segunda-feira, 27 de março de 2017

PM acha 15 homens em situação análoga à escravidão em baú de caminhão no DF


Um comerciante foi detido no início da tarde desta quinta-feira (1º) suspeito de manter 15 vendedores de panelas em condições análogas à escravidão em uma chácara no Distrito Federal. O homem foi abordado por policiais militares em Brazlândia, na BR-080, quando dirigia um caminhão-baú. Os PMs pediram para que a parte traseira do veículo, que tinha três metros quadrados, fosse aberta e encontraram o grupo. Os trabalhadores tinha direito a 10% do preço dos produtos.



Interior de caminhão onde foram achados 15 homens em situação análoga à escravidão no DF (Foto: Polícia Militar/Divulgação)

Segundo a PM, havia um adolescente de 16 anos entre os vendedores. O porta-voz da corporação, capitão Michello Bueno, o grupo era cooptado da seguinte forma: o comerciante viajava a cidades da Paraíba e do Ceará e abordava famílias anunciando ter “boas oportunidades de emprego” e de “ficar rico” no DF. Ele dava então R$ 1 mil como “adiantamento” para que essas pessoas viessem para a Capital do país.

Em Brasília, o grupo ficava “hospedado” de forma precária em redes e no chão de ônibus, postos e da própria chácara. Os vendedores de panelas só tinham acesso a comida se conseguissem dinheiro – o que dependia das vendas ou de “vales” feitos com o comerciante. As panelas eram anunciadas por valores entre R$ 50 e R$ 57. Os trabalhadores relataram não ter condições de voltar para casa por causa das dívidas que tinham com o “patrão”.

O motorista foi encaminhado para a Polícia Federal. Não há informações sobre o tempo em que ele mantinha essa prática. O G1 procurou a corporação para saber se ele de fato foi autuado por manter os trabalhadores em situação análoga à escravidão. De acordo com o Código Penal, as punições previstas para situações do tipo são 2 a 8 anos de prisão, além de multa.