sexta-feira, 31 de março de 2017

Novo ministro do TSE, Admar Gonzaga, já trabalhou em campanha de Temer e é recomendado por Gilmar


No ápice de um processo eleitoral que pode encurtar o mandato na Presidência da República, Michel Temer nomeia nesta quinta-feira (30) seu escolhido para ser ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O novo integrante da Justiça Eleitoral, Admar Gonzaga, é conhecido como o “advogado ligado a partidos de direita”, por ter atuado na refundação do PFL como DEM, nas fusões que originaram o PP e, apesar de experiência como ministro substituto no TSE, admitiu que nunca foi nomeado antes pela fama com as siglas.

Os autores das indicações eram Gilmar Mendes – ainda que ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do TSE, é um dos principais conselheiros de Michel Temer – e de Marco Aurélio Melo.

“Já tinha entrado em listas [de indicação], era um recordista, acho que apareci em umas 14. Mas falavam que eu era muito carimbado pela atuação com partidos de direita”, assumiu o nomeado.

Apesar de uma escolha que conta com apoio unânime de favoráveis ao governo Temer, incluindo o próprio ministro Gilmar e a sua base parlamentar, Admar Gonzaga nega ter vínculo com o mandatário.

“Apertei a mão dele [Temer] a primeira e única vez na posse do ministro da Transparência, Torquato Jardim, e ficamos conversado em uma roda”, disse o novo ministro do TSE à reportagem da Folha de S. Paulo.

Seu nome foi assinado por Temer nesta quinta-feira (30). A tentativa do presidente era evitar que a escolha ocorresse durante o julgamento do processo de cassação da chapa presidencial de 2014, que pode levar ao encurtamento de seu mandato.

Temer coincidiu os apoios favoráveis com o fato de Gonzaga ser o primeiro da lista tríplice enviada em fevereiro pelo Supremo Tribunal Federal ao Planalto. Além de Gonzaga, foram recomendados Tarcisio Vieira Neto e Sérgio Banhos.

Gonzaga tem mais de 20 anos de atuação no direito eleitoral, e já trabalhou diretamente na equipe jurídica da campanha de Temer e Dilma em 2010.

Agora, apesar de a análise da cassação da chapa ter início na próxima terça-feira (04), enquanto o atual ministro do TSE, Henrique Neves, ainda atuar na Corte, Gonzaga deve participar de parte do julgamento.