sexta-feira, 21 de abril de 2017

Após depoimento com Moro, advogados de Léo Pinheiro abandonam caso


Depois da audiência desta quinta-feira (20), as equipes dos advogados Edward de Carvalho, Roberto Telhada e Jacinto Coutinho anunciaram que deixam a defesa de Léo Pinheiro. Confirmada a retomada da colaboração premiada com a Lava Jato, as defesas do ex-executivo e da empreiteira OAS ficam nas mãos do advogado José Luís de Oliveira Lima, que negocia a delação.


Os advogados que deixam a defesa alegam conflito de interesses da causa de Léo Pinheiro com a de outros clientes que representam. O ex-executivo da OAS Agenor Magalhães Medeiros também seria ouvido nesta quinta-feira, mas o depoimento dele precisou ser adiado. O interrogatório foi transferido para o dia 28 de abril.
Depoimento de Léo Pinheiro

O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro prestou depoimento por mais de três horas ao juiz federal Sérgio Moro em processo que tem como principal réu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde desta quinta-feira (20). Ele afirmou que o triplex no Edificio Solaris é parte de um total de R$ 3,7 milhões em propinas pagas ao ex-presidente Lula em três contratos da OAS.

O ex-executivo da OAS Agenor Magalhães Medeiros também seria ouvido nesta quinta-feira, mas o depoimento dele precisou ser adiado. O interrogatório foi transferido para o dia 28 de abril.


O depoimento de Léo Pinheiro era aguardado pois ele estaria tentando fechar um novo acordo de delação premiada com a força-tarefa. Ele esteve perto de se tornar um colaborador, mas a negociação foi suspensa pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em agosto do ano passado.

No início da audiência, o assunto foi pautado pelo advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin, sobre o andamento dessa negociação com o Ministério Público Federal (MPF). De acordo com a defesa de Pinheiro, conversas com o MPF sobre a delação ocorrem, porém o depoimento não foi negociado com os procuradores.

Em resposta, a defesa de Lula solicitou a suspensão do depoimento pois existem negociações em curso. “Se há benefícios sendo estabelecidos, a defesa tem que saber claramente qual a situação jurídica do interrogando para desenvolver o seu trabalho. Não é possível que haja hoje uma situação não esclarecida”, declarou Zanin. A defesa afirmou que se sente prejudicada. “Hoje o interrogando tem o direito constitucional de ficar calado e de mentir. Agora, se ele é um delator, a situação jurídica se altera”, afirmou. O magistrado negou o pedido da defesa de Lula.