segunda-feira, 17 de julho de 2017

EMENDAS PARA BASE DE TEMER NA CCJ CHEGAM A R$ 266 MILHÕES



Dos 40 deputados que votaram pela rejeição do parecer que recomenda a abertura de investigação contra Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, 39 tiveram R$ 266 milhões em emendas parlamentares liberadas pelo Planalto. Este valor corresponde ao período entre junho, após a divulgação da delação do empresário Joesley Batista, que foi usada na denúncia contra Temer, e as duas primeiras semanas deste mês, às vésperas da votação.

A CCJ barrou na quinta-feira (13) por 40 votos a 25 o parecer do relator Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que recomendava a admissibilidade do pedido da Procuradoria-Geral da República para investigar Temer por corrupção passiva. Logo depois, governistas conseguiram aprovar um texto alternativo que sugere a rejeição do mesmo pedido, assinado pelo deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).

Apenas um dos 40 parlamentares que barraram o parecer de Zveiter, apenas um não teve emendas liberadas desde junho: Maia Filho (PP-PI), que é suplente, de acordo com publicação do jornal O Estado de São Paulo.

Os 25 deputados que votaram contra Temer receberam cerca de metade desse valor no mesmo período. Foram liberados R$ 135 milhões em emendas dos cofres públicos para os deputados que acreditam haver indícios suficientes para uma investigação contra o peemedebista.

Troca-troca

As alterações feitas pelo governo na CCJ antes da votação da denúncia também contribuíram para elevar o valor desembolsado. Os 14 parlamentares que se tornaram titulares da comissão com ajuda do Planalto receberam mais de R$ 106 milhões em recursos apara sua emendas. Dois deles, porém, contrariaram o governo e votaram pela admissibilidade da denúncia: Renata Abreu (Podemos-SP) e Laércio Oliveira (SD-SE).

O governo começou a usar as emendas como forma de aglutinar a base aliada no Congresso justamente quando as acusações contra Temer passaram a ameaçar seu mandato. Entre janeiro e maio deste ano, os mesmos 40 que votaram a favor do governo já haviam recebido pouco mais de R$ 1,6 milhão em emendas. O ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, disse que não favorece a base na liberação de emendas.

Entre os maiores beneficiados com esse tipo de recurso estão os deputados Domingos Neto (PSD-CE), com R$ 10,7 milhões, Paes Landim (PTB-PI), com R$ 10,4 milhões e o tucano Paulo Abi-Ackel, que teve outros R$ 10,1 milhões em recursos do Orçamento.