terça-feira, 21 de março de 2017

Na eleição de 2014, vazou-se delação contra Dilma para favorecer Aécio e Moro defendeu atitude


Em 2014 a Lava Jato vazou uma suposta delação contra Dilma de Yousseff, que logo após se revelou uma farsa, o objetivo era prejudicar Dilma e eleger Aécio, Moro disse que isso era positivo principalmente em período eleitoral.



Convidado para palestrar no Fórum Aner de Revistas, promovido pela Associação Nacional de Edtores de Revistas, o juiz federal Sergio Moro, que conduz a Lava Jato, criticou a nova lei do direito de resposta, elogiou os “milhões” de manifestantes que foram às ruas em 2015 “contra a corrupção” e rebateu as críticas sobre o vazamento de informações e delações premaidas da operação na Petrobras a veículos da grande mídia.

Segundo relatos do jornalista Lino Bocchini, do portal da CartaCapital, Moro começou sua palestra, na tarde de segunda-feira (23), defendendo que a divulgação de todas as informações referentes a grandes processos como a Lava Jato devem ser divulgadas. Para ele, a “ação penal 470”, mais conhecida como Mensalão, foi um “exemplo” de como a cobertura da imprensa tem ajudado. “É um contributo para o avanço das investigações”, comentou.

Segundo Bocchini, Moro criticou quem o acusou de vazar informações da Lava Jato numa tentativa de interferir no processo eleitoral. Segundo o juiz, “no período eleitoral mais se justifica a divulgação de determinadas informações”.

Ele também afirmou que “nos processos envolvendo figuras poderosas, o juiz precisa de apoio da opinião pública”. Em outro momento, ele afirmou que temos uma “corrupção sistêmica, profunda e penetrante no Brasil. O nível de degradação da coisa pública é impressionante” e apontou que não houve respostas do “governo” nem do “Congresso” quanto às manifestações anti-corrupção que marcaram o início de 2015.

Entrevistado no palco pelo presidente da editora Globo, Frederic Kachar, Moro disse que a lei de imprensa é “muito vaga” e poder usada como “instrumento de censura”. Ele também comparou a Lava Jato à operação Mãos Limpas, da Itália, e disse que naquele país, o sistema político “foi mais forte. Kachar, por sua vez, defendeu a “via de mão dupla”: a Justiça ajuda jornalistas com informações e os jornalistas ajudam a Justiça com suas publicações.

Ao final, Moro foi aplaudido de pé pela plateia composta basicamente por membros de grandes grupos de comunicação.

Com informações da CartaCapital