre outros.
No primeiro depoimento, Funaro acusou Geddel de fazer sondagens para saber se ele iria mesmo fazer acordo de delação premiada, como estava sendo ventilado pela imprensa. O ex-ministro, um dos principais aliados de Temer, teria ligado várias vezes para a mulher de Funaro em busca de informações sobre os planos do operador. Numa conversa com Temer, em 7 de março deste ano, o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, disse que estava pagando mesadas a Funaro e ao ex-deputado Eduardo Cunha para que os dois não fizessem delação. Temer teria dito, “tem que manter isso. Viu ?”.
Funaro afirmou também que até ser demitido, Geddel era o principal interlocutor de Batista no governo. A questão é importante porque, ainda na conversa com Temer, Batista diz que, com Geddel fora de cena, precisaria de um novo interlocutor. Temer indica, então, Rocha Loures para tratar de “tudo” com o empresário. Dias depois, o ex-assessor sai a campo, trata de decisões e cargos estratégicos do governo com Batista. Num outro momento, é filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil de Ricardo Saud, operador da propina da JBS.
Funaro perava para Cunha na Caixa Econômica Federal, tal como Fábio Cleto, que já o confessou. Lá, Geddel  e Moreira Franco agiam sob as ordens de Michel Temer.
Há um ano, noticiou-se que “a Eldorado Celulose, empresa do grupo J&F, que também é dono da JBS, pagou cerca de R$ 33 milhões em contratos de consultoria na área de energia para empresas ligadas a Lúcio Bolonha Funaro, que é apontado como operador do deputado Eduardo Cunha.”