quarta-feira, 15 de março de 2017

Governo corta de 1% para 0,5% previsão do PIB. É a “retomada”.


Geralda Doca e Martha Beck, de O Globo, revelam que o governo vai assumir, semana que vem, um corte pela metade na previsão de crescimento do PIB em 2017, de expansão de 1% para apenas 0,5%. Há quem preveja menos ainda, como o FMI, que espera apenas 0,2%.

Se você levar em conta que temos uma retração, nos dois últimos dois anos, o que é muito pouco passa a ser absolutamente nada.

A reportagem, porém, traz um dado mais preocupante para um governo carente de legitimidade e em processo de enfraquecimento político: a necessidade de ter de propor aumento de impostos.

A redução do PIB torna ainda maior o desafio de cumprir a meta fiscal do ano, fixada num déficit primário de 139 bilhões, ou 2% do PIB. Com arrecadação menor, será preciso contingenciar o Orçamento do ano e, possivelmente, até ter que subir impostos.

Henrique Meirelles, ouvido pelas repórteres, saiu pela tangente sobre a previsão menor do PIB e também sobre o eventual aumento de impostos, afirmando que seu compromisso é “cumprir a meta de déficit primário porque isso é que dá segurança para que a economia começar a crescer”

O “pequeno problema” é cumprir metas com uma arrecadação sem o projetado crescimento de 1,6% contida no orçamento e num cenário de – mesmo que não haja fuga de dólares com as taxas maiores no exterior – maior dificuldade na atração de investimento externo.