As operações contra a corrupção são o principal instrumento do golpe de Estado. A classe média, a esse respeito, é o respaldo social que os golpistas criam para destruir o País.
Não devemos enxergar os fatos políticos e econômicos como uma coincidência, que caiu no quadro dos acontecimentos como resultado da evolução humana. Ao contrário do que tentam colorir, as operações contra a corrupção estão a serviço de interesses de determinados grupos, e os resultados disso nos aparecem com clareza. Dois são os principais efeitos colaterais das “operações contra a corrupção”: a liquidação dos direitos democráticos e a destruição dos principais setores da economia nacional.
Nesse sentido, a operação Lava Jato atacou os principais grupos do setor da construção civil – como Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS –, além, é claro, de ajudar no desmonte da Petrobrás. Com as decisões do governo golpista e com as investigações, a estatal vem sendo amplamente sucateada e entregue às petroleiras estrangeiras, afinal esse era um setor da economia nacional que estava incomodando Washington. Os grupos privados investigados pela Lava Jato foram impossibilitados de continuar atuando na construção de obras públicas, e o prejuízo chega a números exorbitantes.
Paralelamente à Lava Jato, surge também a operação Carne Fraca, que põe em xeque os principais nomes do setor alimentício nacional, como a BRF e JBS. Esta, segundo os dados, era a maior exportadora de carne do mundo e a segunda maior produtora. Em 2016, foram exportadas 6,7 milhões de toneladas de carne, gerando o total de 14 bilhões de dólares para o país. No segundo dia dessa operação, grandes compradores de carne brasileira, como China, Coreia e União Europeia, suspenderam os negócios com o País. Só a China, no ano passado, importou mais de 1 bilhão de dólares em carnes brasileiras. Em apenas dois dias da operação, foi registrada uma perda de R$ 8 bilhões nominais de suas ações.
O outro efeito colateral das operações é a liquidação dos direitos, alguns dos quais fundamentais, previstos na Constituição Federal. As ilegalidades cometidas pelo juiz Sérgio Moro – marionete principal do imperialismo – rendem inúmeras páginas. Prisões preventivas de anos, sentenças condenatórias sem provas, conduções coercitivas ilegais, vazamentos à imprensa de documentos sigilosos, marcam algumas condutas do Mussolini de Maringá. O juizeco destrói as principais lideranças políticas da esquerda e destrói os principais setores da economia nacional (detalhe que somente grupos nacionalizados foram postos contra a parede; nenhum estrangeiro).
Por essas razões é que torna-se imprescindível a organização e mobilização da classe trabalhadora e de toda a esquerda contra o golpe de Estado e pelo fim da Lava Jato. Os objetivos do golpe não se limitam a algumas privatizações aqui e outras reformas acolá: o golpe almeja a destruição total da economia e da constituição. A população pobre é a que mais sairá prejudicada com isso, pois terá seus direitos completamente liquidados. É fundamental a luta pelo fim da Lava Jato, pela anulação do impeachment da Dilma, contra todos os golpistas e suas medidas e contra a prisão arbitrária do Lula.
