terça-feira, 25 de abril de 2017

Greve geral na sexta-feira deve afetar transportes em São Paulo, Rio, Minas Gerais, Pernambuco e Ceará, dizem sindicatos



Ônibus, trens e metrô devem ficar parados por 24 horas

ADAMO BAZANI

Mais categorias relacionadas ao transporte coletivo decidiram aderir na próxima sexta-feira, 28 de abril de 2017, ao Dia Nacional de Paralisações, um protesto contra as reformas na previdência e trabalhista.

Na greve geral devem parar por 24 hortas, segundo os sindicatos, ônibus trens e metrô em cidades como São Paulo e Belo Horizonte e suas regiões metropolitanas.

RIO DE JANEIRO:

O Sintraturb Rio, sindicato dos rodoviários do Rio de Janeiro, decidiu uma paralisação parcial dos motoristas e cobradores.

De acordo com a entidade sindica,l em torno de 950 profissionais devem cruzar os braços.

A paralisação deve começar na madrugada de sexta-feira.

A erntidade também vai pedir que a prefeitura faça um aditivo contratual para que seja proibida a terceirização no setor de transportes.

Ainda não foi definido o percentual de ônibus que devem ficar nas garagens.

BELO HORIZONTE E REGIÃO:

Na capital mineira, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte e Região Metropolitana – STTR diz que a expectativa é que 100% dos funcionários das empresas de ônibus participem da greve. Já o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais – Sindimetro/MG deve realizar uma assembleia nesta terça-feira, dia 25, para decidir a adesão.

FORTALEZA E REGIÃO:

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Ceará – Sintro-CE diz que os motoristas dos ônibus rodoviários interurbanos vão aderir ao Dia Nacional de Manifestações.

Não foi definido ainda se haverá paralisação total, o que deve ser decidido ainda nesta semana.

RECIFE E REGIÃO:

No Grande Recife, os motoristas e cobradores de ônibus, por meio do sindicato, também anunciaram que devem cruzar os braços na próxima sexta-feira, 28 de abril.

O sindicato que representa a categoria fez anúncio na tarde desta segunda-feira durante uma manifestação contra a demissão de cerca de 400 cobradores de ônibus.

Os metroviários devem realizar uma assembleia nesta terça-feira para definir se param ou não.

SÃO PAULO, ABC, OSASCO, GUARULHOS E LITORAL:

Os sindicatos que representam os trabalhadores que atuam no setor de transportes na Grande São Paulo e Litoral Paulista decidiram, em sua maioria, aderir à greve geral prevista para próxima sexta-feira, 28 de abril de 2017.

Se metroviários, ferroviários e motoristas e cobradores de ônibus seguirem de fato a recomendação dos sindicalistas, ao menos 13 milhões de passageiros em 30 cidades da Região Metropolitana e Litoral de São Paulo podem ficar sem transportes, a maior parte por 24 horas.

No caso do Metrô em São Paulo, devem ser paralisadas na sexta-feira as linhas estatais: 1 Azul (Jabaquara/Tucuruvi), 2 Verde (Vila Madalena/Vila Prudente), 3 Vermelha (Corinthians Itaquera / Palmeiras Barra Funda), 5 Lilás (Capão Redondo/Adolfo Pinheiro) e o monotrilho da linha 15-Prata (Vila Prudente/Oratório). Apenas a linha 4 Amarela (Butantã/Luz), que é privada, deve funcionar.

No caso da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, devem ser paralisadas as linhas 7-Rubi (Jundiaí – Francisco Morato – Luz), 10-Turquesa (Rio Grande da Serra – Santo André – Brás), 11 Coral (Luz – Mogi das Cruzes/Estudantes) e 12-Safira (Brás – Poá/Calmon Viana). Já o sindicato que representa os trabalhadores da linha 9-Esmeralda (Osasco – Grajaú) e 8-Diamante (Júlio Prestes – Itapevi ) vai realizar assembleia na terça-feira, dia 25, para definir se vai aderir ou não ao Dia Nacional de Paralisações.

O sindicato que representa os motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista também decidiu aderir ao Dia de Paralisações na próxima sexta-feira. A exemplo do que ocorreu no último dia 15 de março, entretanto, os ônibus do subsistema estrutural (viações de linhas maiores) devem parar e os ônibus e micro-ônibus do subsistema local (ex-cooperativas) devem operar normalmente.

Os motoristas e cobradores de ônibus do ABC Paulista (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) também devem paralisar as atividades na próxima sexta-feira, 28 de abril, por 24 horas.

Também confirmaram adesão ao dia de paralisações, motoristas e cobradores de ônibus de Guarulhos, Itaquaquecetuba, Arujá, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Osasco, Embu das Artes, Embu-Guaçu, São Lourenço da Serra, Itapecerica da Serra, Juquitiba, Vargem Grande Paulista e Taboão da Serra.

Nestes casos, de acordo com os sindicatos, as paralisações serão por 24 horas e vão atingir tanto as linhas municipais como as intermunicipais gerenciadas pela EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos.

No litoral paulista, devem paralisar as atividades os motoristas e cobradores de ônibus em Santos, São Vicente, Guarujá, Bertioga, Itanhaém, Peruíbe, Mongaguá, Cubatão e Praia Grande.

No último dia 15 de março, as paralisações atingiram parcialmente pela manhã os ônibus na cidade de São Paulo, no ABC Paulista, regiões de Osasco e Guarulhos e, na capital paulista, os metroviários paralisaram as atividades, mas os trens da CPTM, na ocasião, funcionaram normalmente.

As centrais sindicais protestam contra a proposta de Reforma da Previdência, a Reforma Trabalhista e a terceirização.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes



Moro admite que depoimento de Léo Pinheiro com acusações a Lula pode ser falso


O juiz Sérgio Moro: Léo Pinheiro tem direito de dar suas versões, “quer sejam verdadeiras, quer não sejam verdadeiras”. Foto: Lula Marques/AGPT, via Fotos Públicas

Moro admite que depoimento de Léo Pinheiro pode ser falso

Ex-sócio da OAS incluiu acusação a Lula em testemunho a fim de obter acordo de delação premiada com o MPF-PR


O juiz Sérgio Moro, responsável por processo que tem como acusados o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o empresário Léo Pinheiro, ex-sócio da construtora OAS, afirmou que o depoimento deste último à Justiça concedido na semana passada pode ter sido feito em meio a uma negociação do réu com o Ministério Público Federal para a obtenção de um acordo de delação premiada, e que pode conter inverdades, mas que o depoente tem direito de dizê-las.

A afirmação foi proferida pelo juiz quando o advogado de Lula indagou, antes que tivesse início o depoimento de Pinheiro na semana passada, a respeito da condição jurídica em que o réu se encontrava na oitivia que estava para começar.

O defensor Cristiano Zanin Martins afirmou que a situação indefinida de Pinheiro era prejudicial à defesa de Lula.

“Hoje, o interrogando tem direito de ficar calado e até mentir [pois é co-réu], mas se ele é delator, a situação se altera”, disse Martins, lembrando que um colaborador da Justiça presta um depoimento atrelado à sua delação, que por sua vez é concedida dentro de uma estratégia acusatória montada pelo Ministério Público Federal. “Se há versões sendo negociadas, a Defesa tem que saber”, ponderou o advogado.

Moro concordou com o defensor a respeito da possibilidade de ser mentira o que viria a contar Léo Pinheiro, entendendo que, como co-réu, ele teria direito a dar suas versões dos fatos, “quer sejam verdadeiras, quer não sejam verdadeiras”. O juiz disse ainda que o fato de existir acordo em andamento sem que se saiba se isso vai ser efetivado não seria suficiente para suspender o andamento do processo.

O advogado Cristiano Zanin Martins solicitou à Procuradoria Geral da República uma investigação sobre o depoimento de Léo Pinheiro a Sergio Moro.

Isso porque a imprensa publicou, dias antes da audiência em Curitiba, que Pinheiro “negociou” com os procuradores da Lava Jato os detalhes de tudo que deveria ser dito contra Lula.

Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, Pinheiro daria diante de Moro um “aperitivo” de tudo que poderia dizer contra Lula em sua delação premiada acordada com os procuradores da Lava Jato. Além disso, no mesmo dia da audiência de Pinheiro em Curitiba, o jornal Valor Econômico antecipou, com base em fontes ligadas ao processo, tudo que ele iria dizer e efetivamente disse.




segunda-feira, 24 de abril de 2017

Num domingo Temer e aliados tramam para tirar sua aposentadoria e dizem que não vão recuar mais


Via Uol
Em reunião no Palácio do Jaburu na noite deste domingo (23) com ministros e líderes da base aliada, o presidente Michel Temer disse que não haverá novas mudanças nos textos das reformas Trabalhista e Previdenciária. “Não há espaço para concessão”, avisou o líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

O encontro durou três horas e serviu para a definição da estratégia final para a votação das duas reformas. Segundo o líder da maioria na Câmara, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), Temer disse que o governo considera os relatórios das reformas como produto final das negociações. A ordem, explicou Lelo, é começar as conversas finais com as bancadas e captar o sentimento dos deputados.

Ministros devem começar pressão

Nesta segunda-feira (24), Temer vai se reunir com os ministros que têm influência na Câmara para pedir que eles se envolvam diretamente nas conversas com os deputados. O presidente também pedirá que os ministros não agendem mais reuniões com os parlamentares em horário de votações importantes na Câmara.

Além de Aguinaldo e Lelo, participaram da reunião no Jaburu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), e os ministros Antonio Imbassahy (Governo), Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência) e Henrique Meirelles (Fazenda).

Meirelles fez uma apresentação sobre a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), realizada em Washington na semana passada, e destacou que a economia brasileira já dá sinais positivos. Segundo o ministro, as reformas vão consolidar os avanços dos últimos meses.
(…)



Enquanto te distraem com delações armadas, Reforma Trabalhista será votada nessa terça-feira dia 25


A três dias da greve geral, o movimento sindical pode sofrer um duro golpe, com a aprovação pela Câmara do PL da reforma trabalhista. O texto do Projeto de Lei 6.787/2016 – apoiado por Temer e clamado pelo setor patronal – rebaixa o padrão das relações de trabalho e acaba com o imposto sindical.

A Agência Sindical ouviu na manhã desta terça (18) Antônio Augusto de Queiroz (Toninho), diretor de documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar). Principais trechos:

Mercado – “Michel Temer precisa sinalizar ao mercado que tem força no Congresso. Portanto, a mudança, e a piora, na legislação trabalhista significaria entregar a mercadoria prometida”.

Deputados – “Para muitos parlamentares mudar a lei e rebaixar o custo do trabalho seria uma forma de atender aos interesses de seus financiadores de campanha”.

Meios – “Para boa parte dos parlamentares, que votarão reformas contra os trabalhadores, portanto, em medidas impopulares, acabar com o imposto sindical deixará as entidades sem meios para produzir materiais de comunicação e outras ações, denunciando quem votou contra o trabalhador”.

Votação – “Caso se aprove hoje a urgência, a reforma trabalhista será votada na Comissão Especial dia 25 de abril. Da Comissão, segue ao plenário, sem pedidos de vistas, novo parecer etc. O plenário vota, com enormes chances de aprovar o que o governo federal solicita”.

Votos – Segundo o dirigente do Diap, a pressão do mercado e dos interesses privados têm força, hoje, para conseguir os 257 votos necessários no plenário. Com isso, Temer, segundo Antônio Augusto, “passaria ao mercado a ideia de que tem condições de aprovar essa e outras reformas que interessam ao setor privado”.

Mais informações: www.diap.org.br



As “provas” do Léo Pinheiro sumiram da mídia, de tão risíveis que foram



Por Bajonas Teixeira,O Cafezinho

Não é estranho? Primeiro, tivemos quatro dias de delírios na mídia com as denúncias de Léo Pinheiro sem qualquer prova. Ontem, ele reuniu as ‘provas’ e as entregou ao MPF em Curitiba. O silêncio da mídia hoje é tão estridente que dói. Nem o G1, nem o Jornal O Globo, nem a Folha, nem a Veja, nem a Época, nem a Isto é. Ninguém, absolutamente ninguém, fala das provas. O que aconteceu? Aconteceu algo simples: as provas só provam que Léo Pinheiro não possui qualquer prova. Elas não servem para nada. Vamos verificar uma por uma.

Os documentos de Léo Pinheiro deveriam provar que Lula foi beneficiado pela reforma do triplex. Provas são evidencias capazes de não deixar dúvidas sobre a veracidade dos fatos ocorridos. E sobre a autoria desses fatos. A arma do crime encontrada na mão do suposto executor de um homicídio é uma prova. Vale então verificar se os documentos apresentados por Léo Pinheiro são ou não provas dignas de crédito. Vejamos essas provas, de acordo com reportagem da Folha publicada ontem:

“o registro de que dois carros em nome do Instituto Lula passaram pelo sistema automático de cobrança dos pedágios a caminho do Guarujá entre 2011 e 2013. Não há, no entanto, documento que comprove que as viagens tiveram como destino o apartamento.”

Essa primeira prova, é ridícula e seria perder tempo fazer maiores considerações. Basta repetir o que a própria matéria diz: “Não há, no entanto, documento que comprove que as viagens tiveram como destino o apartamento”.
“Há também registros de ligações telefônicas entre Pinheiro e pessoas ligadas a Lula, como Clara Ant, Paulo Okamotto, José de Filippi Jr. e Valdir Moraes da Silva (segurança), a partir de 2012. As listas trazem data e duração da conversa, mas não seu conteúdo.”

Novamente aqui, ficamos sem qualquer elemento que permita estabelecer algum vínculo entre essas ligações e o objeto das denúncias, o triplex. E só o conteúdo das conversas seria de fato uma prova. A reportagem novamente comenta o óbvio: “As listas trazem data e duração da conversa, mas não seu conteúdo”.

“Foram anexados ainda e-mails que mostram a agenda de Lula, na qual aparece a previsão de encontros com Pinheiro, e mensagens da secretária do instituto para Okamotto, que preside a entidade, avisando que o empresário havia ligado para falar com ele.”

Conversas entre empresários e um ex-presidente são tão banais quanto os pardais. Ainda que fosse presidente, isso não seria crime. Não sendo, já que as conversas aconteceram após o fim do segundo mandado, ai mesmo é que não faz sentido mencioná-las, sequer como um remotíssimo indício de alguma coisa.

A intenção era a de provar que, sendo beneficiado pelo triplex, Lula teria recebido da OAS R$ 3.7 milhões originados de propinas por contratos na Petrobras. Provado que o triplex pertencia a Lula ou se destinava a ele, ficaria provado o recebimento dos R$ 3.7 milhões e, com isso, restaria provado também que Lula era o “comandante em chefe”, o “general” dos Petrolão.

As provas de Léo Pinheiro são uma farsa, e, se provam alguma coisa, é que ele não tem provas e, por isso, mentiu descaradamente para conseguir sua delação premiada. É por ser um “ativo tóxico”, uma “moeda podre” destituída de valor real, que o impacto dessas ‘provas’ sobre a mídia foi justamente a do anticlímax, instaurando o silêncio mortal que nos agride os ouvidos hoje.



domingo, 23 de abril de 2017

Por que Léo Pinheiro só “destruiu” provas contra Lula e não contra o DEM,PSDB e contra ele mesmo?


Uma pergunta que poucos se fizeram até o momento, sobre a delação”negociada” e ameaçada de Léo Pinheiro é que o mesmo falou em audiência que Lula pediu para ele “destruir” provas, Léo então por “amor” e “carinho” as destruiu para Lula, mas não destruiu provas contra si, não destruiu provas contra Rodrigo Maia e outros tantos que receberam dinheiro da OAS para aprovar projetos do interesse da construtora, a pergunta que deve-se fazer será que Lula é tão”chefão” assim para não ter provas contra ele e hipnotizou Léo Pinheiro para faze-lo e esquecer de deputados do DEM, PSDB e outros, ou realmente essa delação não faz sentido e não passa de uma farsa. Essa é uma pergunta a se debruçar nos próximos dias.











sábado, 22 de abril de 2017

O que a LavaJato tem feito pelo Brasil

Ditadura mantinha documentos com informações sobre jornalistas do DF


Na época da ditadura (1964-1985), órgãos da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) monitoravam de perto aqueles que eram considerados ameaça ao regime militar: comunistas e militantes de movimentos de esquerda. A SSP-DF mantinha perfis de vários jornalistas, principalmente os que tinham alguma ligação com partidos de esquerda ou sindicatos.

Ao descrever os jornalistas, a secretaria adotava um vocabulário informal, às vezes, grosseiro, revelando o temor do governo de um levante comunista na capital federal sob liderança dos profissionais de imprensa.

“Elemento nervoso e mal-educado”; “mau caráter” e “arrogante e insolente”, dizem os documentos sobre alguns profissionais. Sobre um deles, a SSP anotou: “para encobrir sua qualidade de comunista, costuma exibir uma foto ao lado do papa Paulo VI”. Sobre outro, destacou: “não consta que seja comunista. Ao que parece, [é] um inocente útil”. Um foi descrito como “picareta” e “vaselina”; outro, como “vaidoso e medíocre”, embora escrevesse mal e tivesse seus comentários revisados antes de publicados.

Os documentos, antes confidenciais, agora estão disponíveis para consulta no Arquivo Público do Distrito Federal.

O radialista Honório Dantas foi monitorado pela Divisão de Operações da SSP-DF quando criticou o então secretário de Segurança Pública do DF, Lauro Rieth, em uma reportagem sobre a prisão de despachantes nas imediações do Detran. “Costuma fazer reportagens críticas aos governos federal e do DF, como porta-voz de líderes sindicais e militantes de organizações esquerdistas”, diz o “histórico” de Dantas, produzido em setembro de 1983.

Três meses depois, durante uma entrevista, Dantas desentendeu-se com o então comandante militar do Planalto, Newton Cruz. O general irritou-se com as perguntas e com o gravador de Dantas, muito próximo de seu rosto. O radialista desligou o gravador e se afastou, mas Cruz não gostou e acabou empurrando Dantas, que foi irônico e se disse honrado por ter sido empurrado pelo general. Cruz foi atrás do repórter, pegou-o pelo braço e o fez pedir desculpas publicamente.

Programas de TV

Em um documento de novembro de 1982, a secretaria aborda programas de rádio e televisão, bem como o noticiário de jornais da cidade. O jornalismo da TV Globo é classificado de “mais responsável” e com maior cuidado com os fatos; o da TV Brasília, de “linha moderada”; o da TV Nacional, de “medíocre”; e o da TV Capital, de “mais contundente”.

Sindicato Livre

Em 1977, jovens profissionais de tendência esquerdista aliaram-se a nomes consagrados na imprensa e formaram a chapa Sindicato Livre para tentar derrotar o grupo que, desde o golpe de 64, comandava o Sindicato dos Jornalistas do DF. A Divisão de Informações da SSP-DF compilou dados de todos os componentes da chapa.

Um deles era Hélio Doyle, que foi chefe da Casa Civil do governo de Rodrigo Rollemberg. “É comunista”, dizia a SSP sobre a orientação política de Doyle. Armando Rollemberg, irmão do atual governador, foi identificado como “muito ligado ao comunista Hélio Doyle” e Heloísa Doyle, citada como “irmã do comunista Hélio Doyle”.

“Sabíamos que existiam agentes infiltrados, já tínhamos ideia disso. A gente ia para os lugares e tinha que tomar muito cuidado, porque nas manifestações tinha sempre alguém olhando. Não surpreende que existisse monitoramento, que tivessem informações”, disse Doyle à Agência Brasil.

Segundo o jornalista, a estratégia da chapa foi colocar os mais visados pelo regime em cargos distantes da diretoria. Ele próprio candidatou-se a delegado representante no Conselho da Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais, cargo que considerava mais “invisível” no radar da ditadura. Os documentos da SSP-DF, no entanto, classificaram a função de “importante e estratégica”. 

A chapa Sindicato Livre foi vitoriosa, mas enfrentou obstáculos. A Delegacia Regional do Trabalho (DRT) tentou impugnar a candidatura de seus membros, mas o colunista Carlos Castello Branco, cabeça de chapa, freou as tentativas de desmonte, lembrou Doyle. De acordo com o jornalista, Castello Branco tinha boa relação com o então ministro do Trabalho, Arnaldo Prieto.

“O Castello mexeu lá para não mexerem na chapa dele. E tem um detalhe do qual pouca gente fala. O delegado do Trabalho, que chamávamos de doutor Valério, embora fosse representante do Ministério do Trabalho na DRT, tinha um pouco de simpatia por nós. Então, uma série de coisas funcionou, e acabaram não impugnando ninguém.”

Revelação de documentos

Com base na Lei de Acesso à Informação, os documentos confidenciais da SSP-DF tornaram-se públicos em fevereiro e podem ser consultados no Arquivo Público do Distrito Federal. Antes da quebra do sigilo, um edital convocou todas as pessoas citadas nos documentos que quisessem ocultar seus nomes em informações de caráter pessoal. Antes, só o próprio interessado podia ter acesso a essas informações.

“Seguimos o modelo do Arquivo Nacional e publicamos edital divulgando a necessidade de abertura dos acervos e comunicando aos que tivessem sido citados que se pronunciassem sobre a manutenção da restrição de acesso”, disse a coordenadora de Arquivo Permanente do Arquivo Público do DF, Marli Guedes.

Se houvesse dúvida sobre a inclusão de seu nome nos arquivos, a pessoa poderia pesquisar e, então, pedir o sigilo. O prazo para manifestação foi de 30 dias, mas ninguém reclamou informações pessoais. “A Lei de Acesso à Informação trata da transparência da administração pública, mas não afeta a intimidade”, explicou Marli.

Para Doyle, a abertura dos documentos é importante para preencher lacunas existentes desde os tempos de ditadura. “Os documentos têm de ser todos revelados. Os historiadores têm de ter esse elemento para escrever a história desse período, uma visão que ficou obscura durante muitos anos”, afirmou o jornalista.



A OAS “mudou delação”. E o que a fez mudar?


A defesa de Lula publica hoje uma incrível cronologia da transição fabulosa de versões apresentadas por Léo Pinheiro.

Se você ainda tem dúvidas de que aquele senhor topa qualquer negócio para não findar sua existência em cana, leia:

Novembro de 2014 – prisão
A primeira prisão de Léo Pinheiro data de novembro de 2014. Cinco meses (!) depois, em abril de 2015, o STF decidiu que ele fosse colocado em prisão domiciliar. 

Junho de 2016 – delação recusada: faltou Lula
Condenado a 16 anos de prisão, o empresário aceitou fazer delação premiada. A sua delação foi recusada em junho porque,segundo matéria publicada na Folha de S.Paulo, não incriminava Lula. 

Agosto de 2016 – procuradoria encerra negociações
No final de agosto, a Procuradoria-Geral suspendeu as negociações com Léo Pinheiro e a OAS. Os advogados de Lula pedem que sejam apuradas as informações de que a delação foi recusada por inocentar o ex-presidente.

Setembro de 2016 – segunda prisão e intensificação das pressões
Duas semanas depois de recusada a primeira delação de Léo Pinheiro, o empresário foi preso novamente. Segundo o despacho do juiz de primeira instância Sergio Moro, para “garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e segurança da aplicação da lei penal”.

Outubro de 2016, um blog que atua como assessoria de imprensa clandestina dos promotores da Lava Jato publica uma nota revelando qual era o verdadeiro objetivo da prisão de Léo Pinheiro: obter qualquer afirmação que corroborasse a insustentável tese de que Lula seria dono de um apartamento no Guarujá.

Novembro de 2016 – sem Lula, pena é aumentada em 10 anos- A pressão se intensifica sobre o empresário em novembro, quando sua pena é aumentada em 10 anos. A matéria do Estadão que noticia o caso faz referência à dificuldade em se conseguir uma delação de Léo Pinheiro.

Abril de 2017 – o condenado Léo Pinheiro se dobra e mente
Finalmente, em abril de 2017, Léo Pinheiro se dobra, troca de advogados e faz o depoimento que os procuradores queriam incriminando Lula. O empresário diz ter sido o único responsável dentro da OAS pela questão do triplex e deixa claro que não tem provas do suposto acerto. 

Em qualquer país democrático, esta “conversão” de um acusado seria motivo de um inquérito e possivelmente, de anulação de sua nova versão.

Mas, no estranho país que se tornou o Brasil, isso é o “triunfo da verdade”.

Bem, reconheça-se que os algozes do regime militar eram mais simples e direto: “pendura este aí até ele falar”.

Os mais velhos, feito eu, certamente lembrarão do caso do ex-deputado Marco Antônio Tavares Coelho que passou torturas terríveis e cruéis nos Doi-Codi do Rio de Janeiro e de São Paulo e cujo depoimento “incriminava” políticos por terem recebido apoio do PCB. E, claro, tendo de afirmar que isso era uma “confissão espontânea”.

Formou-se, em Curitiba, uma “máquina de produzir verdades infalíveis.



Brasília, a ilha da fantasia cercada pela pobreza geral


Débora Brito

Brasília registra um dos maiores índices de desigualdade econômica e social do Brasil. É o que mostra o Mapa das Desigualdades, divulgado neste sábado (03) pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), pelo Movimento Nossa Brasília e pela ONG Oxfam Brasil.

A partir de um medidor inédito, chamado “desigualtômetro”, termo criado pela Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis, o mapa mostra diferenças significativas no acesso a determinados bens e serviços entre os moradores da região central e das áreas periféricas no Distrito Federal.

Na área da saúde, por exemplo, o mapa aponta que o “desigualtômetro” do Plano Piloto, região central de Brasília, chega a ser 19 vezes superior à região da Estrutural, favela periférica situada a aproximadamente 20 quilômetros do centro da cidade.

No Plano Piloto, onde 60% dos moradores trabalham no serviço público, 52% das pessoas utilizam os postos de saúde em sua própria vizinhança. Na Estrutural, esse percentual chega a 92%, mostrando as dificuldades de locomoção dos moradores. No quesito plano de saúde, a proporção é ainda mais desigual. No Plano Piloto, 84,4% da população possui plano de saúde, enquanto que na Estrutural essa taxa não passa de 5,6%.

A base de dados utilizada pela pesquisa da desigualdade é a mesma do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Pesquisa Distrital por Amostras de Domicílios (PDAD). A diferença é que, dessa vez, os dados de diferentes áreas foram condensados em um gráfico topográfico que mostra visualmente as diferenças entre as regiões.

“Esses dados já estavam disponíveis, agora foram agregados e colocados em mapas. Com as topografias, podemos dar maior visibilidade às diferenças”, comentou Cléo Manhas, assessora política do Inesc e integrante do Movimento Nossa Brasília.

Outras áreas – A mesma comparação apresentada na saúde foi feita nas áreas da cultura, educação, segurança pública, mobilidade urbana, saneamento básico e trabalho e renda,. Em todas elas, a proporção de desigualdade se mantém, mas o indicador de renda é o que apresenta maior disparidade. A renda per capita no Plano Piloto é de R$ 5.569,46, enquanto que na Estrutural é de R$ 521,80, ou seja, dez vezes menor.

O indicador de renda, também revela a desigualdade racial. “Segundo o estudo, quanto maior a renda, menos negra a população. Quanto menor a renda, mais negra é a população”, revelou Cléo Manhas.

O estudo revela ainda que o índice de Gini (que mede o nível de desigualdade) do Plano Piloto é 0,428, um dos mais altos do país. O índice varia de 0 a 1 e quanto mais próximo de 1, mais desigual. No Plano Piloto, todos os domicílios tem energia, abastecimento de água e esgotamento sanitário e apenas 3% dos domicílios estão em terreno irregular, taxa que sobe para 82% na Estrutural, onde também falta energia, saneamento e abastecimento regular de água.

Uma iniciativa semelhante ao Mapa das Desigualdades já é feita na cidade de São Paulo há dois anos. “É a primeira vez que esse mapa é feito para o Distrito Federal. Nós já sabemos que este é um dos territórios mais desiguais do Brasil. O que fizemos foi reforçar a premissa e perceber que a desigualdade é maior do que a gente imaginava. As nossas periferias são muito mais parecidas do que a gente imagina, tem a mesma falta de infraestrutura e de equipamentos sociais e também são muito mais distantes do centro da cidade do que a gente imagina”, afirmou Cléo Manhas.

Os dados foram apresentados para representantes de organizações civis das comunidades analisadas na pesquisa e serão disponibilizados na plataforma Cidades Sustentáveis. O objetivo é aguçar a percepção dos próprios moradores sobre os indicadores e levantar sugestões de políticas públicas que podem melhorar a infraestrutura das comunidades. 

“Nós queremos deixar essa realidade mais visível em gráficos e mapas, para que a população desses locais tenham um documento para demandar recursos para os locais onde vivem”, explicou a assessora política do Inesc.




sexta-feira, 21 de abril de 2017

Depoimento Antonio Palocci - Ao final, juiz Sérgio Moro interrompe quando Palloci fala das empresas de Comunicação

Depoimento de Antonio Palocci - Sérgio Moro antes de iniciar, adverte para não falar de empresas de Comunicação

"O filme da Operação Lava-Jato prova o quanto somos medievais"

Delação na Porta dos Fundos

Vídeo: Provas que a Lava Jato está pressionando e ameaçando delatores para incriminar Lula

Vídeo: Provas que a Lava Jato está pressionando e ameaçando delatores para incriminar Lula




Após depoimento com Moro, advogados de Léo Pinheiro abandonam caso


Depois da audiência desta quinta-feira (20), as equipes dos advogados Edward de Carvalho, Roberto Telhada e Jacinto Coutinho anunciaram que deixam a defesa de Léo Pinheiro. Confirmada a retomada da colaboração premiada com a Lava Jato, as defesas do ex-executivo e da empreiteira OAS ficam nas mãos do advogado José Luís de Oliveira Lima, que negocia a delação.


Os advogados que deixam a defesa alegam conflito de interesses da causa de Léo Pinheiro com a de outros clientes que representam. O ex-executivo da OAS Agenor Magalhães Medeiros também seria ouvido nesta quinta-feira, mas o depoimento dele precisou ser adiado. O interrogatório foi transferido para o dia 28 de abril.
Depoimento de Léo Pinheiro

O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro prestou depoimento por mais de três horas ao juiz federal Sérgio Moro em processo que tem como principal réu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde desta quinta-feira (20). Ele afirmou que o triplex no Edificio Solaris é parte de um total de R$ 3,7 milhões em propinas pagas ao ex-presidente Lula em três contratos da OAS.

O ex-executivo da OAS Agenor Magalhães Medeiros também seria ouvido nesta quinta-feira, mas o depoimento dele precisou ser adiado. O interrogatório foi transferido para o dia 28 de abril.


O depoimento de Léo Pinheiro era aguardado pois ele estaria tentando fechar um novo acordo de delação premiada com a força-tarefa. Ele esteve perto de se tornar um colaborador, mas a negociação foi suspensa pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em agosto do ano passado.

No início da audiência, o assunto foi pautado pelo advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin, sobre o andamento dessa negociação com o Ministério Público Federal (MPF). De acordo com a defesa de Pinheiro, conversas com o MPF sobre a delação ocorrem, porém o depoimento não foi negociado com os procuradores.

Em resposta, a defesa de Lula solicitou a suspensão do depoimento pois existem negociações em curso. “Se há benefícios sendo estabelecidos, a defesa tem que saber claramente qual a situação jurídica do interrogando para desenvolver o seu trabalho. Não é possível que haja hoje uma situação não esclarecida”, declarou Zanin. A defesa afirmou que se sente prejudicada. “Hoje o interrogando tem o direito constitucional de ficar calado e de mentir. Agora, se ele é um delator, a situação jurídica se altera”, afirmou. O magistrado negou o pedido da defesa de Lula.




quinta-feira, 20 de abril de 2017

Leonardo Boff: Papa Francisco não tinha motivo para vir ao Brasil apoiar 'golpista'


São Paulo – “O papa não tinha nenhuma razão para vir ao Brasil, apoiar um golpista. Ele é muito coerente com a opção que tem pelos pobres, pelos que sofrem violência e são marginalizados. Por causa disso ele não quis visitar a Argentina de (Mauricio) Macri. Por essa mesma razão ele não quis visitar o Brasil sob Temer.” A declaração é do frei e teólogo Leonardo Boff, sobre a carta enviada pelo papa Francisco ao presidente Michel Temer, recusando o convite para visitar o país para as celebrações dos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida. 

Embora reconheça que a crise que o país enfrenta “não é de simples solução”, Francisco enfatiza: "Porém não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que vão muito além da esfera meramente financeira".

Para o frei, o papa deixa claro de que lado está: “Ao lado das vítimas, dos que sofrem, coisa que este governo está produzindo”. “Se ele viesse ao Brasil seria legitimar esse estado de coisas, o que ele nunca faria. Ele foi coerente ao não ir à Argentina e não vir ao Brasil. Enquanto houver formas duras, ditatoriais, eu diria, de governo e de relação com o povo, o papa não dará seu apoio e não visitará essas terras e esses países.” 

Boff lembra que, após a abertura do processo do impeachment, o papa Francisco escreveu uma mensagem à então presidenta Dilma Rousseff, já afastada, na qual demonstrou apoio. “O papa Francisco mandou uma carta à Dilma enquanto se fazia o julgamento dela, apoiando-a pessoalmente porque ele a conhece. Eu vi isso, estive com Dilma”, disse Boff à RBA.

Para ele, considerado expoente da Teologia da Libertação e próximo a Francisco, com atitudes como a recusa a vir ao Brasil governado por Michel Temer, o papa está indiretamente dando um recado aos governos “que fazem políticas superficiais, que trazem dificuldades e injustiça para os pobres, e reformas que se fazem com alta velocidade e não atendem às necessidades do povo, são antipopulares e anticonstitucionais”.

Apesar das enormes dificuldades pelas quais passa o país, “não há dificuldade que não possa ser resolvida” – diz Boff. “Já que os partidos estão corrompidos, com um vazio de lideranças, o grande lugar da pressão é a rua e a praça, com manifestações, grupos de discussão onde se discuta que Brasil nós queremos, que coisas principais devemos fazer para incluir a grande maioria que está à margem, superar a chaga da desigualdade, que é uma das piores do mundo”.

Apesar do pessimismo de parte da população brasileira com os ataques a direitos pelo governo e suas reformas, Leonardo Boff afirma acreditar que “esse caos, essa confusão que está havendo, lentamente vai criar uma claridade para ver o caminho que devemos seguir, um outro tipo de sociedade, de governo, que seja voltado para o povo, que realize direitos e não apenas defenda privilégios”.



Imagem do "justiceiro" é a nova versão do populista latino-americano



Em sua participação nas Jornadas de 2017, o professor de Direito Constitucional Pedro Serrano explica como a exceção vem tomando conta do Estado brasileiro

Tatiana Carlotti

Em sua participação nas Jornadas de 2017 o jurista Pedro Serrano, professor de Direito Constitucional da PUC-SP, abordou a questão do Estado de exceção na contemporaneidade, mostrando como a exceção tomou conta do país ao ingressar no ambiente do Direito e se tornar um modo de gestão estatal da violência pelo Estado.

Partindo das transformações do capitalismo global, a partir da década de 1980, Serrano analisou como o Estado autoritário é uma exigência dessa nova ordem, capitaneada pelo capital financeiro, tecnológico e militar. Uma de suas atribuições, inclusive, é gerenciar a violência resultante da imensa desigualdade social provocada por essas transformações.

A exceção “se tornou uma forma de governabilidade”, subvertendo “o sentido, no plano internacional, do Estado nação”, destacou o jurista. Às Forças Armadas, por exemplo, cabe o papel de polícia mundial utilizando o mote da “segurança nacional” para justificar as guerras globais contra o “inimigo”. Os Estados nacionais, por sua vez, encontram-se reféns dos interesses das grandes corporações já que “qualquer medida prejudicial aos interesses do capital pode significar a saída deste capital do país”.

Essas transformações do capitalismo global também promoveram um forte processo de concentração dos poderes político e cultural nas mãos do poder econômico, resultando em “um modelo extremamente conservador e autoritário”. Segundo Serrano, essa forma distinta de “anarquia de produção intensa, que concentra poder cultural e político, exige um estado nação autoritário que suprima as liberdades públicas e os direitos sociais ao máximo possível”. Os dados brasileiros atestam a dimensão desse processo: em 1990, o país contava com 3 mil a 4 mil mortos em violência; hoje, são 60 mil.

A equação do chamado neoliberalismo é simples: “De um lado, se subtrai do Estado o poder de realizar benefício social e integração; de outro, amplia a possibilidade do Estado de suprimir liberdades e de aprisionar. No caso do Terceiro Mundo, em especial, a possibilidade de realizar genocídio e ampliar a violência”.

Neste processo, destacou, dá-se a atuação de um poder desconstituinte, capitaneado pelo sistema de justiça que engloba o juiz, o promotor, o legislador e a mídia. “O sistema de justiça é fator dominante desse poder desconstituinte”, apontou Serrano, ao exemplificar a atuação desse poder no Brasil: “não se altera formalmente a pauta da Constituição de 1988, mas inicia-se um processo de emendas constitucionais e com isso vai se esvaziando o sentido da Constituição. O Judiciário aceita e isso se estabiliza no sistema”.

Roupagem democrática do Estado autoritário

Destacando a ideia da provisoriedade, a identificação de um inimigo social e a suspensão de direitos como características do Estado de exceção, Serrano lembrou que “nas ditaduras latino-americanas havia a interrupção assumida e performática do ciclo democrático. Os governos de exceção e ditatoriais assumiam o comando sempre com o discurso da provisoriedade. Essa era a característica dos governos de exceção”.

Isso mudou. “Como essa nova forma de capital vende para o mundo uma ideia de democracia, mas ao mesmo tempo e contraditoriamente, pleiteia um Estado autoritário, surgiu no mundo Ocidental a figura de um Estado com uma roupagem democrática e com um conteúdo autoritário”.

Nesta nova roupagem, “são mantidas as figuras da autoridade democrática, das instituições democráticas, dos processos de decisão democráticas, mas eles são subvertidos em seu sentido”. Este processo, reiterou, é “capitaneado pelo sistema de justiça que se torna um gerenciador de medidas de exceção”, marcadamente a partir dos anos 2000.

Essas medidas de exceção podem ser facilmente identificadas na realidade brasileira. Por exemplo, a utilização da figura do bandido e do bandoleiro como forma de descaracterizar a identidade dos cidadãos. Uma figura, aliás, muito bem localizada nos territórios ocupados pelas forças policiais locais que passaram a ser forças de ocupação territorial. “A maioria das pessoas que tem contato com a polícia nesses ambientes morre ou sofre graves prejuízos à sua integridade física. E se é preso não tem direito de defesa”.



Greve de vigilantes prejudica atendimento bancário no DF


A greve dos vigilantes do Distrito Federal que começou às 22h desta terça-feira (18), atingiu hospitais, escolas e bancos da capital. De acordo com o sindicato da categoria, são quase 20 mil trabalhadores em todo DF. A paralisação é pela manutenção de uma cláusula definida em convenção coletiva que proíbe a contratação de vigilantes horistas - aqueles que recebem por hora de serviço de segurança.

Nesta quarta-feira (19), clientes de bancos públicos e privados foram pegos de surpresa com a suspensão da maioria dos serviços. A auxiliar de serviços gerais, Rosilda Batista, foi até uma agência da Caixa no Conjunto Nacional, região central de Brasília, para pagar uma conta atrasada. Mas não conseguiu. "Cheguei aqui e dei de cara com a agência fechada" disse.


Agência da Caixa no Conjunto Nacional, em Brasília, ficou fechada nesta quarta (19) (Foto: Yasmim Perna/G1)

O G1 percorreu algumas agências na região central de Brasilia. Na W3 Norte, a agência do Banco Santander estava fechadas, apenas o serviço de autoatendimento funcionava. Na mesma quadra, a agência do Bradesco estava aberta, mas não operava com dinheiro em espécie. Na 201 Norte, a agência do Banco do Brasil também estava fechada.


Clientes foram pegos de surpresa com a greve dos vigilantes que prejudicou o atendimento nas agências bancárias (Foto: Yasmim Perna/G1)

De acordo com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), a Polícia Federal autoriza que os bancos trabalhem sem operações com dinheiro vivo. Mas cada instituição decide se abre ou não as agências.



quarta-feira, 19 de abril de 2017

Veja quem foram os deputados que votaram pela urgência da Reforma Trabalhista que tiram seus direitos



O governo falhou em seu primeiro teste para aprovar a reforma trabalhista na Câmara. O pedido para que a proposta fosse votada em caráter de urgência foi rejeitado pelo plenário. O resultado mostrou divisão na base do presidente Michel Temer. Eram necessários 257 votos favoráveis, mas o requerimento obteve apenas 230 votos favoráveis e 163 contrários. Houve dissidência em partidos governistas, como o PSB (19 dos 31 presentes votaram contra) e o Solidariedade (só 4 dos 13 presentes votaram com o governo). PPS, PSDB, PSD, entre outros aliados, também tiveram deputados que votaram contra o pedido.

Houve tumulto na votação. Após a proclamação do resultado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que errou ao declarar encerrada a deliberação antes que todos os parlamentares presentes votassem. Ele afirmou que poderá submeter ao plenário novamente caso haja novo pedido dos líderes. Líderes da base governista adiantaram que vão apresentar requerimento já nesta quarta-feira (19).

“Não foi o PT que ganhou, foi a base do governo que foi omissa”, criticou o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC).

Veja abaixo como cada deputado votou, por partido:

Sim – a favor do requerimento de urgência
Não – contra o requerimento de urgência

Deputado UF Voto

DEM
Abel Mesquita Jr. RR Sim
Alberto Fraga DF Sim
Alexandre Leite SP Sim
Carlos Melles MG Sim
Claudio Cajado BA Sim
Efraim Filho PB Sim
Eli Corrêa Filho SP Sim
Elmar Nascimento BA Sim
Felipe Maia RN Sim
Hélio Leite PA Sim
Jorge Tadeu Mudalen SP Sim
José Carlos Aleluia BA Sim
Juscelino Filho MA Sim
Mandetta MS Sim
Marcelo Aguiar SP Sim
Misael Varella MG Sim
Missionário José Olimpio SP Sim
Norma Ayub ES Sim
Onyx Lorenzoni RS Sim
Pauderney Avelino AM Sim
Paulo Azi BA Sim
Rodrigo Maia RJ Art. 17
Sóstenes Cavalcante RJ Sim
Vaidon Oliveira CE Sim
Total DEM: 24

PCdoB
Alice Portugal BA Não
Assis Melo RS Não
Chico Lopes CE Não
Jandira Feghali RJ Não
Jô Moraes MG Não
Luciana Santos PE Não
Moisés Diniz AC Não
Orlando Silva SP Não
Professora Marcivania AP Não
Total PCdoB: 9

PDT
Afonso Motta RS Não
André Figueiredo CE Não
Assis do Couto PR Não
Carlos Eduardo Cadoca PE Sim
Dagoberto Nogueira MS Não
Félix Mendonça Júnior BA Não
Flávia Morais GO Não
Julião Amin Castro MA Não
Roberto Góes AP Não
Ronaldo Lessa AL Não
Sergio Vidigal ES Não
Subtenente Gonzaga MG Não
Wolney Queiroz PE Não
Total PDT: 13

PEN
Erivelton Santana BA Não
Walney Rocha RJ Não
Total PEN: 2

PHS
Carlos Andrade RR Não
Dr. Jorge Silva ES Não
Givaldo Carimbão AL Não
Marcelo Matos RJ Não
Pastor Eurico PE Não
Total PHS: 5

PMB
Weliton Prado MG Não
Total PMB: 1

PMDB
Alberto Filho MA Sim
Alexandre Serfiotis RJ Não
Baleia Rossi SP Sim
Cabuçu Borges AP Sim
Carlos Bezerra MT Sim
Carlos Marun MS Sim
Celso Jacob RJ Sim
Celso Maldaner SC Sim
Celso Pansera RJ Sim
Cícero Almeida AL Sim
Daniel Vilela GO Sim
Darcísio Perondi RS Sim
Dulce Miranda TO Sim
Fabio Reis SE Não
Flaviano Melo AC Sim
Hildo Rocha MA Sim
Hugo Motta PB Sim
Jarbas Vasconcelos PE Sim
João Arruda PR Não
João Marcelo Souza MA Sim
Jones Martins RS Sim
José Fogaça RS Sim
Josi Nunes TO Sim
Kaio Maniçoba PE Não
Lelo Coimbra ES Sim
Leonardo Quintão MG Sim
Lucio Vieira Lima BA Sim
Marcelo Castro PI Sim
Marco Antônio Cabral RJ Sim
Mauro Lopes MG Sim
Mauro Mariani SC Sim
Moses Rodrigues CE Sim
Pedro Chaves GO Sim
Pedro Paulo RJ Sim
Rocha Loures PR Sim
Rodrigo Pacheco MG Sim
Rogério Peninha Mendonça SC Sim
Ronaldo Benedet SC Sim
Saraiva Felipe MG Sim
Sergio Souza PR Sim
Sergio Zveiter RJ Não
Soraya Santos RJ Sim
Valdir Colatto SC Sim
Veneziano Vital do Rêgo PB Não
Vitor Valim CE Não
Walter Alves RN Não
Wilson Beserra RJ Sim
Zé Augusto Nalin RJ Sim
Total PMDB: 48

PP
Aguinaldo Ribeiro PB Sim
André Fufuca MA Sim
Beto Salame PA Não
Cacá Leão BA Sim
Covatti Filho RS Sim
Dilceu Sperafico PR Sim
Dimas Fabiano MG Não
Eduardo da Fonte PE Sim
Esperidião Amin SC Sim
Ezequiel Fonseca MT Sim
Fausto Pinato SP Sim
Fernando Monteiro PE Sim
Franklin Lima MG Sim
Hiran Gonçalves RR Sim
Jerônimo Goergen RS Sim
Julio Lopes RJ Sim
Lázaro Botelho TO Sim
Luis Carlos Heinze RS Sim
Luiz Fernando Faria MG Sim
Macedo CE Sim
Maia Filho PI Sim
Marcus Vicente ES Sim
Mário Negromonte Jr. BA Não
Nelson Meurer PR Sim
Paulo Henrique Lustosa CE Sim
Paulo Maluf SP Sim
Renato Molling RS Sim
Renzo Braz MG Sim
Ricardo Izar SP Sim
Roberto Balestra GO Sim
Roberto Britto BA Sim
Ronaldo Carletto BA Sim
Simão Sessim RJ Sim
Toninho Pinheiro MG Sim
Waldir Maranhão MA Não
Total PP: 35

PPS
Alex Manente SP Sim
Arnaldo Jordy PA Não
Marcos Abrão GO Sim
Rubens Bueno PR Sim
Total PPS: 4

PR
Aelton Freitas MG Sim
Alexandre Valle RJ Sim
Alfredo Nascimento AM Sim
Bilac Pinto MG Sim
Brunny MG Não
Cabo Sabino CE Não
Cajar Nardes RS Sim
Capitão Augusto SP Sim
Christiane de Souza Yared PR Não
Delegado Edson Moreira MG Sim
Delegado Waldir GO Não
Edio Lopes RR Sim
Giacobo PR Sim
José Carlos Araújo BA Sim
José Rocha BA Sim
Laerte Bessa DF Sim
Luiz Cláudio RO Não
Marcelo Delaroli RJ Sim
Marcio Alvino SP Sim
Paulo Freire SP Sim
Silas Freire PI Não
Tiririca SP Não
Vicentinho Júnior TO Sim
Wellington Roberto PB Não
Zenaide Maia RN Não
Total PR: 25

PRB
Antonio Bulhões SP Sim
Carlos Gomes RS Sim
Cleber Verde MA Sim
Dejorge Patrício RJ Sim
Jhonatan de Jesus RR Não
João Campos GO Sim
Jony Marcos SE Não
Lincoln Portela MG Não
Marcelo Squassoni SP Sim
Márcio Marinho BA Sim
Pr. Luciano Braga BA Sim
Roberto Alves SP Sim
Roberto Sales RJ Sim
Ronaldo Martins CE Não
Rosangela Gomes RJ Sim
Tia Eron BA Sim
Vinicius Carvalho SP Sim
Total PRB: 17

PROS
Felipe Bornier RJ Sim
Toninho Wandscheer PR Sim
Total PROS: 2

PSB
Adilton Sachetti MT Sim
Átila Lira PI Sim
Bebeto BA Não
César Messias AC Não
Creuza Pereira PE Não
Danilo Cabral PE Não
Fabio Garcia MT Sim
Flavinho SP Não
George Hilton MG Não
Gonzaga Patriota PE Não
Heitor Schuch RS Não
Heráclito Fortes PI Sim
Hugo Leal RJ Não
Janete Capiberibe AP Não
José Reinaldo MA Sim
Jose Stédile RS Não
Júlio Delgado MG Não
Keiko Ota SP Não
Leopoldo Meyer PR Não
Luana Costa MA Sim
Luciano Ducci PR Não
Luiz Lauro Filho SP Sim
Maria Helena RR Sim
Paulo Foletto ES Sim
Rafael Motta RN Sim
Rodrigo Martins PI Sim
Severino Ninho PE Não
Tadeu Alencar PE Não
Tenente Lúcio MG Não
Tereza Cristina MS Sim
Valadares Filho SE Não
Total PSB: 31

PSC
Arolde de Oliveira RJ Sim
Eduardo Bolsonaro SP Sim
Gilberto Nascimento SP Sim
Irmão Lazaro BA Não
Jair Bolsonaro RJ Sim
Júlia Marinho PA Sim
Pr. Marco Feliciano SP Sim
Professor Victório Galli MT Não
Takayama PR Sim
Total PSC: 9

PSD
André de Paula PE Sim
Átila Lins AM Sim
Cesar Souza SC Sim
Danrlei de Deus Hinterholz RS Não
Delegado Éder Mauro PA Sim
Evandro Roman PR Sim
Expedito Netto RO Não
Fábio Mitidieri SE Não
Goulart SP Sim
Herculano Passos SP Sim
Heuler Cruvinel GO Sim
Jaime Martins MG Sim
João Paulo Kleinübing SC Sim
João Rodrigues SC Sim
Joaquim Passarinho PA Sim
José Nunes BA Sim
Júlio Cesar PI Sim
Marcos Montes MG Sim
Marcos Reategui AP Não
Paulo Magalhães BA Sim
Raquel Muniz MG Sim
Reinhold Stephanes PR Sim
Rogério Rosso DF Sim
Rômulo Gouveia PB Sim
Sandro Alex PR Sim
Thiago Peixoto GO Sim
Victor Mendes MA Não
Walter Ihoshi SP Sim
Total PSD: 28

PSDB
Adérmis Marini SP Sim
Arthur Virgílio Bisneto AM Sim
Betinho Gomes PE Sim
Bruna Furlan SP Sim
Carlos Sampaio SP Sim
Célio Silveira GO Sim
Daniel Coelho PE Sim
Domingos Sávio MG Sim
Eduardo Barbosa MG Sim
Eduardo Cury SP Sim
Fábio Sousa GO Sim
Geovania de Sá SC Não
Geraldo Resende MS Sim
Giuseppe Vecci GO Sim
Guilherme Coelho PE Sim
Izalci Lucas DF Sim
Izaque Silva SP Abstenção
João Gualberto BA Sim
João Paulo Papa SP Sim
Jutahy Junior BA Sim
Lobbe Neto SP Sim
Luiz Carlos Hauly PR Sim
Mara Gabrilli SP Sim
Marco Tebaldi SC Sim
Marcus Pestana MG Sim
Miguel Haddad SP Sim
Nelson Padovani PR Sim
Nilson Leitão MT Sim
Nilson Pinto PA Sim
Otavio Leite RJ Sim
Paulo Abi-Ackel MG Sim
Pedro Cunha Lima PB Não
Pedro Vilela AL Sim
Raimundo Gomes de Matos CE Sim
Ricardo Tripoli SP Sim
Rocha AC Sim
Rodrigo de Castro MG Sim
Rogério Marinho RN Sim
Silvio Torres SP Sim
Vanderlei Macris SP Sim
Vitor Lippi SP Sim
Yeda Crusius RS Sim
Total PSDB: 42

PSL
Alfredo Kaefer PR Sim
Total PSL: 1

PSOL
Chico Alencar RJ Não
Edmilson Rodrigues PA Não
Glauber Braga RJ Não
Ivan Valente SP Não
Jean Wyllys RJ Não
Luiza Erundina SP Não
Total PSOL: 6

PT
Adelmo Carneiro Leão MG Não
Afonso Florence BA Não
Andres Sanchez SP Não
Angelim AC Não
Assis Carvalho PI Não
Benedita da Silva RJ Não
Beto Faro PA Não
Bohn Gass RS Não
Caetano BA Não
Carlos Zarattini SP Não
Chico D Angelo RJ Não
Décio Lima SC Não
Erika Kokay DF Não
Gabriel Guimarães MG Não
Helder Salomão ES Não
Henrique Fontana RS Não
João Daniel SE Não
Jorge Solla BA Não
José Airton Cirilo CE Não
José Guimarães CE Não
José Mentor SP Não
Leo de Brito AC Não
Leonardo Monteiro MG Não
Luiz Couto PB Não
Luiz Sérgio RJ Não
Luizianne Lins CE Não
Margarida Salomão MG Não
Maria do Rosário RS Não
Nelson Pellegrino BA Não
Nilto Tatto SP Não
Padre João MG Não
Patrus Ananias MG Não
Paulão AL Não
Paulo Pimenta RS Não
Paulo Teixeira SP Não
Pedro Uczai SC Não
Pepe Vargas RS Não
Reginaldo Lopes MG Não
Robinson Almeida BA Não
Rubens Otoni GO Não
Ságuas Moraes MT Não
Valmir Assunção BA Não
Valmir Prascidelli SP Não
Vander Loubet MS Não
Vicente Candido SP Não
Vicentinho SP Não
Wadih Damous RJ Não
Waldenor Pereira BA Não
Zé Geraldo PA Não
Zeca Dirceu PR Não
Zeca do Pt MS Não
Total PT: 51

PTB
Adalberto Cavalcanti PE Sim
Alex Canziani PR Sim
Benito Gama BA Sim
Nelson Marquezelli SP Sim
Nilton Capixaba RO Sim
Paes Landim PI Sim
Pedro Fernandes MA Sim
Wilson Filho PB Sim
Zeca Cavalcanti PE Não
Total PTB: 9

PTdoB
Cabo Daciolo RJ Não
Rosinha da Adefal AL Não
Total PTdoB: 2

PTN
Ademir Camilo MG Não
Alexandre Baldy GO Sim
Aluisio Mendes MA Sim
Bacelar BA Não
Carlos Henrique Gaguim TO Sim
Dr. Sinval Malheiros SP Não
Ezequiel Teixeira RJ Não
Francisco Chapadinha PA Sim
Luiz Carlos Ramos RJ Não
Renata Abreu SP Sim
Ricardo Teobaldo PE Sim
Total PTN: 11

PV
Antonio Carlos Mendes Thame SP Sim
Evair Vieira de Melo ES Não
Uldurico Junior BA Não
Total PV: 3

REDE
Alessandro Molon RJ Não
Aliel Machado PR Não
João Derly RS Não
Miro Teixeira RJ Não
Total REDE: 4

Solidariedade
Augusto Carvalho DF Sim
Augusto Coutinho PE Sim
Aureo RJ Não
Benjamin Maranhão PB Sim
Carlos Manato ES Não
Delegado Francischini PR Não
Laercio Oliveira SE Sim
Laudivio Carvalho MG Não
Lucas Vergilio GO Não
Major Olimpio SP Não
Paulo Pereira da Silva SP Não
Wladimir Costa PA Não
Zé Silva MG Não
Total Solidariedade: 13